Um ano depois da morte do barão (1895), a baronesa do Serro Azul, e Maria Caetana Corrêa a esposa de Presciliano da Silva Correia (Maçom da Loja Perseverança) ainda inconformadas com tudo o que havia ocorrido, recorrem ao amigo do Barão, David Antonio Carneiro (Maçom da loja Perseverança) este imediatamente conversou com o coronel Luiz Victorino Ordine (Maçom pertenceu as lojas: Loja Fraternidade Paranaense Loja Socorro Loja “Unione Fratellanza” ).
O qual tinha sido empregado do Barão e amigo do mesmo segundo seu próprio relato e aventaram a possibilidade de trazer os corpos de Idelfonso e Presciliano e os outros novamente à capital paranaense.
Iremos partir do Documento encontrado no Jornal do Correio Municipal de Curitiba de 1895.
Como Transcrito
Pelo Barão de Ladário foi lido no Senado a seguinte pública forma do termo de verificação de cadáveres, entre os quais se achava o do Barão do Serro Azul:
Horrores do Paraná
Termo de Verificação e Inhumação
Aos 23 dias do mês de maio de 1895, nesta vila de Piraquara, na plataforma da estação da Estrada de Ferro, pelas 8 horas da manhã, presentes o Major Reformado Praxedes Gonçalves Pereira, capitão Luis Victorino Ordine (Maçom), tenente Agnelli Carmeliano Pereira, cidadão Alberto Munhoz da Rocha, Domingos Leal Nunes, Manoel Simões e Simão Marques, os tres últimos como trabalhadores, reuniram-se ao Major Mauricio Sinke (Maçom), chegado nessa manhã à vila, para com ele, como iniciador da idéia, irem verificar a existência de cadáveres de amigos e conhecidos que constava acharem-se abandonados e insepultos à margem da Estrada de Ferro, por terem sido fuzilados naquele lugar, no domingo, vinte do corrente, entre as dez e doze horas da noite, por ordem do Governo Legal, em conseqüência de serem julgados cúmplices da revolta federalista que invadiu este Estado, e nele permaneceu desde 17 de Janeiro até 24 de Abril do corrente ano; tomaram sobreditos cidadãos o comboio da Estrada de Ferro e foram desembarcar na Estação do Cadeado, km 64 da dita Estrada.
Aí chegados e depois de pouca demora voltaram a pé pelo leito da linha férrea até o talude que demora entre os kilometros 64 e 65.
Nesse talude, no kilometro 64 aproximadamente a Estrada de Ferro fraldeia uma montanha rochosa, tendo do lado oposto um despenhadeiro acessível, e foi dali olhando para o oriente descobriram perto da mata um grupo de cadáveres.
Aproximando-se deste mais ou menos 20 metros distantes do talude, deparou-se à esquerda com um monte de cadáveres que foram reconhecidos distintamente pelos do Barão do Serro Azul, Prescilliano da Silva Correia, José Lourenço Schleder, José Joaquim Ferreira de Moura e Balbino Carneiro de Mendonça.
Os cadáveres, tais quais foram encontrados, denotaram que haviam anteriormente despojados, por quanto, removidos do talude onde fora a execução, não podiam ser aquelas às suas posições primitivas. Não se acharam os chapéus de quatro deles, estando alguns descalços e todos sem jóias de valor. Apenas pequenos botões de punhos, sem valor intrínseco, foram retirados para serem entregues às suas famílias. Alguns papéis, cartões de visita de Prescilliano e Moura viam-se espalhados nas proximidades dos cadáveres, De entre os corpos, o do Barão do Serro Azul, apresentava vestígios de ter recebido dois tiros, um que atingiu pela frente a coxa direita, meio palmo abaixo da articulação, e outro em um dos olhos, parecendo que recebera à descarga de joelhos, visto como foram encontradas no leito da Estrada de Ferro vestígios de perfuração de balas o de Balbino de Mendonça apresentava um orifício de tamanho regular, de vinte e cinco milímetros, em uma das frontes, mais abaixo, como trinta metros, foi encontrado e reconhecido o cadáver de Lourenço Rodrigues de Mattos Guedes, em atitude supina sem chapéu e com falta de um calçado. Este supõe-se que na ocasião da execução, procurou fugir a ela saltando do talude, depois de cuja tentativa recebeu a descarga que o vitimou.
Concluído o reconhecimento e busca dos cadáveres e dependendo-se que foram efetivamente executados como corria, procedeu-se a sua inhumação, ultimo tributo piedoso e de misericórdia que se lhes podia prestar, sendo sepultados à direita do caminho do despenhadeiro o Barão do Serro Azul, e na mesma sepultura e mais a beira do dito caminho, Prescilliano da Silva Correia, à esquerda do caminho e na mesma sepultura José Lourenço Schleder,José Joaquim Ferreira de Moura e Balbino Carneiro de Mendonça, atento ao cheiro pouco suportável que exalavam todos os cadáveres.
O de Lourenço Rodrigues de Mattos Guedes foi sepultado no mesmo lugar em que o encontraram. Para que a todo o tempo conste o que aqui afirmam como verdadeiro, mandaram lavrar três termos em tudo iguais, que assinam declarando outrossim que no serviço de enterramento foram auxiliados por pessoal da Estrada de Ferro que humanitariamente foi posto a disposição pelo Engenheiro Mastermann.
Piraquara vinte e cinco de Maio de 1894. Mauricio Sinke, Praxedes Gonçalves Pereira, capitão Luiz Victorino Ordine, Angelo Carmeliano Pereira, Alberto Munhoz da Rocha, Domingos Leal Nunes.
1895- Pelo Barão de Laudário- Lido no Senado da República
O corpo de Ildefonso Pereira Correia foi resgatado um ano depois do seu fuzilamento na Serra do Mar.(Idelfonso em 1869, foi proposto na Loja “Perseverança” de Paranaguá na sessão do dia 23 de Março de 1869. foi marcada sua iniciação para uma data posterior. Todavia, não se sabe se foi iniciado ou não porque em 1922, um incêndio destruiu o templo daquela Loja)
O resgate foi uma verdadeira saga: às escondidas, dez homens gastaram 13 dias para pegar o cadáver e levá-lo ao Cemitério Municipal de Curitiba.
A narrativa, de fato, começa com o relato do dia 5 maio de 1895, um ano após as mortes.
Quando as famílias do Barão do Serro Azul e de Presciliano Corrêa (Maçom da Loja Perseverança), um dos outros cinco fuzilados com o Barão, recorrem ao Coronel Victorino (Maçom da Loja Socorro) para resgatar o corpo dos falecidos a fim de proporcionar‐lhes um enterro digno.
O Sr. David Carneiro (Maçom da Loja Perseverança) seguiu junto a Ordine, a pedido da esposa do Barão.
Ambos falam com o comandante do distrito militar e com o chefe da polícia do estado – os oficiais dizem não saber do fuzilamento, por isso não percebem problemas no resgate do corpo. Então, Carneiro e Ordine pedem autorização ao diretor da Estrada de Ferro, Gastão Serjat, para liberar os cadáveres e emprestar um vagão de trem que pudesse levar os caixões e depois trazer ao menos dois corpos: o do barão e o de Presciliano. “Fomos esbarrar na má vontade incompreensível do Sr. Gaston de Serjat que foi diretor da Estrada de Ferro no período Entre 1894 a 1902, que disse não admitir que retirassem cadáveres de dentro de suas propriedades”, descreveu Ordine em documento de 1913. (Interessante que Gaston tinha excelente relacionamento com políticos “Legalistas” sem podermos definir sua opinião política).
Ambos então recuaram e Ordine voltou para São José dos Pinhais a fim de organizar a expedição para roubar os corpos.
De volta a São José dos Pinhais, Ordine recrutou Joaquim Franco para abrir o caminho na mata que os levasse até os cadáveres, mas devido a uma picada de cobra que sofreu ele faleceu antes de completar o serviço.
A família de Joaquim procurou o Coronel para honrar a palavra do pai, dizendo que os filhos terminariam o que o pai havia começado.
Aqui o relato da história é interrompido e mostra‐se um documento sobre a verificação da existência dos corpos.
Do Sr. Coronel Luis Victorino Ordine
Recebi um Cartão do meu amigo o Sr. David Carneiro com as seguintes linhas:
“O nosso amigo barão foi transferido para o quartel dia 17, estando desde ontem incomunicável. Vão desta maneira aumentando seu sofrimento!…..
Dizem que o conselho militar se reunirá amanhã e começará então a funcionar. Não sei em que dará tanta perseguição.
Do amigo David”.
Este cartão estava datado de 20 de Maio de 1894. Recebendo eu esta noticia, fiquei incomodado, não só por ser amigo do Barão, como ainda por ser seu empregado, e dirigi-me imediatamente a Curitiba, afim de saber o resultado do “Conselho Militar”. Ali chegando, soube que o estimado Barão e seus companheiros de infortúnio haviam seguido para Paranaguá, a fim de embarcar com destino ao Rio de Janeiro.
Muitas eram as versões desse fato, pois uns diziam que não haviam chegado à Paranaguá e outros que o Barão e seus companheiros haviam embarcado, e outros com muitas reservas, que haviam sido assassinados na serra. Assim, diante de tantas versões para melhor saber a verdade , e por manter muito boas relações de amizade com um chefe de trem, procurei-o e infelizmente, confirmou-se os fatos de haverem sido assassinados na serra.
Imediatamente fui à residência do então meu inolvidável amigo e chefe, Doutor Vicente Machado, com quem mantinha as mais íntimas relações de amizade e ali chegando dei-lhe a triste noticia. Estava o meu inesquecível amigo muitíssimo abatido, porque já, horas antes havia recebido igual noticia. “Que vergonha para o nosso Paraná; que triste sorte para esses pobres chefes de família; não mereciam tão rude castigo”; palavras essas textuais de meu amigo Dr. Vicente Machado.
Quando manifestei ao Dr. Vicente Machado que iria dar sepultura a esses distintos brasileiros que se achavam insepultos, ele aprovou minha resolução, mandou-me que fosse então à procura do Sr. David Carneiro. Chegado que fui a residência do Sr. David, este, abraçou-me soluçante e disse-me: “Perdemos o nosso bom amigo Barão, para sempre” . Custei acomodá-lo e finalmente conseguindo, disse-me ainda o senhor David: “Sabe Victorino, ninguém quer ir enterrá-lo, porque estamos em estado de sitio e tem medo do General Quadros”.
Respondi-lhe que não receasse o estado de sitio, ficasse descansado que daria a sepultura a todos eles e iniciaria desde logo a viagem à serra. Montado a cavalo voltei a São José dos Pinhais, e aqui chegando, dirigi-me imediatamente a vila de Piraquara e lá procurei o Major Praxedes Gonçalves Pereira e disse-lhe que me comprometeria a das sepultura aos infelizes da Serra, e que necessitava de pessoal indispensável para esse serviço e que eu mesmo iria entender-me com os empregados do engenho do Sr. Bento Munhoz da Rocha, a fim de acompanharem-me a essa triste missão, a que prontamente os empregados aquiesceram.
Forneci-me ainda no referido engenho de cordas, picaretas, cortadeiras e pás, instrumentos necessários para o abrimento das sepulturas. Pernoitei em Piraquara e no seguinte dia, estava eu com o pessoal na estação para esperarmos a chegada do trem e ali embarcamos com destino ao Cadeado. O senhor Major Aguinelo Pereira acompanhou-me a estação. Chegado que foi o comboio, e depois de ter embarcado o pessoal, é que ouvimos o Sr Major Mauricio Sinke saltar na plataforma, e como éramos relacionados conversavam e chegamos a conclusão que ele também se dirigia a serra, ao lograr onde se encontravam os assassinados.
E como o Major Mauricio Sinke se encontrava a serviço do Quartel General, resolveu o Major Praxedes e outros, acompanhar-me à triste tarefa.
Desembarcamos todos na Estação do Cadeado e nos dirigimos ao quilometro 65 e quando ali chegamos no lugar onde se encontravam os cadáveres.
Vários de meus companheiros retiraram-se, para não assistirem aquele horrível quadro, ficando eu incumbido de tomar nota dos ferimentos para lavrarmos o auto competente.
E como os companheiros restantes fossem poucos tirei o paletó e o colete e dei inicio aos trabalhos de enterramento. Cortamos um barranco muito alto e coloquei o cadáver do Sr Schedler encostado no barranco o do Sr Moura, junto ao Schleder e o do Sr Balbino de Mendonça, que estava com os pés em cima do cadáver do Barão do Serro Azul, com o rosto virado para baixo. Ao remove-lo para colocá-lo na sepultura, retirei da camisa um botão que parecia-me ser de valor. Depois dei inicio ao nivelamento do terreno para servir de sepultura aos cadáveres do Barão e de Priscilliano Correia.
Essas sepulturas ao descer do despenhadeiro, achavam-se a direita, e olhando de frente encontrava-se o cadáver do Barão, a esquerda e a direita o de Prescilliano Correia, coloquei ao meio dos dois cadáveres, uma garrafa quebrada que se encontrava perto. Retirei do cadáver do Barão uma pequena argola de ouro do relógio, que estava segura no colete, no bolso do sobretudo encontrei um lenço molhado de sangue que mostrava ser do ferimento recebido na coxa e no bolso da calça uma chave curvada, vendo-se que uma das balas batera na referida chave. Cobri-lhe o rosto e o corpo com o sobretudo porque não desejava que a terra lhe manchasse o rosto.
Daí desci o despenhadeiro e fui encontrar o cadáver de Mattos Guedes, distante dos outros cadáveres, quase vinte metros, na beira de um riacho.
Retirei-o Mais para cima e dei-lhe sepultura.
E como lembrança para a família, retirei-lhe os botões do punho da camisa, que eram moedas de duzentos réis de prata do tempo do império. Os corvos pairavam por cima, mas respeitavam aqueles inditosos cadáveres, embora fizessem muitos dias que os mesmos se achavam insepultos. Depois de cumprida a minha promessa e de ter passado um após o outro esses cadáveres pelas minhas mãos, fui examinar o lugar aonde se deram os assassinatos e encontrei uma quantidade de cartuchos detonados, muitos botões pertencentes às vitimas e os trilhos da via férrea, manchados de sangue.
Depois de tudo terminado reuni-me novamente com meus companheiros e embarcamos tristemente de volta, cada um para a sua residência, recordando sempre o horroroso e horripilante drama da serra.
São José dos Pinhais , 10 de Novembro de 1924
Luis Victorino Ordine
O relato é feito pelo próprio Luiz Victorino Ordine, responsável pelo resgate e amigo próximo do Barão.no jornal O Dia em 2 de Dezembro de 1926.
Nele há o relato dos homens que foram realizar a tarefa, que são: Capitão Luiz Victorino Ordine (Maçom) , Tenente Agnello Carmeliano Pereira, Alberto Munhoz da Rocha, Domingos Leal Nunes, Manoel Simões e Simão Marques. Sendo os três últimos contratados.
Eles então encontraram os cadáveres e reconheceram os amigos e conhecidos, que eram: Barão do Serro Azul, Presciliano da Silva Correa, José Lourenço Schleder (Maçom da Loja Apostolo da Caridade), José Joaquim Ferreira de Moura (Maçom da Loja Virtude) e Balbino Carneiro de Mendonça (nas publicações o nome não é contemplado, mas Lourenço Rodrigo de Matos Guedes também foi um dentre o fuzilados).
Notaram que os corpos foram removidos do lugar original e que inclusive foram‐lhe levados as joias, acessórios e roupas.
O corpo do Barão tinha vestígios de dois tiros; um na parte da frente da coxa direita, e outro em um dos olhos.
O de Lourenço estava mais afastado, sem o chapéu e um dos calçados, indício de sua tentativa de fuga.
Os cadáveres foram enterrados próximos ao caminho do despenhadeiro. Para registrar o ocorrido, foram lavrados três termos iguais e devidamente assinados em 25 de maio de 1894.
Quando o filho de Joaquim Franco avisou Ordine que o trabalho fora cumprido, o Coronel começou a organizar a expedição. Reuniu dez homens, contando ele e o amigo Pedro Falce (Empreiteiro).
Começaram a caminhada, e antes de chegarem ao local pararam para dormir algumas vezes, em casa de amigos e acampamentos. Com medo de que os trabalhadores da estrada de ferro desconfiassem, um dos companheiros foi deixado com os doentes.
A certa altura do trajeto, num precipício, dois integrantes do grupo não quiseram prosseguir devido ao perigo do caminho. Então, sobravam cinco para realizar o resgate.
Chegaram ao local a noite e não encontraram dificuldades para desenterrar os dois mortos.
Passaram o resto da noite nas proximidades e retomaram o caminho ao amanhecer.
Devido a dificuldade em carregar os corpos, decidiram por levar o corpo do Barão primeiro, e depois os filhos de Joaquim Franco voltariam para buscar o do Sr. Presciliano. Colocaram o cadáver numa rede, e revezando de dois em dois o levaram até David e Leão, seguindo à Roseira (área próxima a São José dos Pinhais, provavelmente numa propriedade de Luis), para colocar no caixão em seguida para casa do Coronel Ordine.
Mas, por descuido, deixaram as sepulturas abertas e um empregado da Estrada de Ferro viu e reconheceu o corpo, denunciando às autoridades. Chamaram o Coronel Ordine , já sabendo que ele era o responsável, mas este mentiu e disse que havia os enterrado no cemitério de São José dos Pinhais.
Então, combinou com o sr. David Carneiro para que ele o esperasse no Xaxim quando chegassem com os corpos, e mandaria uma carta para avisar, contendo o seguinte código:
“Segue erva, apronte, sacos.”. Quando chegaram com o cadáver de Prisciliano, Victorino contratou uma carroça para levar os corpos nos caixões até o sr. Carneiro.
Estando os caixões devidamente disfarçados para ninguém identificar. O coronel permaneceu na casa de Carneiro até o anoitecer para irem ao cemitério Municipal de Curitiba enterrar os amigos.
Após isso, Ordine expõe o acontecimento por meio do termo abaixo:
Aqui termina o relato do Coronel Ordine, e nas publicações seguintes quem conta sua versão é o escrivão, Ermelino de Leão, filho de Agostinho Ermelino de Leão e sobrinho do Barão.
Ermelino conta nas datas dos dias 17, 19 e 20 que logo depois das mortes os familiares já queriam levar os corpos ao cemitério São Francisco de Paula, uns queriam, inclusive, realizar uma cerimônia, mas ele reconhece que as \”circunstâncias do momento\” impossibilitaram essa opção.
Chegado os restos mortais do Barão, sua esposa e amigos puderam realizar dignamente seu enterro, ainda que no silêncio e longe dos inimigos de Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul.
De uma maneira geral, a cultura paranaense é marginalizada em um contexto nacional.
A dificuldade em localizar a literatura e história regional se deve à ausência de características marcantes que definam o próprio estado. Bento Munhoz da Rocha Neto reproduziu em livro o que a revista carioca “A Ordem” escreveu:
O Paraná é um Estado típico desses que não têm um traço que faça deles alguma coisa notável, nem geograficamente como a Amazônia, nem pitorescamente como a Bahia ou o Rio Grande do Sul. Sem uma linha vigorosa de história como São Paulo, Minas e Pernambuco, sem uma natureza característica como o Nordeste, sem lendas de primitivismo como o Mato Grosso e Goiás.
Por isso o Paraná forma nessa retaguarda característica de incaracterísticos. (NETO, 1995)
Por esse motivo, evidencia‐se a dificuldade em encontrar certos registros da história paranaense.
Há poucos documentos e fontes que tratam da trajetória de Luiz Victorino Ordine em busca dos restosdo Barão do Serro Azul.
No âmbito estadual já é excessivamente complicado buscar referências e, na cidade de São José dos Pinhais, essa dificuldade se acentua, uma vez que os aspectos locais são ainda menos valorizados.
Notas Pessoais:
Impossível não relacionar os eventos aqui registrados com a atuação de maçons, mesmo que seja individualmente, pois temos entre os assassinados maçons e temos também entre os que participaram e arquitetaram o resgate maçons também.
Salta aos olhos uma intrigante questão, sabemos que alguns se conheciam através do mundo maçônico, que apesar de talvez “diferenças” ideológicas prevaleceu a Fraternidade. Imaginemos por um segundo apenas o sentimento desses abnegados irmãos que resgataram os corpos de seus irmãos queridos e “assassinados”, correndo sérios riscos de vida inclusive, mas também riscos de perseguições políticas afinal as “vitimas” do km 65 estavam em desgraça perante a Republica de Floriano, sendo inclusive proibido a pronuncia de seus nomes, imaginemos o quão os eram “caros” esses irmãos.
Devemos tentar sempre manter viva a chama da Fraternidade, e cultuando os nossos verdadeiros “heróis”, para que não se caia no esquecimento da vala comum.
Quando Luis Victorino, nas palavras dele mesmo diz que iria resgatar seu amigo e ex patrão sentimos que vai alem disso.
E esse sentimento segue com David Carneiro. Mauricio Sinke (Maçom da Loja Fraternidade Paranaense), Ermelino de Leão (Maçom da Loja Fraternidade Paranaense),e outros, imaginem por um segundo o sentimento dos irmãos em Curitiba com tão grave acontecimento, perguntas que ficam: Qual o sentimento nas Lojas? O que se falou na época?
Hamilton F Sampaio Junior .’.
Biografia
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BOBROWEC, Antonio. Luiz Victorino Ordine. Revista Correio, São José dos Pinhais, n.866, 2014.
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A TRAGÉDIA do Pico do Diabo. Gazeta do Povo, Curitiba, 7 maio 1924, p. 5.
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