JOSEPH MAURICE LEON SOUNIS

hamilton |23 janeiro, 2024

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JOSEPH MAURICE LEON SOUNIS

Nasceu a 01 de dezembro de 1859 em Chambery, Departamento de Alta Saboia, França. Filho de Auguste Sounis e Clotilde Gelly Sounis.
Fez as primeiras letras em sua cidade natal e seus estudos secundários e superiores na cidade de Lyon, sede do Departamento de Rhône, onde fixou residência.

Estudou na Escola Superior de Engenharia de Lyon onde recebeu o diploma de Engenheiro com especialização em pontes e estradas (Engénieur de Pontes et Chaussés).

Em 1878 imigrou para o Brasil e logo após sua chegada, naturalizou-se brasileiro e fixou residência na cidade de Paranaguá no estado do Paraná passando a assinar Maurício Leão Sounis.

Casou-se com Maria Candida Ribeiro Sounis e desta união tiveram filhos: Aracy Sounis e, o General Jorge Augusto Ribeiro Sounis.

Em 01 de agosto de 1879 foi contratado pelo Comendador Antônio Ricardo dos Santos para a montagem de um engenho a vapor para a moagem de cana, em sua propriedade, conforme o Decreto Imperial N. 6639 de 31 de julho de 1877.

Este Decreto, entre outras condições, determinava que o local de sua instalação fosse o núcleo colonial Nova Itália na vizinha cidade de Morretes e que a conclusão ocorresse no prazo de um ano.

Em 12 de outubro de 1880 encerrou-se seu contrato e neste ano entra em operação o Engenho Central de Morretes, o primeiro engenho a vapor no Paraná e o segundo no Brasil.

Estrada de ferro Paranaguá-Curitiba (Imagem: Reprodução), ano desconhecido

Em 1875, foi considerada caduca a concessão Pereira Rebouças, sendo dada uma
nova, à “Compagnie Générale Chemins de Fer Brésiliens”.

Até 1879 o tempo foi gasto em estudos e modificações no traçado.

Naquele ano, a companhia francesa, investida nos ônus e direitos de concessionária, iniciou rapidamente as obras.
Para a estrada de ferro vieram, de Marselha, Pedro Aloys Scherrer e Beaufort.

Em 1880, tendo findo a montagem do Engenho Central de Morretes, Maurice Leon Sounis, francês, foi admitido para trabalhar na construção da via férrea.

Fez parte, ao lado de outros engenheiros franceses, da “Cie Générale Chemins de Fer Brésiliens”, chefiada pelo engenheiro italiano Antonio Ferrucci, que operou até o quilômetro 45.

Daí para diante, passou a trabalhar na montagem de obras de arte, como viadutos e pontes, sob o planejamento de Antonio Rebouças e a direção do engenheiro João Teixeira Soares.

Ajudou na montagem de pontes metálicas e viadutos, giradores, reservatório d’agua e oficinas de Curitiba das quais foi chefe.

Um de seus companheiros de França foi Gaston de Cerjat, que dirigiu os trabalhos de operação da ferrovia de 1895 a 1902.

Foi sócio do Club Litterario de Paranaguá

No ano de 1893 foi nomeado para a Guarda Nacional com o posto de Capitão.

Periódico A Republica edição 00245 pág 2 1893.

 

Em Paranaguá também foram miseravelmente fusilados por um pelotão de soldados do Marechal Floriano, sob o comando do capitão Leon Sounis, os oficiais revolucionários Capitão Colonia e Tenente João de Matos.
O primeiro não permitiu que lhe colocassem a venda nos olhos e exclamou, com toda a pujança dos seus pulmões, no doloroso momento em que o pelotão de fusilamento descarregou as suas carabinas sobre o peito do Soldado:

“Viva a República!”.
Juntamente com o tenente-coronel e nào capitão Antonio José colônia, foi fusilado o capitão e não o tenente Pedro Nolasco que fora legalista, tendo servido como instrutor da Guarda Nacional mobilizada para a defesa de Paranaguá contra a esquadra revoltada.

Finda a revolução deixou-se ficar  confiante na justiça militar, sendo porem fuzilado erroneamente, sem forma de processo e por suspeita de haver
aderido ao movimento revolucionário.

Ainda em 1894 após a “Invasão de Paranaguá”.

O Capitão legalista Leon Sonis francês de nascimento foi encarregado pelo General Pego Junior a dinamitar o túnel da estrada de ferro, mas não cumpriu a ordem , pois o mesmo havia trabalhado na construção do túnel e naturalmente deve ter avaliado o quanto o estado dependia daquele trecho da estrada de ferro, por sinal um dos mais belos túneis do País.

No ano de 1896 Cap.  Leon Sounis fez parte da Sociedade Bilontras

Foi membro do Clube Republicano de Paranaguá e, no ano de 1898 participou da comissão de recepção para o Dr. Vicente Machado.

No ano de 1901 foi nomeado para o cargo de engenheiro municipal de Paranaguá.

Em 1904 pediu estudos sobre minas e sobre uma terra em Guaraquessaba.

Uma curiosidade sobre sua neta a poetisa Jandira Sounis Carvalho de Oliveira

Uma vida é um fragmento
Annibal Ribeiro Filho.

“Com esse título, a poetisa Jandira Sounis Carvalho de Oliveira revelou-se ao Paraná, estreando nas letras com um magnífico livro de poesias, valorizando a literatura nacional com uma seleção de versos do mais puro sentimentalismo onde magistralmente se mesclam a estesia da forma e a profundidade dos conceitos.
Não foi surpresa para mim a revelação poética da festejada cultora das letras, de tão fértil inspiração que com tanta arte sabe transmitir, pois conhecendo-a desde os tempos da juventude, a ela estou ligado por profundos laços afetivos e de parentesco. Jandira Sounis de Oliveira é filha do general Jorge Augusto
Ribeiro Sounis e de D. Evangelina Graciliana de Matos Sounis, ambos paranaenses, já falecidos, sendo irmã do médico Dr. Emílio Sounis, consagrado poeta e um dos valores intelectuais do Paraná.

Pelo lado materno é neta do Desembargador Olavo de Matos, eminente magistrado que honrou a cultura paranaense.

Pelo lado paterno tem suas raízes em Paranaguá onde nasceram seu pai e
todos os ascendentes.

É neta de Maurice Leon Sounis, ligado à história do nosso Estado como engenheiro da Companhia francesa que construiu a Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, e como Comandante da Praça de Paranaguá na revolução de 1894, e de D. Maria Cândida Ribeiro Sounis, pertencente a velho tronco parnanguara,
irmã de Joaquim Loureiro Ribeiro, Glória Ribeiro Amorim, Demétria Ribeiro Bittencourt e Annibal Ribeiro”.

Mudou-se para o Rio de Janeiro com a familia.

Faleceu no Rio de Janeiro em 11 de junho de 1931 no Hospital São Francisco de Assis e enterrado no Cemitério São João Batista.

Hamilton F. Sampaio Junior.’.

Referências:

SAMPAIO, Hamilton. ENTRE O COMPASSO E O ESQUADRO: Gênese das Lojas Maçônicas no Paraná entre 1830 e 1930. In: ENTRE O COMPASSO E O ESQUADRO: Gênese das Lojas Maçônicas no Paraná entre 1830 e 1930. 1. ed. Curitiba: Novagrafica, 2019. v. 1, cap. 1, p. 2. FILHO,

SPOLADORE, Hércule. HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX: HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX. In: HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX: HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX. 1. ed. LONDRINA: Ruahgraf Gráfica e Editora Ltda, 2007. v. 1, cap. 1, p. 2. ISBN 8590725804, 978859072580.REVISTA PANORAMA. nº 44, p. 50, 51, 25, jan.1956. Francisco negrão. Genealogia paranaense: genealogia paranaense. 3. ed. PARANA: Tipografia paranaense, 1928. 347 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Rocha Pombo Para a História

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