Eloína Loyola de Camargo Vianna

hamilton |24 outubro, 2024

Blog | Rastro Ancestral

 

A jovem professorinha aqui chegou por volta de 1921, e o destino, a Paranaguá, no caso em tela, foi superiormente dadivoso porque daqui nunca mais a tirou.

Imagem cedida por Moises Soares

Eloína é filha de Joaquim Duarte de Camargo e de Emília Loyola de Camargo. Nasceu a 29 de outubro de 1901 na cidade de Castro. Lá permaneceu até os seis anos quando então seus pais transferem-se para Curitiba.

Fez o primário e o Curso Normal naquela capital, tendo colado grau como professora primária em 1920. Tendo sido nomeada imediatamente para Teixeira Soares, logo, em meados de 1921, transfere-se para Paranaguá e vem, com sua marcante personalidade, honrar as velhas salas do Faria Sobrinho.

Ganhamos nós a vivência de quem tanto fez por nós.

Casou-se em 1922 com Álvaro de Souza Vianna e desse matrimônio teve seis filhos, que ainda hoje, enobrecem e ilustram a nossa sociedade. Com a fundação da Escola Normal em 1927 foi professora e depois diretora do Grupo Escolar Anexo à mesma Escola.

Era o grupo campo preparatório à formação das jovens professoras.

Em seguida, deixou essa Direção para ser agora, professora de Puericultura da mesma Escola Normal.

Durante os longos anos que aí trabalhou teve a oportunidade de lecionar também Física e Química, Anatomia e Fisiologia Humana, Didática e Prática de Ensino.

Aposentando-se após 38 anos de exercício ininterrupto do magistério continuou a ministrar aulas particulares de matemática, ainda por 10 anos, à juventude parnanguara.

Cobrava pequenas mensalidades e dos pobres nada recebia.

Fez parte do bloco “Mascara Negra”, no Club Litterario de Paranaguá em 1922.

Foi uma abnegada e cumpriu com dignidade o seu altruístico sacerdócio. Com o agravamento do estado de saúde do seu esposo, deixou o magistério em caráter definitivo.

Com quase 80 anos ainda lembramos dela sorridente e sadia a encantar, com sua presença, as ruas de nossa querida cidade.

Construiu com amor e enorme afetividade uma honrosa descendência de seis filhos, um já falecido, 21 netos e 23 bisnetos.

Oxalá Deus a leve aos trinetos. A mim, particularmente, que aos seis anos recebia dela todos os reflexos e impulsos que teriam por escopo alfabetizar-me, foi-me, altamente honroso e até gratificante, dezenas de anos depois ter tido a oportunidade de ser professor de

todos os seus filhos.

Ela faleceu em 1 de fevereiro de 2001, em Curitiba, Paraná, Brasil, com 99 anos.

Hamilton Ferreira Sampaio Junior

Referências:

TRAMUJAS, Joaquim. Vivencias. Paranaguá: Propria, 1985. 419 p. v. 1.

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