Cel. Joaquim Cândido Corrêa (pai de Iria Corrêa). Óleo sobre tela. 80 x 62 cm Foto: Kraw Penas/SEEC.
Joaquim Cândido Correia, dia a dia
Alma de justo, coração de escol,
Velhinho, junto à igreja da Ordem ia
Num delicioso martirológio,
Acertar o seu relógio
Às doze horas, pelo sol.
Nascido em 1816 no Rio de Janeiro filho de Manoel Francisco Correia e Joaquina Maria Correia (nascida da Ascenção Correia), casou no Rio de Janeiro próximo de 1836 com Damiana Vieira do Nascimento, filha de Sebastião Vieira do Nascimento, natural de Santa Catarina, e de sua mulher Anna Vieira do Nascimento natural do Rio de Janeiro.
Foi homem abastado e de valor social e político. Deu esmerada educação e instrução a seus filhos:
Tacito Correia, Iria Correia, Deocleciano Correia, Carlos Correia, Maria Candida Correia, Carolina Candida Correia, Sergi, Virgilio, Democrito, Sophia.
Era 1° Vig.∴ da Loja Maçônica União Paranaguense no ano de 1846, 1847 e 1848 sendo eleito para 1° Vig com 11 votos segundo documento (processo eleitoral) desta mesma oficina par ao exercício de 1848.
Ata da Sessão de Eleição da Loja União Paranaguense no ano de 1846.
A loja “União Paranaguense” funcionava em um prédio alugado na Rua do Fogo, mas entre 1845 e 1847, passou a construir Templo Próprio na Rua da Misericórdia, prédio este que ocupou no ano de 1848.
Memórias Históricas Antônio Vieira dos Santos.
Em 1848 foi nomeado pelo governo Provincial para membro da comissão das Escolas de Primeiras Letras.
Reformado com a patente de Coronel do extinto 1° Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional da cidade de Paranaguá.
Publicado no periódico O Maranhense de 1854 edição 144 página 2.
Em 1854 por intermédio de um oficio acusando o recebimento de exemplares de decretos e cadernos de decisões do governo nos informa que Joaquim era Presidente da Câmara de Paranaguá e, também era Curador de Órfãos de Paranaguá e Guaratuba, cargo que solicitou o desligamento neste mesmo ano de 1854.
Nas eleições de 1856 foi o segundo Vereador mais votado segundo nos informa o periódico Dezenove de Dezembro.
No princípio dos anos de 1870 ele era um dos membros do Conselho do Recurso * que era composto por três membros: o Juiz Municipal, o presidente da Câmara Municipal e o Eleitor mais Votado da Cidade.
Segundo o articulista do jornal “A Actualidade”, em tal período o futuro Visconde de Nácar e um correligionário faziam parte do mencionado órgão municipal.
Nácar pertencia a esse órgão na condição de eleitor mais votado.
O outro participante da instituição era o citado Joaquim Cândido Correia, que fora o segundo eleitor mais votado de Paranaguá em 1856.
O cargo Juiz Municipal de Paranaguá, por seu turno, era exercido pelo fluminense José da Rocha Vianna, membro da grei liberal.
*(“O Artigo 33 da Lei Regulamentar das Eleições do Império do Brasil, de 19 de agosto de 1846, determinava: “Em cada Município haverá um Conselho Municipal de Recurso, composto do Juiz Municipal, que será o Presidente, do presidente da Câmara Municipal, e do Eleitor mais votado da Paróquia cabeça do Município. No caso de qualquer deles ter feito parte da Junta Qualificadora de alguma Freguesia, servirá em seu lugar o seu substituto legal, ou o imediato em votos”).
Fez parte das eleições da Mesa da Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá.
BR PRAPPR PB001 IRM44.29 relações com a eleição da mesa da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá.
Podemos verificar que em 1860 era Vice Consul de Portugal.
BR PRAPPR PB001 IIP787.57 Ofício ao vice-cônsul português solicitando que lhe dê uma certidão da apresentação como residente no Brasil
Foi agraciado com a comenda do Rosa no Grau de Comendador pelo Imperador, pelos seus importantes serviços prestados à comunidade de Paranaguá.
Coronel Joaquim Candido Correia administrador da mesa de rendas de Antonina e Paranaguá substituindo Joaquim Antônio Guimarães.
Em 1878 era o Coronel Joaquim Candido Correia administrador da mesa de rendas de Antonina e Paranaguá, transcrevendo a movimentação dos portos destas localidades entre 1870 1876, conforme nos informa o periódico “Revista do Instituto Polytechnico Brasileiro” em sua edição 000011 página 190.
Periódico Revista do Instituto Polytechnico Brasileiro edição 00011 página 207.
Foi Pai de Iria Correia Francisco Dias Negrão refere-se a ela na “Genealogia Paranaense vol. 3 págs. 159.
“Iria Correia falecida solteira em plena mocidade, há muitos anos.
Era dotada de lúcida inteligência e recebeu esmerada educação; foi ela uma das paranaenses mais instruídas de seu tempo. Cultivava a música e a pintura com dedicado esmero; conhecia todas as prendas domésticas; ali estão cuidadosamente guardados por suas distintas irmãs Maria Correia e Carolina Cândida Correia, em Paranaguá, que conservam como preciosas relíquias, s seus quadros, mostrando conhecimento da autora, dos diversos gêneros de pintura, e inúmeros trabalhos de grande valor, que nos obriga a render este preito de justa homenagem aquela que tão pouco viveu e tantas provas deixou de seu grande talento artístico”.
Em 1872 foi nomeado pelo Governo da Província por ato em 6 de fevereiro de 1872 como 1° suplente para a delegacia de Paranaguá, segundo nos diz o “Commercio” do Paraná.
Faleceu em 16 de abril de 1884 em Paranaguá com 68 anos, assim nos colocou o Jornal do Comércio em sua edição de 23 de abril de 1884.
“Geralmente estimado por suas excelentes qualidades e respeitado por seu caráter, era o finado um dos ornamentos da Sociedade Paranaguense.
Compreendendo a sublime missão de pai, não poupou sacrifícios em favor da educação de seus filhos.
Pelos serviços prestados durante muitos anos na qualidade de Vice-cônsul de Portugal, foi condecorado por Sua Majestade fidelíssima.
Morreu pobre e honrado
O Partido Conservador perdeu um adepto moderado, porém intransigente.
transmitindo aos nossos leitores a infausta noticia, apresentamos á digna família do ilustre finado os nossos sinceros pêsames”.
Hamilton Ferreira Sampaio Junior
Referências:
FILHO, Francisco negrão. Genealogia paranaense: genealogia paranaense. 3. ed. PARANA: Tipografia paranaense, 1928. 347 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 IIP787.57.
Wikipédia
Biblioteca Nacional – Hemeroteca
Histórico da Biblioteca no sítio da Fundação Biblioteca Nacional
MORAES, Rubens Borba de. e AZEVEDO, Elisa de Mello Kerr. (novembro de 2017). «Livros e Bibliotecas no Brasil Colonial. 2 ed. Brasília: Briquet de Lemos/ Livros, 2006, p. 20. p.60.» (PDF).
TJPR-Catalogação dos Processos de Paranaguá (1711 – 1991).
Instituto Moisés Soares