Francisco Gonçalves de Araujo

hamilton |01 junho, 2021

Blog | Rastro Ancestral

Francisco Gonçalves de Araujo nasceu em 1810, infelizmente a única documentação encontrada foram as listas de qualificações de votantes da igreja católica de Paranaguá de 1861 e, o mesmo nos informa que ele tinha 51 anos, sabemos que esteve em Paranaguá entre 1829 até seu falecimento em 1885, não conseguimos informação sobre sua família e, deixamos esta pesquisa em aberto para incorporarmos novos dados, sabemos também que ele possuía imóvel no primeiro quarteirão da cidade de Paranaguá.

Foi inspetor da Alfandega de Paranaguá entre 1829 – 1850, a Alfandega de Paranaguá foi criada por provisão em 18 de junho de 1827, enquanto Paranaguá pertencia a Provincia de São Paulo.

Antiga Alfandega de Paranaguá

Fazia parte do Partido Conservador

Em 1831 encontramos o nome de Francisco em uma lista de cidadões que fizeram uma contribuição para a construção de uma estrada entre Paranaguá e a Vila de Morretes.

Foi Membro da Loja União Paranaguense

Foi 1° Diac∴ da Loja Maçônica União Paranaguense no ano de 1846, 1847 e 1848 sendo eleito para o cargo de 1° Diac∴ com 11 votos segundo documento (processo eleitoral) desta mesma oficina para o exercício de 1848.

Ata da Sessão de Eleição da Loja União Paranaguense no ano de 1846.

A loja “União Paranaguense” funcionava em um prédio alugado na Rua do Fogo, mas entre 1845 e 1847, passou a construir Templo Próprio na Rua da Misericórdia, prédio este que ocupou no ano de 1848.

No Jornal “Correio da Tarde” edição 119 de 29 de maio de 1848, encontramos curiosamente uma informação sobre Francisco Gonçalves de Araújo.

Leu assim

“Consta agora cá pela roça que o tal “Além de Castro” referindo-se obviamente a “Antonio Pedro de Alencastro” que era Inspetor da Alfandega de Paranaguá em 1845 , consta que ele suspendeu o escrivão da Alfandega Francisco Gonçalves de Araujo de seu emprego por um mês, isto muito me admirou porque conheço esse moço, que servindo o lugar a mais de 16 anos nunca lhe foi notada uma falta, escrevi, pois, a meu comprade Gervásio perguntando como foi isso, e ele me disse que a suspensão teve lugar por não querer o escrivão passar a certidão falsa como exigia o “Além de Castro”, bem como que este gritava (para quem queria ouvir) que havia de o Araujo ser demitido e, que nem seria guarda da Alfandega que não temia  a  Tesouraria etc etc – Caspite ! o homem he de truz, vai a quem compete a reprimenda. Este negócio se tem tornado popular, todos anhelam ver o desfecho da comédia, o homem ostenta grandes proteções, levanta altaneiro a proa, veremos se há agua benta para limpa-lo das culpas, pois se houver direi como o poeta:

“Vai o mundo a peior amigo calvo

Tudo se abastrardoa e degenera”

Ass “O Roceiro”

Ainda em 1848 encontramos no Jornal do Commercio edição 329 de 29 de novembro de 1848, vemos uma admoestação do Inspetor da Alfandega de Paranaguá Antonio Pero de Alencastro, aqui podemos entender o começo da perseguição que culiminaria com a saída de Francisco da Alfandega e o seu pedido de aposentadoria.

Jornal do Commercio edição 329 de 29 de novembro de 1848.

Jornal Correio da Tarde edição 139 de 1848.

Ainda em 1848 Francisco reclama sobre as calunias lançadas sobre ele através do jornal

Em 1860 foi nomeado secretário da inspetoria da junta de saúde do porto de Paranaguá.

Ainda encontramos uma declaração dos colegas de Alfandega de Francisco depondo sobre seu trabalho na alfandega.

Em 1860 encontramos Francisco como Vereador.

Jornal do Commercio 1860 edição 0298.

Em idos de 1869 encontramos um pedido de melhoramento de aposentadoria de Francisco Gonçalves Araújo encaminhado para a Comissão de Pensões e Ordenados do Império.

Ainda em 1871 encontramos outra solicitação de melhoria encaminhado para a Comissão de Pensões e Ordenados do Império.

No ano de 1869 o periódico Dezenove de Dezembro relata as eleições provinciais de 1869.

Encontramos um registro de inventário de Francisco Maria Benedita Morretes e Antonio Morretes

Em 1873 encontramos seu nome em uma lista de Vereadores como suplente no periódico dezenove de dezembro.

 

Faleceu em 18 de dezembro de 1885 em Paranaguá, a idade informada pelo periódico provavelmente esta equivocada.

Gazeta Paranaense 22 de dezembro de 1885 Edição 430 PAG 3.

Hamilton Ferreira Sampaio Junior

Referências:

Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

MJ (Brasilia). Receita Federal. Alfândegas – Letra P: Alfândega – Paranaguá. In: FEDERAL, Receita. Alfândega – Paranaguá : Alfândega – Paranaguá. Brasilia: MJ, 2021. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/historico/srf/historia/catalogo/letraA/alfandegas/alf_p.htm. Acesso em: 20 maio 2021.

FILHO, Francisco negrão. Genealogia paranaense: genealogia paranaense. 3. ed. PARANA: Tipografia paranaense, 1928. 347 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 IIP787.57.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 IRM53.29.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 SGO291.215.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 SGO282.214.

Wikipédia

Biblioteca Nacional – Hemeroteca

Histórico da Biblioteca no sítio da Fundação Biblioteca Nacional

MORAES, Rubens Borba de. e AZEVEDO, Elisa de Mello Kerr. (novembro de 2017). «Livros e Bibliotecas no Brasil Colonial. 2 ed. Brasília: Briquet de Lemos/ Livros, 2006, p. 20. p.60.» (PDF).

TJPR-Catalogação dos Processos de Paranaguá (1711 – 1991).

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