O Club Litterario
Brasão de desvanecimento para a nossa gente é o velho e fidalgo “Club Litterario”, expoente máximo da Sociedade Parnanguara.
Nascido como por encanto, em 1872, pelo milagre de 12 apóstolos da cultura moral e intelectual, ainda hoje conserva os traços firmes de sua fidalguia incontestável.
Tradição deveras honrosa de nossa cidade, troféu nobre de cruentas batalhas do espirito, vencidas por gerações e gerações de paranaguenses eleitos do talento e da nobreza de caráter, o Club Litterario, que venceu o seu 150° aniversário de existência.
Tem sofrido através dos anos duros embates, mas sempre vitorioso, atinge ele mais de um século e meio de vida operosa no seio da sociedade de Paranaguá, conduzindo sempre com carinhoso zelo os filhos dedicados desta nossa muito querida Paranaguá.
Isso honra sobremodo a nossa gente, enche de orgulho aqueles que tiveram a imensa ventura de nascer sob o céu azul desta terra bendita das margens do poderoso Rio Taguaré e, provoca desejo ardente de se viver no doce enleio da santa família que é a nossa sociedade.
Nos tempos que vão longe, em que a Província do Paraná mantinha apenas a Instrução Primária, o Club Litterario criava o seu “Curso de Preparatórios” (português, francês, inglês, geografia, história, retórica e poética).
No “Livro do Mérito” constam os nomes de 3 distintas damas que receberam títulos honoríficos:
D. Maria Julia da Silva Nascimento— Sócia honorária; em 1889.
D. Ludovica Caviglia Borio— Sócia honorária; em 1901.
D. Celina da Silva Correia — Sócia benfeitora; em 1920.
Merecimentos esses, pelos relevantes serviços prestados à Sociedade Parnanguára e, em particular ao tradicional Club Litterario.
Plêiade admirável de conferencistas e oradores de rara inteligência e comprovada cultura perlustrou os umbrais desse solar tão nosso, enriquecendo-o com seus dotes de sólida instrução.
Assim o “Club Litterario” permanece como um farol erigido em cima da rocha do conhecimento, guiando gerações e gerações de parnanguaras no caminho do futuro e da luz.
Hamilton Ferreira Sampaio Junior
Ref:
Paranaguá na História e Tradição
“Diário do Commercio”