Joaquim Soares Rodrigues

hamilton |12 novembro, 2022

Blog | Rastro Ancestral
Joaquim Soares com seu neto Aníbal Ribeiro Filho em seu colo (Cortesia do amigo Ivan Lapolli Filho).

Joaquim Soares Rodrigues, nascido em Portugal em idos de 1850, naturalizou-se brasileiro em 1882.

Pedido de Naturalização.

Casado com Analia Rodrigues Soares, ficou viúvo em idos de 1883, contraiu segunda núpcias com Dona Maria Carolina Pereira Rodrigues, estes adotaram (registraram) e legitimaram como filha Albertina Soares Rodrigues, também a educaram.

Iniciado na Loja Perseverança em Paranaguá no ano de 1871, aparece no ano de 1884 como Sec∴ do Capitulo Perseverança de Paranaguá.

Comerciante de grande expressão na cidade de Paranaguá, ocupou diversos cargos, foi camarista, agente de imigração e muitos outros.

Entrou como associado no Club Litterario de Paranaguá em 1880.

Em 1891 exercia o cargo de “Agente de Imigração” em Paranaguá, cargo que exerceu até 1892.

Era sócio da Cia Mathias Bohn & Comp no ano de 1893.

No ano de 1894 foi nomeado camarista em Paranaguá juntamente com Joaquim Candido Rocha.

Esteve diretamente ligado à revolução Federalista tendo sido citado junto com famosos “Paranaguaras” que foram Maragatos, consta na lista dos que iriam ser “fuzilados” por tomar parte no levante.

Em 1902 sua filha adotiva Albertina faz aniversário, a mesma casou-se em 1903 com Anibal Ribeiro.

No ano de 1909 são coletadas prendas para conclusão de obras da Capela do Rocio. (mantida a grafia da época)



Foto Acervo do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá.

“Exma. Snra.
A commissão abaixo assignada, desejando concluir as obras do Santuário de N. S. do Rocio, vem pedir a V. Exa. prendas para o leilão que terá lugar domingo, 14 de novembro, apóz a missa no Rocio.
Confiando nos sentimentos religiosos de V. Exa. e fé na Santissima Virgem, a Commissão conta com o valioso concurso de V. Exa. a quem, antecipadamente agradece o auxilio que se dignar prestar-lhe.”


Paranaguá, 26 de outubro de 1909.

João Guilherme Guimarães
Carlos Eugenio de Souza
Joaquim Soares Rodrigues
Padre José Teixeira da Silva
Alberto Gomes Veiga
Sebastião De Santánna Lobo
João Estevão da Silva

Foi proprietário de uma casa na Ruz XV de Novembro.
Construção Joaquim Soares Rodrigues.

Fotos créditos Lizangela Pinto Siqueira

Nota-se as iniciais de Joaquim Soares Rodrigues

Fotos créditos Lizangela Pinto Siqueira

Fotos créditos Lizangela Pinto Siqueira

Viveram nesta casa

Joaquim Américo Guimarães (1º Presidente do Atlético paranaense)

Waldemar Zetolo

Nelson Medrado Dias

Epaminondas Pereira (dentista)

Isami Morita (médico)

Atualmente a Casa está em restauro e, pertence a família de Armando Hamud.

                Em 16 novembro de  1903 sofreu um grande incêndio.

No ano de 1904 era presidente da “Sociedade Protetora das Famílias”.

Era membro do Partido Republicano.

Encontramos a história de Thiago Freitas, o aguadeiro negro de Paranaguá que, em 1906, enfrentou o coronel autoritário e racista do seu tempo.

[…] Uma notícia do jornal A República de 14 de fevereiro de 1906 permite compreender um pouco sobre a vida dos aguadeiros de Paranaguá no início do século XX. A notícia é sobre um suposto atentado à vida do coronel Joaquim Soares Rodrigues por um aguadeiro chamado Thiago Damasio de Freitas, mais conhecido como Valladares. Em depoimento, Freitas negou ter atentado contra a vida do coronel e disse que o coronel “o andava perseguindo em todos os seus negócios, a ponto de pedir aos seus amigos para não comprarem mais água dele”, por isso foi até o seu escritório “afim de pedir-lhe que não continuasse a persegui-lo, e que o deixasse viver, pois era pobre e tinha mulher e filhos”. Ele disse ao coronel que “o tempo do cativeiro já tinha acabado” e que “os portugueses não tem mais direito de mandar buscar negros para vender como animais”, nesta ocasião, começou a confusão que terminou com a prisão de Freitas. Quando questionado sobre o motivo do coronel persegui-lo, ele respondeu que acredita se tratar de divergências políticas, por ele ter votado no partido contrário ao do coronel. […]

“O acontecimento passou a ser folclore …

Thiago Damásio, aguadeiro e trabalhador, naquele dia não tomou da sua água…

Depois de tomar umas, dirigiu-se a “Confeitaria Camargo” e passou a discutir com Joaquim Soares Rodrigues, e por pouco não foram as vias de fato, embora estivesse Thiago com a faca fora da bainha, quando um funcionário da confeitaria (Flávio Luck) o enfrentou com martelo…

Logo após, Thiago foi preso e disse que havia bebido um pouco, e o motivo foi que Tenente Coronel Joaquim Soares Rodrigues pedia a seus amigos que não comprassem da sua água…E que tal fato foi perseguição política…(em momento algum a condição de negro foi motivo para o ato) Joaquim Soares Rodrigues era empresário e atuante na maçonaria ( que era contrária a escravidão, que comprava e libertava com “vaquinhas entre os maçons”) , pessoa de muitos amigos, vasto relacionamento em Paranaguá e Curitiba, Diretor do Litterario e Tesoureiro da Igreja do Rocio. Era um dos maiores contribuintes de impostos da cidade, membro do Partido Republicano e fazia parte da “Sociedade de Proteção as Famílias de Paranaguá”, e mais tarde chegou a ser espécie de Prefeito Interino.

O engraçado, que apesar do “atentado a sua vida” como noticiado, sequer foi prestar seu depoimento, pois sabia que após a bebedeira, Thiago ( És louco ? ) voltaria ao normal…Mas seria tentativa por encomenda ? Os ânimos da Revolução Federalista ainda estavam exaltados… Mais lado político, nada com relação a cor ou raça.”

“Ivan Lapolli Filho”.

Tornou-se sócio benfeitor do “Club Litterario” de Paranaguá em 1904.

Faleceu em 17 de outubro de 1924 em Paranaguá, aos 74 anos de idade na Casa de número 40 da Rua Pêcego Junior, vitimado por insuficiência cardíaca.

Hamilton Ferreira Sampaio Junior

Referências:

NICOLAS, Maria. A Alma das Ruas de Paranaguá: A Alma das Ruas de Paranaguá. 4. ed. Curitiba: Própria, 1964. 55 p. v. 4.

Instituto Moisés Soares http://msinstituto.blogspot.com/

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My Heritage

VIANA, Manoel. Paranaguá na História e na Tradição: Paranaguá na História e na Tradição. 1. ed. [S. l.s. n.], 1971.

SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

REVISTA PANORAMA. nº 44, p. 50, 51, 25, jan.1956.

NICOLAS, Maria.Vultos paranaenses. 1958. v. 3.

LEÃO, Ermelino Agostinho de. Dicionário Histórico e Geográfico do Paraná. v. 1.

FILHO, Francisco negrão. Genealogia paranaense: genealogia paranaense. 3. ed. PARANA: Tipografia paranaense, 1928. 347 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 IIP787.57.

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