Ludovica Caviglia Bório

hamilton |31 dezembro, 2022

Blog | Rastro Ancestral

 

No ano de 1890 já casada tinha uma escola de nome “Colégio Ludovica Bório”, em Paranaguá, deixando seu legado por mais de 30 anos de serviços prestados a cultura na comunidade paranaguense.

Assim se refere a ela na obra de Manoel Viana “Na História e na Tradição”

Uma Grande Mestra!

Professora normalista, nascida em Turim (Itália), em 1865, aos 25 de Outubro, aonde estudou e se formou.

Veio ao Brasil em 1889, em companhia de seu noivo o Sr João Batista Bório.

Seu Bório como o chamavam, de  origem italiana, há muito residindo em Paranaguá, com sua bem montada “Barbearia”, era muito estimado na cidade, principalmente pela fina flor da sociedade paranaguara, formando toda ela a sua melhor freguesia.

Viúvo duas vezes, teve do 1 matimônio, dois filhos, Celestino  e Secundino e, destes, 3 netos, Atilio, Janguito e Olavo. Este último tocava violino  com muito gosto e sentimento.

Seu Bório, então casou em segundas núpcias, com uma irmã do velho e honrado Anibal Dias de Paiva.

Enviuvando pela 2 vez, resolveu dar um passeio à sua querida Itália, deixando os filhos á testa de seus negócios.

Chegando ao seu país visitando a linda cidade de Turim, lá conheceu sua prima Ludovica Caviglia Bório e, um romance de amor nasceu entre os dois.

Parece que a família dela não apoiava o casamento devido a questão de classe social (Ludovica era sobrinha de um Bispo e descendente de tradicional família).

Mas como o amor esta acima de tudo na vida! Ambos resolveram fugir para o Brasil e, aqui se casar.

Assim fizeram, casando a bordo do navio em que viajavam, para depois confirmar em Paranaguá.

Entre o ano de 1896 e a primeira década deste século, o clube viveu grandes noitadas de arte sob a direção de D. Ludovica Caviglia Bório, porém estas notícias mais detalhadas perderam-se no tempo.

Criou um curso de bordados e prendas domésticas, incluindo pintura e piano.

Passados três anos, já conhecedora de nosso idioma, abriu um curso primário e complementar. Sua escola era frequentada pelas filhas das melhores famílias da época.

Grande pianista, insigne educadora, cujo pendor inato, fê-la um símbolo da educação em nossa terra.

No ano de 1901 recebeu um voto de agradecimento dado a Professora Ludovica Caviglia Bório,

No livro sobre o Club Litterario de Paranaguá, sabemos que as festas atingiram seu ápice sob a orientação artística de D. Ludovica Caviglia Bório.

No livro de “Mérito” consta nome de Ludovica e mais 2 distintas damas da sociedade Paranaguara.

No ano de 1910 recebeu o título de Socia Honorária em 21 de julho.

Durante trinta ininterruptos anos, da “Vica”, como era conhecida, distribuiu instrução à infância e adolescência da terra de Júlia da Costa. Realizava com seus discípulos festividades cívicas e de beneficência, ocasião em que as crianças exibiam os seus conhecimentos artísticos. Belas exposições de trabalhos manuais foram realizadas, por ocasião dos exames. Não raro eram assistidos pelas personagens mais cultas da cidade e, por vezes, por ilustres visitantes. Os alunos de da “Vica” sempre faziam bonito.

Nos festejos do 5 aniversário do Grêmio, nos salões do “Club Litterário” na noite de 17 de julho de 1915. O baile foi precedido por um magnífico concerto musical, dos melhores já havidos na cidade, assim descrito:

Carlos Gomes “Sinfonia”, para dois pianos, a oito mãos pelas senhoritas Maria da Graça Franco, Maria Lúpia de Souza, Ester Veiga e a Sra. Ludovica Bório.

Gevaerts ‘Fantasia” sobre motivos espanhóis, par apiano, a quatro mãos, pela Senhora Ludovica Bório e Maria da Graça Franco.

Campana ‘L’Amante Italiano, romance para o canto e piano, pela senhora Ludovica Bório

No ano de 1917 na presidência de João Rodrigues Viana, foi levado ao palco do Club Litterário a opereta “A Vovózinha”, com música de Benedito Nicolau dos Santos e letra do poeta Emiliano Perneta, representada por sócios do clube, o coral foi dirigido por Ludovica e, neste mesmo evento os seus alunos recitaram poesias de Leôncio Correia.

O Club Litterario de Paranaguá concedeu-lhe o título de sócia honorária, em atenção aos relevantes serviços prestados à cidade pela inolvidável educadora. No ano de 1920, transferiu sua residência para Curitiba em virtude do mau estado de sua saúde.

Horacio Trippia

Ludovica em 1930 vivia em Curitiba na Rua Paula Gomes.

Faleceu enquanto em uma viagem de recreio como consta em seu atestado de óbito, na cidade de São Francisco do Sul SC, em data de 16 de julho de 1934, assim se despedia da vida a grande “Mestra” Vica, mas deixou suas marcas pela cultura de Paranaguá.

Referências:

GENEALOGIA Paulistana Vol 09: Genealogia Paulistana Vol 09. 1. ed. São Paulo: Duprat, 1905. 282 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxx.

NICOLAS, Maria. A Alma das Ruas de Paranaguá: A Alma das Ruas de Paranaguá. 4. ed. Curitiba: Propria, 1964. 55 p. v. 4.

Instituto Moises Soares http://msinstituto.blogspot.com/

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My Heritage

VIANA, Manoel. Paranaguá na História e na Tradição: Paranaguá na História e na Tradição. 1. ed. [S. l.s. n.], 1971.

SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

REVISTA PANORAMA. nº 44, p. 50, 51, 25, jan.1956.

NICOLAS, Maria.Vultos paranaenses. 1958. v. 3.

LEÃO, Ermelino Agostinho de. Dicionário Histórico e Geográfico do Paraná. v. 1.

FILHO, Francisco negrão. Genealogia paranaense: genealogia paranaense. 3. ed. PARANA: Tipografia paranaense, 1928. 347 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 IIP787.57.

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