Manoel Miró

hamilton |19 fevereiro, 2023

Blog | Rastro Ancestral

Comendador Manoel Miró nasceu em Morretes aproximadamente em 1830, filho de Manoel Miró e Escolástica de Freitas ambos os espanhóis naturais da Catalunha, contraiu núpcias no dia 11 de junho de 1859 na cidade Paranaguá com Ermínia Guimarães, filha do Visconde de Nacar.

O Comendador Manoel Miró dedicou-se desde cedo ao comércio e a indústria montou um estabelecimento de preparar erva‐mate, falava fluentemente três idiomas, francês, inglês e o espanhol.

Seu pai Manoel Miró era sócio do Capitão Mor de Paranaguá nas aguas do Rio Cubatão (Nhundiaquara)

1824 – Morretes “Provisão de 27 de fevereiro da Real Junta da Fazenda de São Paulo participando á Camara de haverem arrematado o Contracto dos Cubatões de Paranagua o Capitão mór Manoel Antonio Pereira e seus sócios Antonio José de Araújo, Antonio Ricardo dos Santos, Francisco José de Freitas, Manoel Miró e o Guarda mór Manoel Alves Alvim cujo triennio teve princípio no 1° de Janeiro déste anno”.

 

1842 na Vila de Morretes.

“Secção ordinária do dia 15 do mesmo mez. A Cámara tratou sobre dar se esgoto ás agoas que se achavão estagnadas na baixa que o terreno desta Villa, fas atras dos quintaes dos proprietários Manoel Miró, Ignaçio de Loyolla, Manoel Ribeiro de Macedo e D. André Rondom, e abrio se o esgoto das
mesmas agoas. Determinou se ao Inspector do Quarteirão do Porto de Cima que mandasse roçar o arruamento daquella povoação”.

Em 1823, o Contrato ainda estava sob administração da Câmara de Paranaguá.

Já no ano seguinte, Alvará de 16 de março de 1824 era passado pela Junta da Fazenda da Província de São Paulo aos arrematantes do Contrato das Passagens do Cubatão, o Capitão-Mor Manoel António Pereira e seus sócios António José de Araújo, António Ribeiro dos Santos, Francisco José de Freitas, Manoel Miro e o Guarda-Mor Manoel Alves Alvim, que arremataram o triénio a iniciar-se a 1.° de janeiro de 1824 e que há de findar no último dia de dezembro de 1826, pelo preço e quantia de 2:520$000 livres para a Fazenda Nacional, fora as propinas de 8%. O Alvará era assinado por Cândido Xavier de Almeida e Souza, presidente da Junta.

Em 1847 o capitalista Manoel Miró (Pai), alto comerciante em Morretes, indo ao Rio de Janeiro, dali trouxe em sua companhia o professor de música e piano Angelo Martins Ferreira, para ensinar a sua filha. Mestre Angelo abriu um curso de musica tendo ocasião de ensinar piano e canto a grande numero de moças das principais famílias, entre outras as filhas do Tenente Coronel Ricardo José da Costa Guimarães, D. Guilhermina Maria Guimarães, Emilia, Saturnina e Julia; as filhas do Coronel Manoel Gonçalves Marques, Anna e Izabel; as filhas do Comendador Manoel Francisco Correia Júnior; do Comendador Hypolito José Alves; de D. Rosa Maria de Lima.

Rosa Miró de Freitas irmã do comendador Manoel Miró, aprendeu a musica, piano e canto. D. Joa[1]quina Maria de Lima aprendeu musica e piano e “cantava divinamente”, D. Maria dos Anjos Cordeiro, aprendeu musica e piano, D. Anna Amélia de Siqueira aprendeu musica e piano, D. Belisa Gonçalves de Moraes, filha de Américo Gonçalves de Moraes frequentou a aula de musica, D. Hyppolita e sua irmã Domitilla, filhas do Capitão Hypolito José Alves aprenderam musica e piano bem como D. Maria Luiza de Araujo, D. Maria Gonçalves de Lima, D. Maria Narciza dos Santos, filha do Coronel José Antonio dos Santos, Cândida Gomes, filha de Antonio Luiz Gomes, D. Joaquina da Cruz, filha de Joaquim Antonio da Cruz; Anna Nóbrega, filha de Antonio José de Araujo, D. Alexandrina Pereira da Costa, filha do major Antonio Pereira da Costa e muitas outras.

Já no ano de 1854 estava em Paranaguá e foi nomeado Vice Consul da Espanha.

No ano de 1857 em 7 de Janeiro tomou posse os novos membros da Câmara que irão servir no quatriênio de 1857 á 1860, assim composta:

Comendador Manoel Antonio Guimarães, Joaquim Felix da Silva, Manoel Ricardo Carneiro, Manoel da
Cunha Pacheco, João Antonio de Miranda, Manoel Miró, Manoel Cordeiro Gomes, Cypriano Custodio de Araújo, Antonio Pereira da Costa.

A Praça do Mercado de Paranaguá.

A 15 de Julho de 1857 a câmara municipal presidida pelo Comendador Manoel Antonio Guimarães (Visconde de Nacar) e composta dos vereadores Joaquim Felix da Silva, Manoel Ricardo Carneiro, Manoel da Cunha Pacheco, João Antonio de Miranda, Manoel Miró, Manoel Cordeiro Gomes, Cypriano Custodio de Araújo e Antonio Pereira da Costa, resolveu mandar construir a praça do Mercado, aceitando a proposta apresentada por Ursolino José da .Silva por 11:000$00, sendo o pagamento auxiliado por um empréstimo de 10:000$000, autorizado pela Lei n. 9 de de 28 de Abril de 1856.

A 25 de Dezembro de 1857 foi lançada a pedra fundamental do mercado com toda a solenidade e com assistência das autoridades locais, sendo bentas pelo Padre Albino José da Cruz, vigário da vara e vigário da paroquia Conego Gregorio José Lopes Nunes.
A primeira pedra foi assentada pelo Comendador Manoel Antonio Guimarães, Dr. Raymundo Ferreira de Araujo Lima, juiz de direito, vereadores Joaquim Felix da Silva e Manoel Ricardo Carneiro, a segunda pedra por Francisco Del Rio Cardenas, delegado de policia, Capitão Joaquim Caetano de Souza, sub-delegado de policia e, a terceira, da porta da face norte do prédio pelo Cap. Antonio José de Carvalho, Juiz Municipal interino, Major Ricardo Gonçalves Cordeiro e Tenente Coronel José Francisco Correia, Juiz de paz.

Orou na ocasião o Sr. João Caetano de Souza, lendo um discurso assignado pelo empresário, o portugues Ursolino.

A 1º de Outubro de 1859. teve lugar a abertura da praça, sendo a cerimônia presidida pelo Comendador. Guimarães, que proferiu as seguintes palavras: “Está aberta a Praça do Mercado e os locatários na posse dos quartos que arremataram”.

Em seguida o fiscal da câmara fez entrega das chaves, ornadas com fitas verdes e amarelas. aos respectivos arrematantes.

Pelos contratantes foram oferecidas uma mesa de doces, convidando os assistentes a tomarem um copo d’agua do poço do Mercado, sendo erguidos vários brindes e, queimadas varias girandolas de foguetes.

Finda a cerimônia dirigiram-se todos para a Matriz, onde se celebrava a festa da padroeira Nossa Senhora do Rosário.

Em 1896, o mercado foi reconstruído e reinaugurado, pelo Prefeito Dr. Caetano Munhoz da Rocha.

Em Paranaguá também é notícia a reunião dos conservadores, sob a liderança do comendador Manoel Antonio Guimarães e com as presenças do Dr. Manoel Eufrásio Corrêa, e dos tenentes coronéis Manoel Leocádio de Oliveira, Manoel Miró e Manoel Ricardo Carneiro, entre outros.

Em outubro de 1867, ocorreu na cidade uma “tentativa de homicídio”, em que o Tenente Coronel Manoel Miró foi ferido por seu escravo Adolfo, que foi condenado a 400 açoites.

Verifica-se que, apesar do uso do trabalho escravo, principalmente nos imóveis maiores, e das lacunas encontradas na documentação que serviu de fonte para esta pesquisa, prevaleceu, em Paranaguá, o trabalho livre, incluindo-se aí o trabalho familiar.

Ainda no ano de 1867 foi agraciado com a Ordem do Rosa.

 

Foi citado no relatório de 1863 como tendo enviado os Voluntários da Pátria que foram para a Guerra do Paraguai às suas expensas.

 

No período de 1869-1872 era Vereador em Paranaguá, além de muitas outras funções.

Em 1870 foi nomeado comandante da Guarda Nacional do Munícipio de Paranaguá na Província do Paraná.

No ano de 1872 estava ainda como comandante da Guarda Nacional em Paranaguá.

Sua ervateira M. Miró, era uma das maiores do Império.

Revista Agricola do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura (RJ) – 1875.

Em 1877 teve a sua fábrica de beneficiar erva‐mate, em Antonina, totalmente destruída por violento incêndio.

Seguiu depois para Buenos Aires, onde residiu por cinco anos, se dedicando aos trabalhos da Bolsa.

No ano de 1878 estava com a esposa na Argentina tendo seu filho lá (Arturo).

Em 1883 voltou a Curitiba, onde instalou um engenho de beneficiar erva mate, em grande escala. Legou a seus filhos um nome honrado e uma fortuna regular, que adquiriu a golpes de trabalho.

Em 1889 no Periódico Galeria Ilustrada temos informações sobre a exposição Anual Agrícola.

No ano de 1891 devido à seu engajamento e auxilio recebeu o título de Sócio Correspondente da Associação Amantes da Instrução.

Esta casa, localizada na Rua Comendador Araújo, foi a residência de Manuel Miró, empresário ligado ao ramo da erva-mate. Em estilo colonial é uma das poucas construídas pelos “Barões da Erva-Mate” que não era em estilo palaciano. É uma Unidade de Interesse de Preservação.

Em dezembro de 1912 foi alugada para a recém-fundada Universidade do Paraná.

Abrigou a administração e as salas de aula da o que seria mais tarde a Universidade Federal do Paraná.
Em junho de 1914 ficou pronto o prédio na Praça Santos Andrade, e a universidade deixou este local.
Em agosto de 1914 foi instalado no local a “Maternidade Paraná”, primeiro hospital do estado especializado no atendimento de gestantes e recém-natos e era dirigida por Vitor Ferreira do Amaral.

Era ligada a universidade e servia de hospital escola para os alunos de obstetrícia. Mais tarde (1930) a maternidade mudou de nome (Maternidade Victor Ferreira do Amaral) e foi transferida para a Avenida Iguaçu, onde havia sido construído um novo prédio, em um terreno doado por Dona Adalgisa Bittencourt.
Em 1987 a casa passou a fazer parte da estrutura de um centro comercial.

A fachada do térreo sofreu alterações significativas, com a inclusão de uma vitrina. Originalmente tinha uma porta bem no centro, ladeada por quatro janelas, duas em cada lado.

Faleceu em 29 de janeiro de 1894 em Curitiba.

 

Hamilton Ferreira Sampaio Junior

Referências:

PARANÁ. Relatório do presidente da Província, Dr. José Feliciano Horta d’Araujo à Assembléia
Legislativa, em 15 de fevereiro de 1868. Curitiba: Typ. Lopes, 1868, p. 3

(NEGRÃO, 1928, vol.3, p.193‐194).
LEÃO, Ermelino A. – Dicionário do Paraná – Empreza Graphica Paranaense, volume IV ,1929
WIKIPEDIA. Casa Miró. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_Miró>. Acesso em: 18 ago 2015.
COSTA, Paulo José da. Fotografia mostra o primeiro prédio da Universidade Federal do Paraná. Disponível em: <http://paulodafigaro.blogspot.com.br/2014/09/fotografia-mostra-o-primeiro-predio-da.html>. Acesso em: 18 ago 2015.
MILAN, Polliana, SANTOS, Leandro dos. Erva-Mate: O ouro verde do Paraná. Jornal Gazeta do Povo. [20??]. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/especiais/erva-mate/index.jpp>. Acesso em: 18 ago 2015.

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