

Achilles Stenghel
Nasceu a 29 de dezembro de 1858 em Trento, Itália, quando esta parte do país estava sob o jugo do Império Austro-Húngaro. Seu pai que era engenheiro, por questão de patriotismo, e por não suportar o domínio austríaco e para evitar que seus filhos prestassem o serviço militar pela Áustria, imigrou com a família para o Brasil em 1880.

Foram morar em Paranaguá.
O jovem Achilles estava com 22 anos quando veio para o Brasil e já estava quase terminando o curso de engenharia.
Casou-se com Florencia Da Silva Stenghel uma jovem parnanguara e com ela teve 7 filhos.

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No Paraná, logo, graças aos seus conhecimentos, conseguiu um emprego como desenhista, na Estrada-de-ferro Paranaguá-Curitiba que estava sendo construída, e foi galgando posições chegando a ser chefe do movimento da estrada.
Aliás, ele mostrou ser um profissional muito competente. E muito requisitado neste setor.
Foi iniciado na Loja “Perseverança”, de Paranaguá, em 1888.
Naturalizou-se brasileiro.
Foi deputado provincial, 1891/1892, mandato ao qual renunciou ao se sentir pressionado, pois teria que se sujeitar a certas imposições políticas contrárias aos seus princípios.

Diario do Commercio : Propriedade da Companhia Impressora Paranaense (PR) – 1891 a 1894 edição 0082 pag 2.
Teve uma importante participação nos estudos, planejamentos e construção das estradas-de-ferro construídas na época no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, quer trabalhando em seus estudos, quer como responsável por toda a ferrovia.
Trabalhou nos estudos da estrada Porto União – Itararé, em 1891, nos prolongamentos da linha Paraná de 1892 a 1895.
Chefiou os estudos da estrada-de-ferro Assungui, em 1896.
Em 1899, estudou o tráfego da Estrada de Ferro Sorocabana, em Itaúna e, em seguida, chefiou a construção da estrada São Gabriel-Bagé, RS.
Participou da Comissão Cerjat, em Buenos Aires, a respeito dos trilhos de bitola estreita.
Seu principal trabalho no Brasil, contando com as adversidades de toda a espécie, dificuldades técnicas, assaltos, doenças, foi construir dentro do prazo estipulado, ou seja, em 20 meses, 262 quilômetros desde as barrancas do Rio Iguaçu até a barrancas do Rio Uruguai, feito que até a presente data, apesar de toda a tecnologia moderna, foi considerado como impossível.

Diario da Tarde (PR) – 1899 a 1983 edição 3551 pág2.
Esteve no Rio Grande do Morte, onde chefiou uma comissão de estudos da estrada Lages a Macau. Voltando ao Paraná foi nomeado inspetor geral da Via permanente da Companhia São Paulo-Rio Grande do Sul.

Diario da Tarde (PR) – 1899 a 1983 edição 4369 pág 3.
Sua esposa faleceu em 9 de setembro de 1921.

Um acidente, em 1923, na reconstrução da ponte sobre o Rio Itararé, fez com que ele se afastasse do trabalho.
Em 1923 sofreu um acidente de trabalho durante a reconstrução da ponte sobre o Rio Itararé e acabou demitido do cargo.
“Permaneceu até 1928 sem trabalho, encarou sem medo as dificuldades, enquanto o processo movido contra a Companhia, pela injusta despedida, ia correndo ao sabor das ingerências pessoais dos inimigos gratuitos”.
Em 1928 voltou a trabalhar ativamente como diretor da construção da estrada de ferro Riozinho-Guarapuava, quando foi novamente afastado do cargo por injustiças. Nomeado posteriormente chefe da fiscalização da construção da estrada Oeste do Paraná, posto que ocupava ao deflagrar o movimento revolucionário de 1930.

Diario da Tarde (PR) – 1899 a 1983 edição 10879 pag 4.
Aposentou-se após sofrer um problema cerebral, que o tornou inválido.
Para o jornalista Frederico Faria de Oliveira, no dia do falecimento de Achilles Stenghel:
“Pertencendo à equipe galharda dos paranaenses, entre os quais avultou também a figura sobrevalente de um Manoel Schamber, Achilles Stenghel conquistou no Estado as glórias inacessíveis de “primus inter paris” no círculo dos nossos construtores de estradas de ferro, sendo o seu nome nos últimos vinte e cinco anos, a flâmula inatingível de uma geração que se ufanava dos exemplos inesgotáveis de mestre e amigo. A história do Paraná há de lhe fazer justiça um dia, como o maior talvez dentre os que se salientaram nessas arrojadas empreitadas ferroviárias que rasgaram novos céus para o Estado”.
Faleceu em 26 de novembro de 1934.

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Memória Política de Santa Catarina (2023)
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(MEMÓRIA POLÍTICA DE SANTA CATARINA, 2023)