Antonio de Sá Camargo, Visconde de Guarapuava, nomeado para a comissão de empréstimos de guerra em 1894, em Guarapuava doou 7 contos de réis para o Hospital de Caridade e 200 contos para o Hospital Militar, segundo Hercule Spoladore em sua obra História da Maçonaria Paranaense no Século XIX foi membro da Loja Philantrophia Guarapuavana.
Antônio de Sá Camargo, primeiro e único Visconde de Guarapuava nasceu em Palmeira, 25 de abril de 1807 foi um nobre e político brasileiro sobrinho da Baroneza do Tibagy.
O coronel, depois Barão e Visconde de Guarapuava, Antônio de Sá e Camargo nasceu numa das mais tradicionais famílias paranaenses.
Era filho do tenente Manoel Joaquim de Camargo, natural do estado de São Paulo e de Mathilde Umbelina da Glória, filha do fundador de Palmeira, Manoel José de Araújo, que era pai da Viscondessa do Tibagi, Cherubina Rosa Marcondes de Sá.
Pertenceu a uma família distinta pela nobreza de carater e virtudes de que era ornada. Recebeu uma educação severa, de acordo com os austeros costumes da vida patriarcal das famílias do começo do século XIX, que deixou profundos traços de conduta moral que o acompanhou pela vida toda.
Ainda moço chegou a Guarapuava com a missão de administrar a fazenda de seu pai, isso por volta de 1832, tempos em que os indios Camés, hostis aos forasteiros, colocavam perigo à vida deles. Sá Camargo detinha admirável tino e prudência e revelou-se excelente administrador.
Numa das ocasiões em que um plano fora a ele denunciado por um cumplice, teve tão enérgicas e acertadas atitudes e providências que ao efetuarem o assalto e ataque à povoação, encontraram resistência e foram dispersos, perseguidos, e muitos presos.
Desde muito cedo teve uma vida marcada pelo trabalho e dedicação às suas obrigações, transferindo-se para Guarapuava por volta de 1828, com o objetivo de assumir os negócios de seu pai naquela região, mais precisamente, na localidade chamada Pinhão (hoje cidade), o qual possuía estabelecimentos pastoris decorrentes da mais lucrativa das atividades na região Sul do país que foi o Tropeirismo.
Casou-se com sua prima Zeferina Marcondes de Sá, na cidade de Palmeira em 1836, levando-a para residir em Guarapuava, sendo que tiveram um filho chamado Firmino nascido em 18 de junho de 1838.
Acontecimento trágico
Um fato em particular marcou tragicamente a vida deste casal, no ano de 1867. Zeferina pede às escravas para prepararem o banho do primogênito, e único filho, Firmino. Quando a mãe, que estava em outro cômodo da casa, retorna à bacia e mergulha a criança na água percebe imediatamente que a água ainda não estava temperada, e assim, em um ato falho, mãe e filho desmaiam e Firmino não resiste às queimaduras e falece.
Antônio de Sá e Camargo inconformado com o ocorrido e atribuindo a culpa ao descuido de sua esposa, que era 14 anos mais nova, resolve separar-se e devolvê-la a seus pais e a partir daí viver pelo resto de sua vida sem a companhia de uma esposa.
Porém, não se separa legalmente, pois, como era de costume perante a sociedade da época, deveria ainda permanecer casado, pois, como homem de bem e em virtude de suas atividades profissionais deveria manter a imagem de homem casado.
Foi Inspetor Provincial para a estrada entre Palmas a Missões em 1854, nesse mesmo período era Delegado de Guarapuava também fez parte da Assembleia Provincial. Podemos tentar correlacionar a sua designação de supervisionar a construção de uma estrada entre Palmas e as Missões com as primeiros andanças de nosso Irmão Pedro Aloys Scherer, assim talvez criar um link entre estes dois personagens e a atividade maçônica na cidade.
Em sua vida, Sá Camargo ocupou diversos cargos públicos, quer por nomeação ou eleição. Foi Deputado Provincial em diversas legislaturas e por ocasião da reorganização da Guarda Nacional foi nomeado Coronel Comandante,foi coronel na 3 Cia de Voluntários da Pátria prestando relevantes serviços à nação.
Achando-se o Brasil envolvido na Guerra com o Paraguai, o Coronel Sá Camargo auxiliou com valiosos donativos pecuniários e contingentes de voluntários, o que lhe rendeu o título de Barão de Guarapuava, mais tarde o título de Visconde de Guarapuava. Dotado de dotes altruísticos e magnânimes tinha a caridade como um dever. Só a morte pode estancar tamanha fonte de benefícios aos desamparados.
A Republica (PR) 6 de Junho de 1894 edição 24 pág 3
Faleceu em 07 de Novembro de 1896 e foi sepultado em Guarapuava.
Referencias
Biblioteca Nacional
Jornais Dezenove de Dezembro, A Federação e outros