Cónego Alcidino Pereira

hamilton |17 fevereiro, 2024

Blog | Rastro Ancestral

Alcidino Gonzaga Pereira nasceu em Paranaguá, em 29 de julho de 1894, filho de Alcides Augusto Pereira e Aurora Vespertina Pereira, ambos naturais de Paranaguá.

Registro de nascimento de Alcidino.

Ainda na infância, mudou-se para o Estado do Espírito Santo, onde iniciou seus estudos em busca do conhecimento que seu espírito aspirava.

Após concluir o curso na Escola Normal de Vitória e no Seminário de Pouso Alegre, em Minas Gerais, obteve o prêmio de uma viagem à Europa.

Lá, durante seis anos, frequentou a Universidade Gregoriana de Roma, participando de vários concursos, destacando-se suas dissertações.

“De vita immentia in Psychologia” e “De symboli apostolici origini in Historia”.

Alcidino conquistou os seguintes títulos universitários:

Doutor em Filosofia em 27 de junho de 1916, com nota “com louvor”, segundo na classificação;

Bacharel em Teologia em 3 de julho de 1917;

Bacharel em Direito em 25 de junho de 1918, cursando simultaneamente duas faculdades na mesma universidade.

Em 28 de outubro de 1918, foi ordenado sacerdote em Roma pelo Cardeal Basilio Pompili, Vigário Geral do Papa, e atuou como secretário do Cardeal Cagiano de Azevedo.

Retornando ao Brasil em 1919, desempenhou funções diplomáticas junto à Embaixada da Santa Sé. No Brasil, foi Secretário de D. Antonio Augusto de Assis, Bispo de Guaxupé (sul de Minas), e Auxiliar do Monsenhor José de Alencar e Souza, Governador do Bispado de Guaxupé, além de servir a Dom Ranulpho de Faria, Bispo de Guaranesia, Minas Gerais. Assumiu o cargo de vigário de Poços de Caldas em 31 de agosto de 1919.

Nas dependencias do Club Litterario no dia 20 de março de 1919, recém chegado de Roma, o Padre Alcidino Gonzaga Pereira entusiasmou seus conterrâneos com a bela conferência calcada no tema: “Amor pátrio”.

Periódico A União 1919 edição 0078 pág 3.

Contribuiu com artigos nos jornais e revistas: Tribuna Sul Mineira e Jornal Diocesano de Guaxupé, Vida Social e Tribuna de Poços de Caldas, O Itiberé de Paranaguá, e Brasil Social do Rio de Janeiro.

Mesmo vivendo longe de sua cidade natal, Alcidino sempre manteve seus olhos voltados para o Paraná. Em carta datada de 25 de maio de 1921, expressou: “Mais tarde, porém, Deus querendo, hei de dar ao meu Estado natal prova de que o amo muito.”

Eleito deputado ao Congresso Legislativo do Paraná em 1 de novembro de 1921, para o biênio 1922-1923, destacou-se como um dos membros mais proeminentes da assembleia política. Em 26 de março de 1922, proferiu uma conferência no Club Curitibano com o tema “A mulher Brasileira perante a História”, recebendo aplausos merecidos.

Ao lidar com a criação dos Bispados Sufragâneos da Arquidiocese, seu nome foi cogitado para o sólio episcopal de Jacarezinho ou Ponta Grossa, mas ele próprio recusou a candidatura.

Posteriormente, à frente de uma importante paróquia no Rio, Alcidino foi surpreendido por uma moléstia que afetou seu organismo debilitado pelos trabalhos paroquiais. Apesar de todos os esforços médicos, faleceu em 17 de janeiro de 1932, cercado por familiares e irmãos em sacerdócio.

O ilustre parnanguara, verdadeira expressão da moderna intelectualidade do Paraná, tinha à sua espera altas posições no seio do clero nacional, mas a fatalidade ceifou sua vida em plena juventude. Seus restos mortais repousam na cripta da igreja de Santa Terezinha.

Em Paranaguá uma pequena praça entre às Ruas Marechal Deodoro e Faria Sobrinho tem o nome de Largo Conego Alcidino, nome da antiga Travessa do Bom Jesus.

Hamilton Ferreira Sampaio Junior

 

Referências:

NETTO, Pereira. Conego Alcidino Gonzaga Pereira. O Dia, Curitiba, ano XXII, v. 1, n. 10269, p. 10, 29 mar. 1956.

“Brasil, Paraná, Registro Civil, 1852-1996”, , FamilySearch (https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6FXM-CFNM : Fri Oct 06 15:20:27 UTC 2023), Entry for and Alcides Augusto Pereira, 2 Aug 1894.

Imagem: Boletim do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá pág 1, ano desconhecido.

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