Emir Dalney Gebran Roth (Emir Roth)

hamilton |12 dezembro, 2023

Blog | Rastro Ancestral

Emir Dalney Gebran Roth, nascido em 17 de maio de 1940 em Paranaguá, filho de Zoraide Gebran Roth e Adelard Roth, teve suas primeiras obras exibidas em 1965 no Salão Municipal de Campinas, onde recebeu medalhas de prata. No mesmo ano, participou da Exposição de Artistas Plásticos de Paranaguá e do Salão da Primavera do Club Concórdia em 1966.

Destacou-se nos XXI e XXII Salões Paranaenses.

Em suas criações, Roth evitou elementos típicos do artesanato, privilegiando cores puras e vibrantes, refletindo um espírito inquieto em busca da perfeição. Em 1968, suas obras foram expostas em Curitiba e Santos, conquistando o 1º lugar no Salão Universitário dos Gakusséis em 1969 e, em 1970, o 1º prêmio em escultura no 1º Salão das Olimpíadas do Exército e no Cracóvia, ambos em Curitiba.

Após seis exposições individuais, incluindo duas no exterior, Roth continuou sua trajetória artística, expondo na Galeria de Arte Eucat Expo em 1979.

Com obras em museus no Brasil, Portugal, EUA, Alemanha, França, Hungria e Japão, ele reiterou sua confiança no mercado artístico paranaense, enfatizando a valorização do público local. Apesar da falta de coesão entre os artistas no Paraná, expressou o desejo de uma união mais sólida, lamentando a influência política no meio.

Correio de Noticias, 1986.

Correio de Noticias, 1987.

Na exposição citada, Roth imortalizou sua terra natal com sensibilidade, retratando paisagens bucólicas, sobrados coloniais, calheiras da costeira, estaleiros abandonados da “CONDOR”, o casarão desordenado da Ilha dos Valadares, ilhas da baía e pescadores humildes enfrentando o vasto mar, proporcionando uma visão fascinante de sua realidade.

LISBOA DE MIRANDA, Iolanda. Emir Roth, o reflexo artístico de urna realidade, pág 15.

O mural sacro de São Francisco das chagas, medindo 8×15 metros, de autoria do artista plástico Emir Roth, será sempre uma das atrações turísticas da cidade de Paranaguá.
O mural escupido por Roth no próprio local, com massa de cimento, exigindo seu autor mais de um ano de trabalho (1980/81).

Além do seu gigantismo, a obra impressiona pela delicadeza e sobriedade de seu desenho, criando atmosfera de enorme conteúdo religioso e de excelente visual obtido por Emir Roth.
O local de mural é excelente, o espectador tem boa visão do conjunto e o ambiente apropriado de paz e tranquilidade para apreciar a obra em sua perfeita integração com a paisagem urbana antiga.

Correio de Noticias 1977.

 

Correio de Noticias 1977.

Em 1978, o artista Emir Roth pintou um mural no auditório da sede administrativa do Porto de Paranaguá, com dimensões impressionantes de 2,5 metros de altura por 40 metros de circunferência. Esse mural foi submetido a um processo de restauração em 2007.

A obra retrata a rica história de Paranaguá, desde a chegada dos colonizadores portugueses até o início da atividade portuária. Em detalhes, o mural destaca o papel dos jesuítas na catequese dos indígenas, bem como o desenvolvimento econômico vinculado à agricultura e à pesca. Além disso, aborda os ciclos econômicos que marcaram a história do Paraná.

O fato de o mural ter passado por um processo de restauração em 2007 evidencia o comprometimento com a preservação desse importante patrimônio cultural, que documenta de maneira artística os momentos cruciais na trajetória de Paranaguá e região.

(Fonte: http://jornalismodailha.blogspot.com.br/2014/02/faz-25-anos-que-emir-roth-foi-embora.html)

Uma inestimável perda para a cultura paranaense, o falecimento do artista plástico Emir Roth (1940), ocorrido no dia 12 de dezembro de 1989, em Paranaguá.
Através dele, a arte que é uma linguagem universal, ganhou um de seus melhores representantes.
O prematuro falecimento de Emir Roth no auge de sua carreira è lamentado em iodo o estado do Paraná, que perdeu um dos seus artistas que mais lutou pela descentralização da arte paranaense.

Vivendo uma vida simples, com uma estrutura emocional frágil, Emir Roth exibia traços marcantes que refletiam sua realidade e fantasia. Era evidente que se tratava de um indivíduo diferente, alguém que possuía em suas veias a determinação e a graça de um ser privilegiado.

Ao chegar ao final de seus dias, esse notável parnanguara revelava em seu olhar características de alguém desencantado, socialmente desajustado. Encontrou refúgio na Ilha dos Valadares, afastando-se de um mundo que não mais se conectava com sua comunidade. Emir foi, de qualquer forma, um artista boêmio que soube conduzir essa vida peculiar.

Suas últimas obras, deixadas inacabadas, retratavam homens trabalhando arduamente, naturezas-mortas, árvores secas ou paisagens de seu devaneio emocional. Nesse delírio aparentemente interminável, vivia desconectado de si mesmo e dos outros, buscando compreender o que significava “ser como os outros”. No entanto, compreendia, certamente, o que era a vida fantástica e maravilhosa.

Emir Roth, alma de artista, inadvertidamente e com muita luta, deixou seu nome venerável em nossa comunidade.

Hamilton F Sampaio Junior

 

Referências:

LISBOA DE MIRANDA, Iolanda. Emir Roth, o reflexo artístico de urna realidade. 1. ed. Paranagua: Própria, 1995. 43 p. v. 1.

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