Eurides Cunha

hamilton |03 setembro, 2024

Blog | Rastro Ancestral

Eurides Cunha nasceu em 26 de junho de 1872, no bairro do Itaqui, no município de Campo Largo.

Filho do coronel Domingos Antônio da Cunha e de Dona Maria Núncia da Cunha.

Foi um dos alunos mais dedicados do Parthenon Paranaense.

Em 19 de dezembro de 1894, graduou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo.

Em 4 de abril de 1899, casou-se com Dona Maria José Vieira da Cunha, filha do coronel Carlos Vieira da Costa. Dessa união, nasceram os seguintes filhos: Eurides Darci, acadêmico de Engenharia; Domingos e Carlos, estudantes dos cursos preparatórios; Dona Maria Núncia da Cunha Sobral, casada em 12 de julho de 1921 com o doutor Antônio Diniz de Farias Sobral; além de Zélia, Yolanda, Marina, Ruy, Pedro, Renato, Yone e Ivete.

Eurides Cunha exerceu a advocacia no fórum da capital e nas demais comarcas do Paraná até o ano de 1901.

Em 1902, transferiu-se para Jaguaraíva, onde continuou a atuar na advocacia.

No entanto, em razão de uma leve deficiência auditiva, decidiu encerrar sua carreira de advogado, tornando-se um estancieiro sagaz e bem-sucedido.

Homem de grande discernimento, sempre se destacou por seu valor moral, sua lealdade e seu comprometimento com a política em prol do bem público. Tornou-se, assim, uma liderança política de considerável prestígio na comunidade em que fixou residência. Foi eleito deputado ao Congresso Legislativo do Estado, em oposição ao Partido Republicano Federal no Paraná, para a legislatura de 1895-1896, mas não assumiu o cargo, em razão de uma deliberação coletiva dos candidatos eleitos.

Posteriormente, foi eleito deputado estadual pelo Partido Republicano Paranaense, criado após a Revolução de 1893 por opositores da política do doutor Vicente Machado, com o apoio do doutor Generoso Marques dos Santos. Assumiu o mandato na legislatura de 1897-1898. Foi reeleito deputado para a legislatura de 1906-1907, após a promulgação da Lei Rosa e Silva, que oferecia garantias aos partidos de oposição.

Continuou a atuar no poder legislativo estadual após a coligação dos partidos paranaenses, nas legislaturas de 1910-1911, 1914-1915, 1916-1917 e 1918-1919. No período de 1908 a 1912, exerceu o cargo de vereador e presidente da Câmara Municipal de Jaguariaíva, sendo eleito prefeito do município para o mandato de 1912-1916, e reeleito para o quadriênio seguinte, de 1916-1920. Foi eleito primeiro vice-presidente do Estado para o período de 1920-1924.

Em 1º de maio de 1921, assumiu a administração pública do Estado, substituindo legalmente o presidente, Dr. Caetano Veloso da Rocha, que se ausentou em licença por três meses. Em 30 de julho, deixou o governo, pois o Dr. Caetano Munhoz da Rocha decidiu reassumir o cargo de chefe do Poder Executivo. A imprensa do Paraná reconheceu o trabalho do Dr. Eurides Cunha, elogiando sua gestão à frente da administração estadual.

O jornal República, órgão do Partido Republicano Paranaense, manifestou-se na edição de 30 de julho:
“Deixou hoje o exercício da presidência do Estado o Exmo. Sr. Dr. Eurides Cunha, primeiro vice-presidente, que durante três meses substituiu o mandatário efetivo, o Sr. Dr. Caetano Munhoz da Rocha. Nessa interinidade, soube demonstrar zelo pelo bom andamento dos negócios públicos, que em suas mãos não sofreram solução de continuidade, mantendo o rumo certo e firme que se propôs imprimir. Operoso e competente administrador, hoje devolve a direção geral do Estado ao titular. Político da nova geração de paranaenses, empenhado no progresso do Estado, o Dr. Eurides Cunha, embora jovem, já havia prestado relevantes serviços à sua terra natal.”

Eurides Cunha foi prefeito de Curitiba entre junho de 1928 e 3 de outubro de 1930, e presidente do Estado do Paraná entre 1º de maio e 26 de junho de 1921 e entre 1º de junho e 21 de setembro de 1923. Após deixar a prefeitura da capital paranaense, abandonou a política e retirou-se para sua fazenda em Jaguariaíva.

Foi casado com a Sra. Maria José Vieira da Costa e Cunha

Em 1946, mudou-se para uma chácara no bairro Portão, em Curitiba.

Faleceu em Santos São Paulo, em 28 de junho de  1955.

Uma rua no bairro Água Verde leva seu nome.

 

Hamilton Ferreira Sampaio Junior.

Referências:

PARANÁ DE SOTTO MAIOR, Sebastião. Galeria Paranaense: Notas Bibliograficas. 1. ed. Curitiba: 1, 1922.

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