A Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha ocorreu na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, estendendo-se de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845. O nome farroupilha ou farrapos era empregado em tom pejorativo pelos adversários políticos para designar os liberais exaltados, numa alusão às roupas maltrapilhas e ao chapéu de palha usado por Cipriano Barata nas ruas de Lisboa contra a política recolonizadora das cortes portuguesas na década de 1820.
Em 20 de setembro de 1835 as forças rebeldes chefiadas por Bento Gonçalves da Silva tomaram Porto Alegre; assumiu o governo Marciano Pereira Ribeiro, simpático aos farroupilhas. A adesão de alguns oficiais do Exército foi rápida.
Durante a revolta, foi proclamada a República Rio-Grandense, em 1836. Os republicanos oficializaram o novo governo na Câmara de Jaguarão, lavrando em ata que a província do Rio Grande do Sul ficava “desligada da Família Brasileira e instituía um governo republicano”. Bento Gonçalves foi indicado para o cargo de chefe do governo, com a responsabilidade de realizar as eleições para a Assembleia Constituinte, mas, foi preso e levado ao Rio de Janeiro em outubro de 1836.
Um ano depois, Bento Gonçalves foge da prisão, no Forte do Mar (Salvador), e, ao chegar ao Rio Grande do Sul, assume a presidência da República. Em 1839, os farroupilhas tomam parte de Santa Catarina: Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro conquistam as cidades de Laguna e Lages e proclamam a “República Catarinense” ou “República Juliana”. Poucos meses depois da conquista de Santa Catarina, os farrapos são surpreendidos e perdem o controle de Laguna. As embarcações farroupilhas são destruídas e apenas Garibaldi consegue escapar. A cavalaria de Canabarro foge pelo litoral, escondendo-se na cidade de Torres.
De 1840 em diante, dois terços do Exército brasileiro passa a lutar em território gaúcho. Em primeiro de março de 1845, é assinado um acordo de paz por Caxias e Canabarro. Em troca da rendição dos farrapos, o governo concede anistia geral aos revoltosos, assume as dívidas da República do Piratini e incorpora os oficiais farroupilhas ao Exército brasileiro.
***Comentários desativados no período eleitoral, atendendo a Lei n° 9.504/1997***