Isabel Branco e Silva

hamilton |27 outubro, 2024

Blog | Rastro Ancestral

 

Nascida em Paranaguá, cidade conhecida como berço do Paraná, em 1798, Isabel era filha de Manuel Lopes Branco e Silva e Bibiana Perpétua Branco e Silva.

Ainda menina transferiu-se com seus familiares para Vila de Castro, onde seu pai adquiriu a Fazenda Samambaia, neste ínterim foi apresentada a Luciano Carneiro Lobo, membro de abastada família, com o qual seu pai negociou casamento e tão logo em 1810 os noivos contraíram matrimônio no oratório Bom Jesus da Fazenda Jaguariaíva de propriedade de Luciano.

Profundamente religiosa, Isabel liderou esforços para a construção de uma capela dedicada ao Senhor Bom Jesus da Pedra Fria em Jaguariaíva, trabalhando com empenho junto ao bispado de São Paulo até a concretização de seu propósito.

Em 1863, concluiu a construção da capela e, em 1866, inspirada por sua fé e incentivada pelo crescimento da população local, doou a imagem do santo de sua devoção para ser o símbolo espiritual da comunidade. Ademais, ofereceu uma vasta extensão de terras, cuja escritura foi formalizada em Castro.

Dona Isabel foi uma das muitas matronas de destaque cuja dedicação e liderança foram fundamentais para o progresso das cidades paranaenses. Sua atuação, a exemplo de outras matronas, foi essencial não apenas pela doação de terras e construção de igrejas, mas também pelo suporte em momentos decisivos, como durante a Guerra do Paraguai. Nessa ocasião, já viúva, Isabel contribuiu fornecendo gado e outros víveres para abastecer as tropas que partiam de Jaguariaíva. Esse apoio foi crucial para a logística da guerra, garantindo o sustento das forças locais que partiam em defesa do país e fortalecendo o papel de Jaguariaíva como ponto estratégico no apoio militar.

Com sua generosidade e caráter afetuoso, Isabel reuniu ao seu redor amigos e familiares, conquistando o respeito e a estima de sua comunidade. Sua vida foi marcada por uma dedicação contínua aos interesses de Jaguariaíva, sendo essencial para o crescimento social e econômico da região.

Essa notável matrona faleceu em 16 de agosto de 1870, em Jaguariaíva, deixando um legado que simboliza a importância das matronas no desenvolvimento das cidades do Paraná.

Segundo a biografia levantada por Ermelino de Leão, Isabel Branco “era uma venerável paranaense, casada com o Cel. Luciano Carneiro Lobo, prestante paranaense que relevantes serviços prestou ao povoamento dos Campos Gerais. O Dec. N. 324 de 13 de Abril de 1912, prestou uma homenagem a sua memória, dando o seu nome ao grupo escolar da cidade de Jaguariahyva, para cuja fundação tanto concorreu”.

Em 26 de abril de 1910, Miguel Tureck assinou com o Estado o contrato para a construção desse Grupo Escolar na cidade de Jaguariaiva, tendo por base o mesmo projeto do Grupo Professor Cleto, construído em Curitiba.

Hamilton Ferreira Sampaio Junior

Referências:

NICOLAS, Maria. Pioneiras do Brasil: Estado do Paraná. Curitiba: [s. n.], 1977. 321 p. v. 1.

GUSTAVO POMIM LOPES, Rafael. A MULHER POR TRÁS DO MITO”: CONSTRUÇÃO DE UMA MEMÓRIA SOCIAL SOBRE IZABEL BRANCO E SILVA. XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição – 1 ISSN 1808-9690, Ponta Grossa, p. 1-9, 27 out. 2024.

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