João Francisco Régis Pereira da Costa

hamilton |08 junho, 2025

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João Francisco Régis Pereira da Costa nasceu em Paranaguá, no dia 16 de junho de 1838.

Era filho do major Antônio “Tonhá” Pereira da Costa e de Hypólita Pereira da Costa.

 

Iniciou seus estudos em sua cidade natal e, posteriormente, transferiu-se para Curitiba, onde foi aluno do professor Cleto. Autodidata dedicado, adquiriu sólida formação cultural por meio da leitura.

Casou-se em 21 de maio de 1890, em Paranaguá, com Joaquina Rosário de Moraes, com quem teve oito filhos.

Foi escolhido para ser Orador nas homenagens do falecimento da Baronesa do Serro Azul em Paranaguá no ano de 1921.

No ano de 1922 foi Orador do Club Litterario.

Ao longo de sua trajetória profissional, ocupou diversos cargos públicos, entre os quais se destacam: conferente, guarda-mor e inspetor da Alfândega de Paranaguá. Exerceu, ainda, interinamente, o cargo de Promotor Público.

Como funcionário da Fazenda Federal, prestou serviços também nas cidades de Antonina, no Paraná, e de Macaé, no Rio de Janeiro.

Foi colaborador assíduo da imprensa parnanguara durante mais de cinquenta anos, de forma ininterrupta. Fundou e atuou como redator das revistas Verve e Violeta, e, em 1887, editou o periódico Sinhá, de existência breve.

Utilizava com frequência o pseudônimo “Olmedo Neto” em seus escritos.

Destacou-se amplamente nos meios literários e sociais de sua época.

Esteve como diretor da revista “O Itibere”.

Homem culto e de personalidade marcante, foi incumbido pelo então Presidente da República, Dr. Wenceslau Braz, da missão de mediar um antigo conflito de limites entre os estados do Paraná e de Santa Catarina, envolvendo conterrâneos de ânimos exaltados.

Fez parte da Loja Maçônica Estrela de Antonina.

Cumpriu essa tarefa com reconhecida habilidade e espírito conciliador.

João Régis teve atuação destacada também na área da educação. No dia 4 de setembro de 1924, participou da cerimônia de lançamento da pedra fundamental do edifício destinado à Escola Normal Primária de Paranaguá.

“Estiveram presentes o Presidente do Estado do Paraná, Dr. Caetano Munhoz da Rocha; o Prefeito Municipal, Dr. Francisco Accioly Rodrigues da Costa; o Juiz de Direito, Dr. Antônio de Paula; e o engenheiro responsável pela obra, Dr. Aristides de Oliveira.

Na ocasião, foi depositada uma urna simbólica no interior da pedra, contendo jornais do dia, moedas de prata, níquel e alumínio, além de fotografias do Dr. Caetano Munhoz da Rocha e de diversas personalidades parnanguaras — entre elas, a de João Régis”.

Homem de grande coração, embora de posses modestas, foi um dos cidadãos que mais contribuíram para a vida intelectual e moral de Paranaguá. Funcionário público exemplar e cidadão probo, figura entre os grandes nomes da história paranaense.

Em sua homenagem, uma das ruas mais tradicionais da cidade passou a receber seu nome.

A atual Rua João Régis tem início no rio Itiberê, em frente à passarela que liga a cidade à Ilha dos Valadares, e estende-se até a Praça Monsenhor Celso.

Ao longo do tempo, teve outras denominações: Rua do Porto da Matriz (até 1844), Rua da Matriz (até 1888) e Rua João Alfredo, conforme deliberação da Câmara Municipal em 2 de junho de 1888, antes de assumir sua designação atual.

Nos primórdios, era a via de maior atividade comercial da vila, além de ser o principal ponto de acesso ao porto junto à igreja matriz.

João Francisco Régis Pereira da Costa faleceu em Paranaguá, em 5 de março de 1925, deixando um legado de integridade, cultura e dedicação à sua terra natal.

Hamilton Ferreira Sampaio Junior

Referências:

VIANNA, Manoel. Paranaguá na História e na Tradição. Paranaguá: Propria, 1971. 350 p.

FERREIRA DE FREITAS, Waldomiro. História de Paranaguá das Origens a Atualidade. Paranaguá: Própria, 1999. 556 p.

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Imagem capa, Gabriel Soares e instituto Moises Soares.

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