

Nascido em Antonina no dia 1º de março de 1875, filho de José Joaquim Peixoto e Anna Maria de Costa Peixoto, realizou seus estudos iniciais na cidade de Curitiba. Escreveu vários poemas que foram publicados nas revistas simbolistas da capital paranaense no início do século XX, sendo o mais famoso deles o “Soneto de Saivá”.
O “Poeta do Saivá”
Segundo Alberico Figueira:
Aquela capelinha de estilo colonial na cidade de Antonina foi a inspiradora de Thiago Peixoto, um dos mais vigorosos lapidadores do verso. O memorável poeta declamou toda a beleza rústica daquele velho sítio que evoca a tradição religiosa da Terra fundada por Vale Porto.
Juntamente com outros grandes nomes da literatura paranaense, escrevia algumas vezes sob o pseudônimo de “Ramon de Miraflores”. Esteve escrevendo para a revista “O Azul”, de Santa Rita Junior, que surgiu em 1900. Além de Santa Ritta Junior, participavam Evaristo Pernetta, Nicolau dos Santos, Adolpho Werneck e Euclides Bandeira, todos conectados com Cruz e Sousa.

Em seus versos, porém, demonstra não ser um estreante, mas um poeta de grandes recursos e profundo conhecedor da arte que imortalizou Bilac. A própria revista “Azul” salientava os trabalhos de Thiago Peixoto.

Passou os melhores anos de sua mocidade em Curitiba, fazendo parte da geração literária composta por Euclides Bandeira, Aristides França, Santa Ritta Junior, Flórido Cordeiro, Leocádio Correia, Evaristo Pernetta, Benedito Nicolau dos Santos, Adolpho Werneck, Generoso Borges, Hipólito Pereira, Plínio Marques, Virgolino Brazil, Isidoro Costa Pinto, Gabriel Ribeiro, Tales Saldanha e José Gelbcke.
Ao lado desses vultos do verso e da prosa, desfraldou o estandarte dos seus ideais artísticos nas revistas “Sapo” e “Azul”, que congregavam os letrados da época. Thiago Peixoto foi um poeta espontâneo e suave, marcado por um simbolismo compreensível, distinguindo-se pelo seu medievismo lírico, segundo a expressão de Rodrigo Júnior.

Maçom, iniciado provavelmente na Loja Estrela de Antonina, conforme nos informa Hércule Spoladore em sua obra “História da Maçonaria Paranaense no Século XX”, fazia parte de uma elite intelectual importante de “Poetas Simbolistas”.
“Talvez, este tenha sido o grupo mais importante de maçons com participação ativa na sociedade que o Paraná já teve até a presente data. Eram intelectuais, escritores, poetas, anticlericais,
formadores de opinião, pois a maioria pertencia à imprensa escrita. Eles eram acima de acima de tudo poetas e escritores…
Considera-se que o Paraná foi o maior centro de poetas simbolistas do Brasil.
Talvez a poesia, foi a sua maior atividade, a sua maior meta, o seu maior triunfo, a sua maior glória e as demais ocupações foram apenas complementos de suas vidas entre as ricas rimas de
suas estrofes de ouro. Mas, mesmo assim, se este grupo viveu mais em função da poesia, foi uma dádiva eles terem pertencido à Ordem.
A poesia foi tudo para eles o resto foi detalhe ou meio de divulgação.
Não podemos deixar de citar os poetas e escritores paranaenses que foram envolvidos neste período do simbolismo que durou de trinta a quarenta anos”.
Um orador nato de improviso sempre, surpreendia quem tinha o privilégio de ouvir suas citações, lembrado por isso em vários artigos de jornal da época.
Possuía comércio em Curitiba no ano de 1899.

Sempre ativo na sociedade antoninense e curitibana, participou de vários grêmios, clubes e sociedades, tais como a “Casa de Caridade de Antonina”, onde atuou como segundo secretário no ano de 1905. Esteve envolvido em diversas sociedades beneficentes tanto em Curitiba quanto em Antonina. No ano de 1907, em Antonina, foi eleito orador da “Sociedade Marítima de Beneficência”. Já no ano seguinte, em 1908, atuou como orador da “Sociedade R. Bouquet de Flores”.

Foi socio do Club Curitibano e amigo pessoal de várias personalidades literárias da capital.
Ligado ao partido republicano paranaense.
Foi escrivão interino da agencia de rendas de Antonina até 1920.
Citado no livro Antonina 360 anos de história de Claus Luiz Berg, como “João Thiago Peixoto – o poeta da saudade”, foi dele também o HINO À NOSSA SENHORA DO PILAR, letra de Thiago
Peixoto e música de Lourdes Marçallo Valente.
Posteriormente retornou a sua cidade natal e casou-se com D. Adélia de Souza Peixoto e tiveram juntos sete filhos.
Thiago foi guarda-livros, participou do governo municipal, foi também diretor do extinto Instituto Comercial de Antonina.

Uma Rua em Antonina leva seu nome inclusive sendo a primeira Malha viária a receber asfalto na cidade, a Av. Thiago Peixoto, no bairro do Batel, em 07 de março de 1960.
Depois de uma longa doença (Hipertrofia Hepatica)acabou por falecer triste e amargurado na Deitada-a-beira-do-mar em 23 de maio de 1921.

Hamilton Ferreira Sampaio Junior
Referências:
Hemeroteca Digital