Joaquim Américo Guimarães

hamilton |31 dezembro, 2022

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 Joaquim Américo Guimarães nasceu em Paranaguá no ano de 1802, era filho do Capitão Joaquim Américo Guimarães e Francisca Guimarães (Nascida Simões), foi irmão de Manoel Antônio Guimarães (Visconde de Nacar), Rita Joaquina Pereira de Rezende (Nascida Guimarães) e Rosa Narcisa Correia, foi casado com Anna Maria da Luz, que era filha das tradicionais famílias parnanguaras, descendente do capitão-mor João Rodrigues de França, que governou Paranaguá entre 1707 a 1715 (iniciador desta família no Paraná, NEGRÃO, 1928, Vol.3, p.3 e p.164). E também foi casado provavelmente em segundas núpcias com Thereza Maria da Luz Guimarães que aparece em seu inventário solicitando uma restituição da coletoria de Paranaguá em data de 1873.

Jornal Dezenove de dezembro edição 01425 de 2 de agosto de 1873 pág. 2

Considerados por alguns autores como algum dos primeiros negociantes sediados na cidade de Paranaguá

No Juramento a Constituição do Império ocorrida na Câmara de Paranaguá em data de 2 de fevereiro de 1824.

Memória Histórica de Paranaguá pág. 389.

Em 1831 seu pai era presidente da “Sociedade Patriótica dos Defensores da Independência e Liberdade Constitucional”, encontrados na obra Memória Histórica de Paranaguá página 253, podemos observar que Joaquim Américo nesta época com 29 anos aproximadamente se achava na lista.

Memória Histórica de Paranaguá pág. 253.

Em 1834 O Dr. Juiz de Fora Agostinho Ermelino de Leão veio a propor uma reedificação do Frontispicio na Capelinha do Sr. Bom Jesus dos Perdões e Joaquim Américo contribuiu com 4$000.

Já em 1836 encontramos nas memórias Históricas de Paranaguá no termo 805 uma sessão ocorrida em 9 de outubro da Sociedade Patriótica.

O secretário leu a provisão do Exmo Bispo Diocesano e o compromisso da Irmandade da Misericórdia pelos quais ficava ereta esta sociedade naquela irmandade e, que ficaram cientes todos os irmãos, bem como a lei Provincial que autoriza a Irmandade em possuir bens de raiz, até a quantia de quarenta contos de reis, assentou em fazer novas eleições dos novos vogais no dia 7 de dezembro, como mandava o compromisso e, ficarão encarregados os Irmãos Correia Júnior e, Joaquim Américo de mandarem dizer uma missa solene no dia 8 do mesmo mês, cuja ata foi assinada por quinze membros.

Em 1842 sabemos que ele era alferes reformado e, cavaleiro da Ordem de Cristo, conforme nos informa o Jornal “O Brasil” Vestra Res Agitur edição 319.

Encontramos na obra de Manoel Viana “Paranaguá na História e na Tradição”, uma participação de Joaquim Américo Guimarães na história sobre o “Ladrão Arrependido” que versa sobre um roubo ocorrido na Alfandega de Paranaguá em 1844 e Joaquim foi um dos que receberam o bilhete com os dizeres “O Dinheiro está no pátio da Alfandega”.

Em 1845 encontramos um ofício que a Câmara escreveu ao Comendador Joaquim Américo Guimarães o qual oferecia a sua casa ao Imperador quando em visita a esta cidade.

Memória Histórica de Paranaguá pág. 332

Notamos acima que o símbolo associado às condecorações seria o grau Comendador da “Ordem do Rosa” e não da Ordem de Cristo *1, mas Vieira dos Santos insiste em seus registros que Joaquim recebeu a comanda da Ordem de Cristo.

Foi Membro da Loja União Paranaguense

Foi Chanc∴ da Loja Maçônica União Paranaguense no ano de 1846, 1847 e 1848 sendo eleito para o cargo de Chanc∴ com 13 votos segundo documento (processo eleitoral) desta mesma oficina para o exercício de 1848.

Sabemos por meio da ATA que Joaquim Américo Guimarães esteve presente na sessão eleitoral da Loja União Paranaguense em setembro de 1847, tendo sido um dos “escrutadores”, juntamente com Luis Machado Silva. *2

Ata da Sessão de Eleição da Loja União Paranaguense no ano de 1846.

A loja “União Paranaguense” funcionava em um prédio alugado na Rua do Fogo, mas entre 1845 e 1847, passou a construir Templo Próprio na Rua da Misericórdia, prédio este que ocupou no ano de 1848.

*2 Escrutador adjetivo, substantivo masculino, ou aquele que escruta, isto é, que investiga, que pesquisa. Perscrutador; inquiridor.

Nos aponta Alessandro Cavassin em seu artigo “A família de Manoel Antonio Guimarães na composição do poder local em Paranaguá no Século XIX”, envolvimento no tráfico negreiro.

Em 1850 foi levantada a hipótese de que ele estaria envolvido na recepção de negros vindos da Africa, bem como de ser proprietário de navios que faziam este comércio.

Em 1853 com a chegada do Conselheiro Zacarias de Gois e Vasconcelos, a Câmara de Paranaguá havia deliberado as pompas e solicitando aos moradores que iluminassem a frente de suas casas por três dias, o desembarque do conselheiro se deu no cais do mercado e, a hospedagem ofereceu-se o Comendador Joaquim Américo, em seu palacete situado à Rua Direita onde estão atualmente o Foro e, a Delegacia de Polícia, hoje Sede da Escola de Comércio, um coreto foi erguido em frente ao prédio, conta-se que o Conselheiro não dançou, mas, sua esposa a Senhora Vasconcelos dançou a primeira quadrilha com Dr. José Mathias Ferreira de Abreu.

Era Comerciante e proprietário de vários navios conforme conseguimos levantar apenas alguns dos seus navios segue abaixo.

*1 Existe uma discrepância quanto ao nome da Comenda recebida pelo Joaquim Américo Guimarães se seria comendador pela Ordem de Cristo ou Pela Ordem do (Rosa), em minhas pesquisas o símbolo ao lado do seu nome e, de seu irmão remete ao Grau de Comendador da Ordem do (Rosa).

Em 1861 tinha casa no primeiro quarteirão

Listas de votantes da Igreja Matriz de Paranaguá de 1861.

Em 1869 foi eleito Vereador com 493 Votos.

Dezenove de dezembro edição 966 de 1869.

Faz-se necessário um pequeno anexo ao texto para explanar sobre a família de Joaquim Américo Guimarães.

O casal Joaquim Antônio Guimarães e Anna Maria da Luz, conforme o genealogista Francisco Negrão, “teve o filho único: ” .

Manoel Antônio Guimarães (NEGRÃO, 1929, Vol.3, p.164, 4‐6); Cecília Westphalen mostra que o casal também teve o filho Joaquim Américo Guimarães (WESTPHALEN, 1998, p.61), que também consta em (NEGRÃO, Vol.3, p.164, 5‐7 – contrariando sua própria afirmação). Existiu, ainda, Joaquim Antônio Guimarães, o filho primogênito do casal Manoel Antônio Guimarães e Maria Clara Corrêa, nome em homenagem ao avô (NEGRÃO, 1928, Vol.3, p.165). E Joaquim Américo Guimarães, filho do major Claro Américo Guimarães, neto do Manoel Antônio Guimarães (NEGRÃO, 1928, Vol.3, p.171). Joaquim Antônio Guimarães era comerciante em Paranaguá e em 1826, por exemplo, começou a edificar a beira‐mar, além de construir em 1831 pilares para uma prancha, para desembarque de suas mercadorias (WESTPHALEN, 1998, p.27); proprietário da sumaca Mariana, que transportava inúmeros gêneros nacionais e estrangeiros; foi administrador do Correio; é provável que tenha falecido por volta do ano de 1850.

Faleceu em Paranaguá em 7 de março de 1871.

Jornal do Comércio RJ edição 00070 de 12 de março de 1871 pág. 3

Hamilton Ferreira Sampaio Junior

Referências:

SANTOS, Antonio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

JUNIOR, Vicente Nascimento. HISTÓRIAS CRONICAS E LENDAS: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: PREFEITURA MUNICIPAL, 1980. 411 p. v. 1. ISBN 19381016.

ALVES, Alessandro Cavassin. A família de Manoel Antonio Guimarães na composição do poder local em Paranaguá no Século XIX: A família de Manoel Antonio Guimarães na composição do poder local em Paranaguá no Século XIX. Orientador: UFPR. 2017. 29 f. ARTIGO (Ociologia pela Universidade Federal do Paraná) – UFPR, Curitiba, 2017.

BRITO, Edilson Pereira. SOLDADOS DA NAÇÃO: OS PRAÇAS E A GUARDA NACIONAL NA PROVÍNCIA DO PARANÁ (SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX): SOLDADOS DA NAÇÃO: OS PRAÇAS E A GUARDA NACIONAL NA PROVÍNCIA DO PARANÁ (SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX). Orientador: Prof Dra Silvia Hunold Lara. 2018. 266 f. Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Doutorado Historia) – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS, CAMPINAS, 2018.

Relatórios do Presidente da Provincia e do Ministério de Guerra de 1856 a 1857.

UOL, Uol. https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/escravidao-racionada-no-brasil-abolicao-ocorreu-ao-estilo-conta-gotas.phtmlhttps://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/escravidao-racionada-no-brasil-abolicao-ocorreu-ao-estilo-conta-gotas.phtmlIn: UOL, Uol. Https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/escravidao-racionada-no-brasil-abolicao-ocorreu-ao-estilo-conta-gotas.phtmlhttps://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/escravidao-racionada-no-brasil-abolicao-ocorreu-ao-estilo-conta-gotas.phtml. 1. xxxxxxxxxxxxxxx. ed. Rj: Xxxxxxxxx, 2021. xxxxxxxxxx. Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/escravidao-racionada-no-brasil-abolicao-ocorreu-ao-estilo-conta-gotas.phtml. Acesso em: 1 jan. 2021.

Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

MJ (Brasilia). Receita Federal. Alfândegas – Letra P: Alfândega – Paranaguá. In: FEDERAL, Receita. Alfândega – Paranaguá : Alfândega – Paranaguá. Brasilia: MJ, 2021. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/historico/srf/historia/catalogo/letraA/alfandegas/alf_p.htm. Acesso em: 20 maio 2021.

FILHO, Francisco negrão. Genealogia paranaense: genealogia paranaense. 3. ed. PARANA: Tipografia paranaense, 1928. 347 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 IIP787.57.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 IRM53.29.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 SGO291.215.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 SGO282.214.

Wikipédia

Biblioteca Nacional – Hemeroteca

Histórico da Biblioteca no sítio da Fundação Biblioteca Nacional

MORAES, Rubens Borba de. e AZEVEDO, Elisa de Mello Kerr. (novembro de 2017). «Livros e Bibliotecas no Brasil Colonial. 2 ed. Brasília: Briquet de Lemos/ Livros, 2006, p. 20. p.60.» (PDF).

TJPR-Catalogação dos Processos de Paranaguá (1711 – 1991)

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