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Joaquim D ́Almeida Faria Sobrinho nasceu no dia 13 de agosto de 1847, na Fazenda Verde na Vila do Príncipe, atualmente município da Lapa, filho do Padre Inácio D ́Almeida Faria e Sousa e de dona Libania Faria e Souza, casou-se em 18 de maio de 1872 com Joaquina da Silva Faria, filha do Coronel Francisco da Silva Pereira tiveram filhos:
Maria Constança de Faria Pessoa, Ignacio de Almeida Faria, Raul de Almeida Faria, Eloyna de Almeida Faria, Leonidas (Falecido), Hercilia Faria da Costa, Joaquim (Falecido), Epaminondas Faria, Herminia de Faria Lins, Elzira de Almeida Faria Macedo, Olivia de Almeida Faria, após o estudo das primeiras letras, Joaquim aos 11 anos, seguiu para Sorocaba e, depois, para Minas Gerais onde ingressou no Colégio Baependi até abril de 1860, retornando a São Paulo concluiu o curso secundário no colégio Atheneu Paulistano. Em março de 1864, matriculado na Faculdade de Direito de São Paulo, formando-se em 1868 com brilhantismo (orador da turma), sendo seus examinadores nas provas finais o Conselheiro Furtado, Joaquim Inácio Ramalho e Doutor José Maria de Sá e Benevides, recebeu o título de sócio benemérito da Associação Núcleo Jurídico de São Paulo. Regressando ao Paraná em janeiro de 1869, foi nomeado Promotor Público de Curitiba, pelo então Presidente Antonio Augusto da Fonseca, cargo que exerceu com brilho e eficiência. Em 1870, exerceu o cargo de Inspetor de Instrução Pública de Curitiba. Conduzido por várias legislaturas ao exercício do mandato de Deputado Provincial ao antigo congresso Legislativo da Província. Exerceu, ainda, os cargos de procurador fiscal do Tesouro Geral e secretário do Museu Paranaense.
O Maçom
Foi iniciado na Loja 27 de Dezembro em Curitiba, em 1874 era Orador da Loja e assinou a posse da Primeira administração.
Foi também um dos fundadores da Loja Apóstolo da Caridade em 5 de novembro de 1875 foi eleito V∴M∴ da Loja Apóstolo da Caridade sendo seu primeiro Ven∴.
Entre o Compasso e o Esquadro Gênese das Lojas maçônicas no Paraná 1830-1930.
Entre o Compasso e o Esquadro Gênese das Lojas maçônicas no Paraná 1830-1930.
No ano de 1877 participou da regularização da Loja Concórdia IV no dia 20 de abril.
Entre o Compasso e o Esquadro Gênese das Lojas maçônicas no Paraná 1830-1930.
As ações de Joaquim D ́Almeida Faria Sobrinho revelaram ser ele uma pessoa de espírito empreendedor e altruísta para com a causa pública. Por estas atitudes, recebeu em novembro de 1880, através de D. Pedro II e do decreto imperial, a nomeação de Cavaleiro da Ordem da Rosa.
Nomeado vice-presidente da Província do Paraná, em 30 de agosto de 1885 e Presidente em 15 de outubro de 1886, foi o 2° paranaense que ocupou o Governo da Província e um dos poucos que governara sua terra natal por nomeação direta de sua Majestade o Imperador D. Pedro II.
Em maio de 1886, no dia 3, assumiu o governo do Paraná, substituindo o Visconde de Taunay.
Durante o tempo em que ocupou o cargo, um ano e sete meses, deu um grande impulso nas obras públicas. Terminou ele as obras do Passeio Público, inauguradas pelo seu antecessor, ainda em seu governo a construção da nova matriz, atual Catedral, tomou um impulso especial. Em 10 de novembro de 1887, inaugurou em Curitiba os “carris/ urbanos”, empresa de transportes com tração animal, mais conhecidos como bondinhos de burro.
Durante sua administração a frente da província, fundou a Sociedade Propagadora da Erva Mate e incentivou a indústria, em geral, com especial preocupação na madeireira, fomentou a agricultura. Alguns empresários aventuraram-se na introdução de serrarias e comercialização de pinho nos mercados nacionais e platinos.
Segundo Francisco Brito de Lacerda – Presidente Faria foi o responsável pela instalação dos três primeiros telefones de Curitiba. 1- Palácio da Presidência;
2 – na Chefatura de Polícia que funcionava junto ao quartel do 3° Regimento de Artilharia; e
3 – Estação da Estrada de Ferro no dia 30 de setembro de 1888.
A estrada de Ferro de Paranaguá, fundada em 1885, entrou em fase de normalidade em 1886 durante o governo de Faria, desafogou o tráfego na Estrada da Graciosa, beneficiando especialmente Antonina e começou a produzir bons lucros, o que era um reflexo do progresso que se verificava em toda a Província do Paraná.
O Presidente Faria revelou-se notável administrador, procurou aumentar o número de colônias destinadas à imigrantes europeus, incentivando os italianos, criando a “Colônia Faria”, e também aos poloneses.
Além de construir mais de 50 escolas públicas, estimulou a instalação de colégios particulares de nível primário e secundário.
Uma das escolas construídas em seu governo foi rebatizada em sua homenagem, a Escola Estadual Faria Sobrinho – Ensino Fundamental é uma instituição centenária localizada na cidade de Paranaguá, litoral do Paraná.
Em 13 de junho de 1888 foi nomeado Juiz de Direito da Comarca de São José dos Pinhais, exercendo com brilhantismo por vários anos. Com a queda do Império em 1889, passou a lecionar História, Geografia, Francês e retórica no Liceu Paranaense.
Por fidelidade ao Imperador de quem era partidário, recusou cargos que lhe foram ofertados na República – Presidência da Província de Alagoas. Aceitou apenas o cargo de Auditor da Guerra em 1890 pelo Marechal Deodoro, função que exerceu até o fim da sua vida em 11 de setembro de 1893 (46 anos) em Paranaguá. Passou a História como “Presidente Faria”, é patrono da Academia Paranaense de Letras.
Faleceu no dia 12 de setembro de 1893, em Paranaguá
O Presidente Faria fez parte da maçonaria paranaense e recebeu a comenda da Ordem da Rosa. Em Curitiba, a lembrança ao político é dada através de uma importante rua no centro da cidade. A Rua Presidente Faria possui seu trecho entre a Rua Marechal Deodoro e a Avenida João Gualberto, cortando conhecidos pontos de Curitiba como o Prédio Histórico da UFPR e o Passeio Público.
Hamilton Ferreira Sampaio Junior
Referências:
Bibliografia da Academia Paranaense de Letras. Vultos.
Centenário de Morte do Presidente Faria.
LACERDA, Francisco Brito de. Presidente Faria. Gazeta do Povo. Curitiba. 07/04/1990.
Gazeta do Povo. Curitiba. Presidente Faria.
SAMPAIO, Hamilton. ENTRE O COMPASSO E O ESQUADRO: Gênese das Lojas Maçônicas no Paraná entre 1830 e 1930. In: ENTRE O COMPASSO E O ESQUADRO: Gênese das Lojas Maçônicas no Paraná entre 1830 e 1930. 1. ed. Curitiba: Novagrafica, 2019. v. 1, cap. 1, p. 2. FILHO,
SPOLADORE, Hércule. HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX: HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX. In: HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX: HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX. 1. ed. LONDRINA: Ruahgraf Gráfica e Editora Ltda, 2007. v. 1, cap. 1, p. 2. ISBN 8590725804, 978859072580.
REVISTA PANORAMA. nº 44, p. 50, 51, 25, jan.1956. Francisco negrão. Genealogia paranaense: genealogia paranaense. 3. ed. PARANA: Tipografia paranaense, 1928. 347 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.