Joaquim Procópio Chichorro Junior

hamilton |11 fevereiro, 2024

Blog | Rastro Ancestral

Nasceu em Antonina, no dia 20 de outubro de 1864, filho de Joaquim Procópio Pinto Chichorro e Carolina Eloy Oliva de Medeiros.

Na cidade natal, fez os estudos de primeiras letras e, mudando-se para São Paulo, continuou seus estudos  no Seminário Episcopal, nas diversas matérias do curso secundário, prestando exames preparatórios para a Faculdade de Direito.

Retornando ao Paraná, casou-se, em Piraquara, com Francisca Hosana Rodrigues da Costa, que viria a ser popularizada por seu filho Alceu como Dona Chiquinha.

Deste casamento, realizado em 1887, adveio numerosa prole.

Foram os filhos:

 

Euclides, Joaquim, Christina, Aurora, Alceu, Heitor, Alita, Evandro, Ovidio, Francisca, Artemis, Aristeu e Clovis.

Ocupou cargos importantes na administração pública paranaense, destacando-se o de procurador da Fazenda, o de secretário do Interior e Justiça e Instrução Pública e o de secretário das Finanças, Comércio e Indústria, este por dois quatriênios.

Em 15 de março de 1886, foi fundado em Curitiba o primeiro jornal totalmente republicano, “A República”, por Eduardo Mendes Gonçalves e Joaquim Antonio da Silva.

Inicialmente, sua circulação era semanal, porém, a partir do início de 1889, passou a ser diária.

O jornalista Chichorro Júnior era também um dos articulistas deste jornal.

Revelou-se administrador acurado e de largos conhecimentos financeiros.

Alterou o sistema da apresentação dos orçamentos.

Foi também deputado estadual em duas legislaturas, administrador dos Correios e diretor-presidente do Banco de Curitiba.

Apesar dessa intensa atividade, conseguia dispor de tempo para lecionar, pois era professor do Ginásio Paranaense, titular das cadeiras de Pedagogia, Lógica e História Natural.

Em 1896, no concurso aberto para preenchimento do cargo de lente de Aritmética e de Álgebra do Ginásio e Escola Nor­mal, conquistou o primeiro lugar na classificação geral.

Foi fundador da Loja Fraternidade Paranaense.

Entre  o Compasso e o Esquadro Gênese das Lojas Maçônicas no Paraná de 1830-1930.

Muito o desagradou, no entan­to, a anulação do concurso, atribuída a pressões políticas da época.

Enfrentando problemas financeiros e de saúde, sem um teto próprio onde morar, dirige-se ao amigo industrial Xavier de Miranda solicitando-lhe, sob empréstimo, a importância de duzentos mil réis para pagamento do aluguel da casa em que residia.

Foi notável sua atuação nos cenários literário, filosófico e político. Homem de letras, polemista vigoroso, comentarista, poeta e jornalista, pianista exímio, sócio fundador do Centro de Letras do Paraná, chegou a publicar Vozes Livres, versos, 1886; O Deus Social, prosa, 1889; e diversas conferências.

Ao lado de Menezes Dória, Claudino dos Santos e Cunha Brito, colaborou no jornal Federação (1892), como que a prosseguir sua meta quando, à frente da redação de A República, tudo fizera para a queda do regime monárquico e consolidação dos prin­cípios republicanos.

Joaquim Procópio Chichorro Junior era, acima de tudo, um dos intelectuais paranaenses, atualmente, considerado pela Academia Paranaense de Letras, um “homem de letras, polemista vigoroso, comentarista, poeta e jornalista, pianista
exímio, sócio fundador do Centro de Letras do Paraná”.

Patrono da cadeira 32 da Academia Paranaense de Letras.

Em seu primeiro livro, “Vozes Livres”, publicado em 1887, quando tinha apenas 19 anos, Chichorro Junior defendia a abolição da escravidão em alguns dos poemas.

Seu outro livro é “Deus Social”, do ano de 1889.

No bairro Cabral, a rua Chichorro Júnior corta importantes avenidas e é dividida em duas pelo terminal de ônibus da região.

A morte colheu-o em plena atividade mental, em Curitiba, numa sexta-feira, 31 de agosto de 1926, deixando viúva e 12 filhos, entre eles o acadêmico Alceu Chichorro.

 

Hamilton Ferreira Sampaio Junior

Referências:

SAMPAIO, Hamilton. ENTRE O COMPASSO E O ESQUADRO: Gênese das Lojas Maçônicas no Paraná entre 1830 e 1930.. In: ENTRE O COMPASSO E O ESQUADRO: Gênese das Lojas Maçônicas no Paraná entre 1830 e 1930.. 1. ed. Curitiba: Novagrafica, 2019. v. 1, cap. 1, p. 2.

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