José Cleto da Silva
Professor, parnanguara nascido a 24 de outubro de 1843, filho de José Cleto da Silva e Maria Rosa de Brito.
José Cleto da Silva era dotado de uma austeridade de caráter, exarcebada.
Dedicando-se ao magistério primário, o Professor Cleto foi um dos mais zelosos e esforçados educadores da Província, assíduo nas aulas, pontual e exato no cumprimento dos seus deveres.
Casou em primeiras núpcias com Isolina Cordeiro de Miranda em 31 de maio de 1868, em Paranaguá, Paraná, Brasil.
O professor Cleto casou-se duas vezes: 1° com D. Isolina Cordeiro da Silva, filha de Balduino Cordeiro de Miranda e
Maria Manoela Cordeiro e casou em 2° nupcias com D. Emília Guimarães Cleto Silva, filha do Coronel Manoel Ricardo da Costa Guimmarães.
Teve do 1° matrimonio os seguintes filhos:
1 ° Constâncio Cleto da Silva;
2° D. Maria Rosa Cleto Nobre, casada com o Dr. Francisco de Carvalho Nobre;
3° Leocádio Cleto da Silva;
4° D. Maria José Cleto Antunes casada com o Tenente José Cezar Antunes;
5º O Major José Júlio Cleto da Silva, que tomou ativa parte na defesa dos direitos do Paraná
sobre o Contestado, combatendo da Tribuna do Congresso Legislativo o acordo de limites de 1916. Também foi chefe da revolta de 1917.
6° D. Maria Julia Cleto de Moura casada com o Engenheiro Lydio de Albuquerque.
No ano de 1863 começou a trabalhar na alfandega de Paranaguá, situada no antigo colégio dos Jesuítas em frente ao Rio Itiberê.
Em 1867, o presidente da Província do Paraná César Burlamarque o nomeou para a regência interina da primeira cadeira de instrução primária.
A partir desse momento, José Cleto da Silva demonstrava uma grande dedicação aos seus alunos e a educação.
Jornal Dezenove de Dezembro, 1867 edição 809 pág 2.
Em 17 de outubro de 1877, Cleto insurgiu-se contra a prisão de um menor, indo contra o depoimento do delegado. Sem medo, Cleto denunciou a atitude às autoridades de Curitiba. Logo depois, começou a falar na frente da casa do Delegado “Existe nesta cidade uma turma de meninos órfãos ou de pais. miseráveis entregues a pessoas que desfrutam seus serviços como criados, dando a elas em paga mau alimento e trapos para vestir. Não recebem educação nenhuma e fazem-se notáveis pelo espírito de destruição contra tudo que está a seu alcance e forças”. Numa outra ocasião, um menino que vivia nas ruas junto a um escravo foi apanhado pelo Delegado. Logo que soube, o professor Cleto defendeu o menino e afirmou que o mesmo era seu aluno do seu curso particular de aula noturna para adultos. Logo em seguida, Cleto aproveitou-se desse ensejo para fixar as aulas noturnas voltadas às crianças negras e pobres.
Em 1886 atuava como curador de escravos que já legalmente deveriam ser alforriados por diversos motivos, exerceu isso como um sacerdócio, maçom republicano e educador José Cleto da Silva, Loja “Perseverança”, atendia gratuitamente ações na Justiça a favor dos negros que eram escravizados ilegalmente após a lei de 1850, que proibira o tráfico de escravos.
Jornal do comércio 1883 edição edição 008 pág 1.
Filiado ao Partido Liberal, exerceu em Paranaguá uma acesa luta com os seus adversários políticos, ocupando, na imprensa do seu partido, um posto de combate.
Fundado em julho de 1883 o jornal “Livre Paraná” que é considerado o precursor da campanha republicana na então província do Paraná.apresentava-se como empresa da tipografia de Fernando Machado de Simas, mas fortes indícios fazem crer que outro republicano que era José Cleto fosse sócio fundador do mesmo jornal e redator de algumas matérias indiretamente endereçadas aos seus adversários políticos. Art. de Noemi Santos da Silva.
Jornal Diário do Paraná edição 4411 pág 55 – 29 de Março de 1970.
Fernando Machado de Simas, por sua vez, além de farmacêutico era jornalista e, assim como Cleto, despertava desamores com as elites de Paranaguá.
O slogan do Jornal “Livre Paraná” era bastante forte, era:
“POVO! TU PARECES PEQUENO PORQUE ESTAS DE JOELHOS! LEVANTA-TE !!! “.
Para os redatores do “Futuro“, órgão de imprensa claramente oponente político do Livre Paraná, sua farmácia era o ponto de encontro de “Cletos e Eugênios”.
A autoria de polêmicas matérias no periódico o tornaram réu no tribunal da cidade, por crime de calúnia e abuso de liberdade de imprensa, devido uma difamação da empresa comercial “Visconde de Nácar Filho”, propriedade do Visconde de Nácar.
Quando se referiu a “Eugenios”, em relação aos sujeitos frequentadores da farmácia de Fernando Simas, o jornal O “Futuro” falava de José Eugenio Machado Lima, promotor público de Paranaguá e também membro da Sociedade Redentora Paranaguense.
Serviu 0 cargo de Delegado de Policia no ano de 1880.
Foi eleito Deputado á Assembleia Provincial.
Depois da Republica exerceu os cargos de Administrador Geral dos Correios e inspetor do Tesouro do Estado.
O título que recomenda a José Cleto da Silva ao apreço da posteridade foi a sua “DEVOÇÃO AO ENSINO PUBLICO”.
Mestre durante 45 anos, devotadíssimo á sua nobilitante profissão.
Almanak da provincia do Paraná 1876 edição 0001 página 2.
Cleto, austero embora, sabia captar o respeito e a estima dos seus alunos, guiando-os paternalmente.
Os atestados passados pelos seus superiores são os mais honrosos: o Dr. Chavantes dizia que cada vez se tomava mais digno de louvores, já pelo zelo e brandura para com os alunos, já pelo método, regularidade dos exercícios e pronunciada aptidão para o magistério.
O Dr. João Pereira Lago escrevia que se a sua escola não era o modelo das escolas da Província, ao menos seria a que maior consideração merece do governo e do povo.
Depois de aposentado dirigiu colégios particulares, exerceu os cargos de promotor
Publico e Tabelião de Notas.
Os seus alunos erigiram em Paranaguá, um busto perpetuando a sua memória e o governo do Estado deu o seu nome a uma escola.
Estado do Paraná 1925, edição 0058 página 2
Acompanhando a orientação dos seus antigos correligionários, aceitou, durante a Revolução de 1894, o cargo de Secretário de Finanças do Estado, pelo que foi forçado a buscar, no exílio, segurança para sua vida.
O maçom republicano e educador José Cleto da Silva, Loja “Perseverança”, atendia gratuitamente ações na Justiça a
favor dos negros que eram escravizados ilegalmente após a lei de 1850, que proibira o tráfico de escravos.
No ano de 1894 durante a ocupação dos revolucionários José Cleto da Silva foi nomeado secretário de finanças, comércio e indústria do Estado durante a ocupação (Loja “Perseverança”, Paranaguá).
A Federação edição 003 de 1894.
Em 1902 ja integrava os quadros associativos do Club Literário de Paranaguá.
Ele faleceu em 25 de fevereiro de 1912, em Curitiba, Paraná, Brasil, com 68 anos, e foi sepultado em Cemitério Municipal de Curitiba, Paraná.
Hamilton Ferreira Sampaio Junior
Dados colhidos da obra “Dicionário do Paraná por Ermelino Agostinho de Leão Vol 3 Pág 1048.
Referências:
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