José Gonçalves de Moraes
Patrono da cadeira 19 da Academia Paranaense de Letras.
Nasceu em Morretes em 15 de janeiro de 1849.
Filho de Américo Gonsalves de Moraes e de Escolástica Jacintha de Moraes.
Fez o curso primário em sua cidade e o de humanidades em Paranaguá.
Aos sete anos de idade perdeu o pai, Américo, ficando para sua mãe, Escolástica, a dura tarefa de educar o filho.
Começou cedo a trabalhar e, já aos 18 anos de idade foi nomeado professor público em sua cidade natal.
Periódico a Republica 1868.
Tornou-se mais tarde sócio de uma casa comercial com um de seus irmãos.
Foi também tabelião, professor, deputado provincial por duas legislaturas, vereador, inspetor escolar em Curitiba, gerente da Caixa Econômica Federal, diretor da Secretaria de Obras Públicas no governo de Santos Andrade.
Casou com Francisca dos Santos, teve o filho Américo Vespúcio de Moraes e, desta união nasceu o filho, Aguilar Moraes, também poeta e prosador.
Desde pequeno, revelou inclinação para a poesia e, em 1874, lançou seu único livro,
“Semprevivas“.
Interessado pela cultura de seu povo, fundou o Internato Moraes.
Inaugurou o primeiro prelo da cidade de Morretes, sendo compositor e impressor do primeiro jornal morretense.
Com alguns companheiros criou diversas sociedades literárias e sociais, como Amor ao Estudo, Clube Alfa e Filodramática Morretense.
Interessante que a sua veia humorística, alegre, jovial, não combinava com a sua aparência física, homem de estatura mediana, esmarrido, barba rala, de aspecto grave, sorriso parcimonioso, sobrecasaca preta, chapéu côco e nasóculos, embora conversador agradável, ainda que comedido ao falar.
Vereador em Morretes em 1874.
Abolicionista fervoroso, poeta, cronista, tradutor e jornalista, dono de sólida cultura
alicerçada num humanismo impregnado de latinidade, lendo, traduzindo e falando
com esmero o latim. Colaborador de jornais e revistas, organizou os quatro primeiros
números do Almanaque Paranaense.
Sua pretensão era a de reunir seus versos no livro Curitibanas, conforme costumava revelar aos amigos na livraria da Impressora Paranaense, na Rua XV.
Chegou a escrever a novela realista Maria Clara, datada de 1889, inédita, cujos originais andariam à época em mãos de Raul Gomes.
Adoecendo em 1904, retirou-se do ambiente literário curitibano, retornando a Morretes,
onde faleceu na terça-feira, 21 de setembro de 1909.
Morreu pobre mas a cidade de Morretes não o esqueceu, nominando uma de suas principais Ruas e a Biblioteca Pública, com seu nome.
Hamilton Ferreira Sampaio Junior
Referências:
P, W. JOSÉ DE MORAES: cadeira 19 da ACPL. In: JOSÉ DE MORAES: cadeira 19 da ACPL. 1. ed. Curitiba: PUBLICAÇÃO DA ACADEMIA PARANAENSE DE LETRAS, 2016. Disponível em: https://academiaparanaensedeletras.com.br/academicos/. Acesso em: 10 jan. 2024.
Éric Joubert Hunzicker
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