A primeira Loja Maçônica fundada na Comarca de Curityba, e a segunda, na Província do Paraná, foi a Loja “Fraternidade Curitybana”, tendo sido emitido seu breve em 1º/04/1845 – (Bol GOB 1896 pág. 351). Quando iniciei essa pesquisa não imaginava eu a “viagem” que faria através da história de meu estado natal, primeiramente esclareço que foi uma dificuldade enorme a localização de documentos aja visto que o Irmão Francisco de Paula Dias Negrão somente iniciou a “guarda” e preservação de documentos em meados de 1860 e a documentação da Loja Candura Curitybana data de época anterior à 1845, nosso Irmão contribuiu enormemente para a preservação desses antigos dados referentes à história do Paraná, outra observação é que teriamos um outro Irmão Fernando Machado de Souza (Cap) o qual estranhamos não haver achado registros desse personagem mas pesquisando melhor os poucos documentos encontrados da época, mas então um recorte do jornal “dezenove de dezembro” 10-11-1855 constava o nome correto desse Irmão, após isso pudemos localizar um personagem militar o qual foi herói da Guerra do Paraguay e tombou morto na Batalha de Itororó.
Outra coisa que nos chamou a atenção foi um anuncio querendo comprar uma “negrinha ou negrinho” para a Tipografia de propriedade de nosso irmão Candido Martins Lopes vide rodapé da figura.
Curitiba em 1855 – Original no Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
Mapa da cidade de Curitiba em 1857. A população, em 1858 era de 11.313 pessoas.
Os membros da LOJA MAÇÔNICA CANDURA CURITYBANA, em sessão magna datada de 07 de novembro de 1855, resolveram doar à Irmandade da Santa Casa o prédio de seu Templo, localizado à Rua Direita – hoje Rua XIII de maio – com todos os móveis, bens e numerários (dinheiro), visto que a Loja estava, ao que parece, em vias de extinção, pois ela não existe mais, sendo que seus registros e sua história se perderam no tempo, não sendo encontrados nem registros e nem menções a respeito dela nas Grandes Secretarias da GRANDE LOJA DO PARANÁ e do GRANDE ORIENTE DO BRASIL, para patrimônio e sede do novo Hospital dessa Irmandade que, em sessão solene de 10 de novembro do mesmo ano, resolveu aceitar a nobre oferta da LOJA CANDURA.
Para adaptação do Hospital, nomeou uma comissão composta por: Comendador JOÃO CAETANO E SILVA, ANTÔNIO GONÇALVES RIBEIRO, FRANCISCO IGNÁCIO DA ROCHA, Capitão FERNANDO MACHADO DE SOUZA, CÂNDIDO MARTINS LOPES,para lavrarem a escritura de aceitação da doação do prédio da LOJA MAÇÔNICA CANDURA à Irmandade da Santa Casa.
Conta-nos, o irmão Francisco de Paula Dias Negrão, em “Memoria da Santa Casa de Misericordia de Curityba”, editado em 1933, que:
“A Sociedade – “FRATERNIDADE CURITYBANA” – cuja existencia datava de epocha anterior a 1843, já em 1852 se havia constituido em sociedade philantropica, sob a denominação de – IRMANDADE DE MISERICORDIA DA CIDADE DE CURITYBA” – com o nobre objectivo da pratica de actos de benemerencia, principalmente na pratica de socorros á indigentes e desvalidos. Era possuidora de um bom predio, na então Praça da Matriz, canto da Rua Fechada, que lhe fôra doada pelo Revdo. Padre Antonio Teixeira Camello, em seu testamento, abérto por sua morte ocorrida em 24 de Abril de 1847 (com 63 anos de idade). Por essa forma, ficou a Irmandade de posse daquella propriedade, que passou a fazer parte de seu patrimonio.”
“Impressionados com as noticias, de que a Provincia do Pará estava sendo implacavelmente attingida pelo – coléra-morbus – e que em outros pontos do Paiz, já tinha irrompido esta terrivel molestia, reuniram-se em casa do Dr. José Antonio Váz de Carvalho, Chefe de Policia, varias pessoas gradas1, afim de tomarem as medidas necessarias á impedir que a molestia viesse encontrar a Provincia desprevenida de recursos prophilaticos e hospitalares. Foi nomeada uma commissão de 12 membros, da qual fazia parte o Dr. José Candido da Silva Muricy, Medico militar residente em Curityba.
A Commissão, que foi constituida em 19 de Agosto de 1855.
Em 16 de Setembro, o Dr. Muricy apresentou ao Dr. Beaurepaire, Vice Presidente da Provincia, em exercicio, importante relatorio, no qual salientou o valor do trabalho elaborado pelo Dr. Paula Candido, Presidente da Commissão Sanitaria e Junta Central de Higiene da Capital do Imperio; mostrou tambem, a necessidade da vinda de mais 6 medicos e 2 pharmaceuticos, visto como, havia na Provincia, lugares em que não se encontrava ao menos um curandeiro, havendo falta absoluta de remedios, pouco adiantando nesse caso, a presença de medicos, e sem tudo isso, não se poderá combater o coléra-morbus, maximé, em serra acima, onde não ha uma – unica botica – apesar de haver uma população de cerca de 40 mil almas. É necessaria a vinda, não só de medicamentos, como tambem de todos os utencilios proprios para seu preparo e manipulação, diz o Dr. Muricy.”
gradas1= no sentido de graudas, de grande peso político, social, ou moral na cidade.
Francisco de Paula Dias Negrão nasceu em São João da Graciosa, Paraná, em 03/08/1871. Filho de João de Souza Dias Negrão e Maria Francisca da Luz Negrão, pelo lado materno era tetraneto de Balthazar Carrasco dos Reis, um dos fundadores de Curitiba. Enquanto Diretor do Arquivo Municipal de Curitiba organizou os documentos para a História do Paraná. São 62 volumes com a transcrição das atas da Câmara Municipal do período entre 1668 até 1932. As notas de rodapé e os dados explicativos sobre a cidade esclarecem e complementam a documentação. Além do Boletim publicou a famosa “Genealogia Paranaense”, editada pela Imprensa Oficial do Estado, uma obra composta de 6 volumes, sendo o primeiro volume publicado em 1926, e o último em 1950, 13 anos após a sua morte. Além dessas duas monumentais obras, Francisco Negrão escreveu: As minas de Ouro de Paranaguá; A viagem de Dom Pedro II através do Paraná; A Conjuntura Separatista de 1921; Memória da Santa Casa de Curitiba; Memórias sobre o Ensino e a Educação do Paraná de 1690 a 1933; O Centenário da Colonização Alemã em Rio Negro; Efemérides Paranaenses; Memória sobre os monumentos artísticos e históricos do Paraná, entre outras. Faleceu no dia 11 de setembro de 1937, aos 66 anos de idade.
Ir Antonio Teixeira Camello
Antonio Teixeira Camello ( Vigário )
Jornal Dezenove de Dezembro 24 de Junho de 1854 pag 06
Archivo Municipal de Curityba vol 41
O padre Antonio Teixeira Camello foi o pároco da Igreja Matriz de Curitiba, no período de 1823 a 1847. Morreu aos 63 anos de idade, em 24 de abril de 1847, e fez, em seu testamento a doação de um bom prédio, onde tinha sua residência, e que antes pertencera a seus pais, ao lado da matriz, na então Praça da Matriz (hoje Praça Tiradentes), esquina da Rua Fechada (hoje Rua José Bonifácio). Onde era a casa do padre Camello, atualmente está o edifício Nossa Senhora da Luz, ao lado da Catedral.
No testamento do Reverendo Antonio Teixeira Camello consta a seguinte verba: “Deixo esta casa em que moro para servir de hospital de Caridade no caso se estabeleça no praso de deseceis annos, não tendo isto effeito será a mesma casa arrematada e seo producto repartido pelos pobres desta Freguesia a eleição de meo testamenteiro e no entanto os alugueis que renderem se distribuirá pelos presos pobres.”
O testamenteiro foi Joaquim José Pinto Bandeira, curitibano nascido no fim do século XVIII, que teve participação de destaque na “Conjura Separatista” de 1821. Foi suplente de Juiz Municipal de Curitiba, oficial da Ordem da Rosa, coronel comandante da Guarda Nacional de Curitiba, presidente da primeira Assembleia Legislativa Provincial do Paraná, e mesário da Santa Casa de Curitiba. Faleceu em Curitiba, no dia 10 de maio de 1858.
As condições da cidade de Curitiba, nos idos de 1854, estão descritas no Relatório que o chefe de polícia Dr. Antônio Manoel Fernandes Júnior enviou ao presidente da Província, Zacarias de Góes e Vasconcellos.
Existiam quatro Igrejas: a Matriz, sob a invocação de Nossa Senhora da Luz, em bom estado, e ainda não concluída; a do Rosário ou dos Pretos; a da Ordem Terceira; e a de São Francisco de Paula, em construção. As sete Irmandades mantinham o espírito religioso, todas com seus compromissos aprovados: a do Santíssimo Sacramento, a de Nossa Senhora da Luz, a de São Miguel das Almas, a de São Francisco das Chagas dos Terceiros, a de Nossa Senhora do Rosário e a da Misericórdia. Existiam apenas duas escolas de primeiras letras para meninos e uma para meninas.
Curitiba era dividida em 27 quarteirões, contando com 5.819 habitantes, dos quais apenas 491 tinham idade acima de 40 anos. Tinha 308 casas, sendo 52 em construção; 38 lojas de negócios, 35 armazéns, 3 lojas de ourives, 5 de ferreiro, 2 de marceneiro, 1 de celeiro, 9 de sapateiro, 1 padaria, uma tipografia que imprimia o jornal oficial Dezenove de Dezembro, e algumas diferentes casas completavam o panorama citadino.
Em 9 de junho de 1852, a sociedade maçônica Fraternidade Curitybana se extinguiu e se converteu em sociedade filantrópica, a Ïrmandade da Santa Casa de Misericordia da Cidade de Curityba.
O primeiro Compromisso da Irmandade da Santa Casa da Misericordia da Cidade de Curityba,aprovado em 9 de junho de 1852, dizia:
Art. 1º: Fica convertida a sociedade Fraternidade Curitybana em sociedade philantropica, com a denominação de Irmandade de Misericordia da cidade de Curityba, a qual se empregará toda em actos de benificencia, mui principalmente no soccorro de indigentes, miseraveis e desvalidos.
Art. 2º:A propriedade legada á irmandade, com os fundos da extincta sociedade, passarão a fazer parte dos fundos da nova irmandade. (…).
Durante muitos anos, as reuniões da mesa da Santa Casa de Curitiba aconteceram na capela de São Francisco de Paula (as ruínas do alto de São Francisco), administrada pela Irmandade.
O primeiro provedor da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba foi o comendador Manoel Gonçalves de Moraes Roseira. O comendador Roseira foi deputado provincial na primeira Assembleia da Província do Paraná.
Somente em 1855, a Santa Casa de Curitiba teria seu primeiro hospital, fruto de doação de um prédio, de outra loja maçônica, a Candura Coritibana, localizado na Rua Direita, também chamada de Rua dos Alemães (hoje Rua Treze de Maio). Seu primeiro médico foi o Dr. José Cândido da Silva Murici, e foi o único, até sua morte em 1879. O Dr. Murici foi o idealizador e responsável pela construção do atual Hospital de Caridade, inaugurado em 22 de maio de 1880, com a presença do imperador D. Pedro II e da imperatriz Thereza Christina Maria.
Cândido Martins Lopes
E aconteceu, conforme está registrado em Ata, que em lugar devidamente coberto e com quórum exigido pelo artigo 178 dos Regulamentos Gerais da Ordem, instalou-se a primeira sessão dos
trabalhos, na residência do Ir∴ JOAQUIM D´ALMEIDA FARIA SOBRINHO, sendo este indicado para dirigir os trabalhos.
Ato contínuo, e para que tivesse amparo legal, os presentes, para satisfazerem o que estatui o artigo 65 da Constituição da Ordem Maçônica exibiram os seus respectivos diplomas de maçons.
Após estas formalidades, tudo conforme ata da época, elegeu-se a primeira Diretoria da Loja com a seguinte composição:
VEN.: JOAQUIM D´ALMEIDA FARIA SOBRINHO
1º VIG.: ANDRÉ BRAZ CHALRIE
2º VIG.: JOSÉ ANTÔNIO MARTINS
ORADOR.: CÂNDIDO MARTINS LOPES
SECR.: LUIZ FERREIRA DE FRANÇA
TES.: JOAQUIM JOSÉ BELARMINO BITTENCOURT
M.: CER.: AURÉLIO JESUS RIBEIRO DE CAMPOS
1º DIAC.: FERNANDO SCHNEIDER
2º DIAC.: GERMANO LINDERMANN
HOSP.: PREVISTO GONÇALVES DA FONSECA COLUMBIA
CHANC.: JOAQUIM BARRETO DA GAMA LOBO PITTA
EXP.: JUSTINIANO DE MELLO E SILVA
Na oportunidade, foram apresentadas três propostas e uma emenda para o batismo da Loja, assim registradas: a-) a primeira LOJA DA ETERNA LUZ – Justificativa: Eterna, o mesmo que dura para sempre, infinita; LUZ, fulgor, brilho iluminante, como sabedoria de DEUS que, não teve princípio e permanecerá para sempre, augúrios de que a Loja tenha uma vida perene. b-) a segunda – LOJA DOS 12 APÓSTOLOS DE CRISTO – Justificativa: primeiramente porque estavam em número de 12 e de cuja missão, não muito se distanciava do Senhor, que era fazer o bem sem recompensas. Dar o que de graça recebeste, sarar os enfermos, levar as boas novas do Evangelho a todos os Povos. c-) a terceira – LOJA NOVA JERUSALÉM – Justificativa: Invocava um trecho do Apocalipse: As suas portas nunca jamais se fecharam de dia, porque nela não haverá noite e lhe trarão a glória e a honra de todas as nações. d-) por último – um obreiro não identificado pediu para fazer um adendo na segunda proposta e sugeriu substituir os “12 de Cristo” por CARIDADE, ficando APÓSTOLO DA CARIDADE, que após discutido, foi aprovado por unanimidade o nome da nova LOJA, de AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA APÓSTOLO DA CARIDADE.
Do jornal “19 de Dezembro”, Nº 32, pág. 3,dia 07/11/1855
“Os membros da “LOJA MAÇONICA – CANDURA CURITYBANA” – do Oriente de Curityba, reunidos em Sessão especial dia 7 de Novembro de 1855, resolveram offerecer á Irmandade da Santa Casa de Misericordia, o predio de seu Templo, a Rua Direita, hoje 13 de Maio, com todos os moveis, bens e numerarios, para patrimonio e séde do novo hospital, dessa Irmandade, que em sessão de 10 desse mez resolveu acceitar a nobre offerta da Loja “Candura”.
Arquivos: relatorio Provincial 1 Maio 1856.
Jornal “19 de Dezembro”, nº 33, pág. 3, dia 14/11/1855
Transcrição da escritura de doação, no 2º Tabelionato de Notas.
Participaram desta Loja, que confirmamos em citações, os seguinte irmãos:
Antonio Teixeira Camello ( Padre )
Cândido Martins Lopes (Pai) – Proprietário do Jornal “19 de Dezembro”. Loja Candura Curitybana
Fernando Machado de Sousa (Capitão )
João Baptista Brandão de Proença
João Caetano da Silva
João de Abreu Sá Sottomaior e Araujo (Reverendo)
José Borges de Macedo (Alferes ) Loja Candura Curitybana
Manoel Gonçalves de Moraes Roseira (Comendador) Loja Candura Curitybana
Antonio Teixeira Camello ( Vigário )
Jornal Dezenove de Dezembro 24 de Junho de 1854 pag 06
Archivo Municipal de Curityba vol 41
Jornalista Cândido Martins Lopes (1803-1871).
Cândido Lopes antes residia em Niterói, onde tinha uma pequena gráfica. Chegando aqui, abriu novamente uma gráfica e fundou o jornal “O Dezenove de Dezembro” (mais tarde a letra “o” foi retirada do titulo do jornal) que circulou pela primeira vez no dia 1º de abril de 1854. A sede do jornal era na Rua da Imperatriz, 87 (atual Rua XV de Novembro) e mais tarde na edição de 9 de agosto de 1885 o jornal indica um novo endereço para “typographia e escriptorio” a Rua do Imperador – Travessa da da Imperatriz, 1. (A Rua do Imperador era a atual Rua Marechal Deodoro. Qual seria a Travessa da Imperatiz?)
Depois da morte de Cândido Lopes o jornal e a gráfica passaram a ser propriedade de sua viúva. A partir de 23 de setembro de 1884 passa a constar como editor e proprietário o Sr. Jesuino da Silva Lopes e depois (edição de 5 de setembro de 1885) constava no jornal como proprietário o Sr. Jesuino Lopes & Pinheiro.
Em 1883 o Sr. Ildefonso Pereira Correia (mais tarde Barão do Serro Azul), tendo como sócio Jesuíno Lopes, assumiu o controle da “Typographia Paranaense”, que passou a ser conhecida como Impressora Paranaense.
Imagino que o Sr. Ildenfonso tinha interesse no jornal como apoio as suas ambições políticas, imagino também que o interesse principal era a produção de rótulos para os seus produtos de erva-mate. Logo após a aquisição ele implantou junto à gráfica uma litografia. A impressora não atendia só as necessidades das indústria do barão, fazia rótulos para diversas empresas e impressos em geral, inclusive de livros.
Com o assassinato do Barão em 1894 a impressa passou para a sua viúva, Maria José Pereira Correia, a Baronesa do Serro Azul.
No início do século 20 (não descobri exatamente quando) o litógrafo Francisco Folch, que trabalhava na empresa, adquiriu a empresa e passou a dirigi-la até 1912.
Em 1912, entrou na sociedade o Sr. Max Schrappe, passando a razão social para Folch & Schrappe e Cia., mas continuando com o nome comercial de Impressora Paranaense.
Em 1922 , após o falecimento do Sr. Francisco Folch, o Sr. Max Schrappe comprou a parte do sócio.
A empresa permaneceu com a família Schrappe, que foi tocada pelo senhor Max e depois pelos seus filhos até 1996.
Em 1996 (já instalada no Pinheirinho) a empresa foi adquirida por uma multinacional, que acabou fechando-a em 2012, pondo fim ao que era uma das empresas mais antigas da cidade.
Fernando Machado de Souza (Cap)
Fernando Machado de Sousa (Desterro, 11 de janeiro de 1822 — Arroio Itororó, 6 de dezembro de 1868) foi um militar brasileiro.
Filho de Manuel Machado de Sousa e de Josefa Bernardina Borges, casou-se com Angélica Rosa Magalhães Fontoura.
Jornal Dezenove de Dezembro 29 Abril de 1854 Pág 05
Estátua de Fernando Machado, Florianópolis, Brasil.
Ingressou na carreira militar, com 15 anos, como 1º cadete do Corpo Provisório do Desterro. Combateu os farroupilhas em Laguna e no Rio Grande do Sul.
Foi promovido sucessivamente. Exerceu vários comandos importantes no Paraná, na Bahia, em Pernambuco, em Alagoas e no Rio Grande do Sul, e também foi comandado por Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.
Já como coronel, lutou em várias batalhas na Guerra do Paraguai, entre elas Curuzu, Passo da Pátria, Tuiuti, Potreiro Pires, Linha Sauce, Curupaiti e na Passagem de Humaitá.
Comandou a 5ª Brigada da Infantaria na Batalha de Itororó, onde durante os combates para tomar a ponte sobre o Arroio Itororó foi mortalmente ferido.
A rua em que nasceu hoje leva o seu nome, assim como uma praça na cidade de Florianópolis, inaugurada em 1917. Em Porto Alegre também foi homenageado, em 1870, com nome de rua, antes chamada de Rua do Arvoredo. O 63° Batalhão de Infantaria do Exército, sediado em Florianópolis leva o seu nome. Uma das principais Avenidas da cidade de Chapecó, em Santa Catarina, foi batizada com o nome de Fernando Machado.
As cartas que escreveu para a esposa durante a guerra foram editadas na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, em 1913 e 1914.
João Baptista Brandão de Proença
Almanaque Administrativo e Mercantil da Provincia do Parana
João Baptista Brandão de Proença foi o professor de primeiras letras com maior
visibilidade social da geração dos mestres da 5ª Comarca. Destacou-se por sua produção
escrita, valeu-se das “possibilidades de diálogo com as autoridades administrativas
competentes acerca das questões educacionais que circulavam nos Oitocentos”
(SCHUELER, 2008, p. 2) que as comunicações oficiais representavam. Elaborou e
reivindicou, sucessivas vezes, melhores salários e condições materiais – edifício,
“utensis”. Outra característica relevante foi o envolvimento e a atuação expressiva desse
professor em diversas outras atividades, para além da atuação docente nas escolas
públicas primárias (SCHUELER, 2008). Os indícios da trajetória docente de João
Baptista Brandão Proença permitem apreender que o professor construiu um repertório
de saberes e habilidades que conjugavam diferentes aspectos do ofício e que ele o
utilizou de forma tática ou estratégica dependendo do lugar sócio-político que ocupava.
Em 04 de janeiro de 1859, João Baptista Brandão de Proença solicitou um
substituto, pois ia tomar assento na Assembleia Legislativa da Província do Paraná.
Ele era um dos deputados da assembleia provincial que aprovou a lei nº 51 de 16 de
fevereiro de 1859, a lei que regulamentou a aposentadoria dos professores de primeiras
letras garantido que os “antigos professores” pudessem se aposentar com o salário que
estavam recebendo naquele momento. O mestre Baptista Brandão era o 2º secretário da
Comissão Executiva, e teve sua realidade profundamente marcada pela emancipação da
província; esta mudança de posição possibilitou que ele passasse a ter um lugar
estratégico que lhe permitia agir, “um lugar suscetível de ser concebido como próprio”
(CERTEAU, 1994), e se aposentasse com um ordenado que equivalia ao dobro do que
receberia se a região continuasse sendo uma comarca da Província de São Paulo.
1º de dezembro consta edital de João Baptista Brandão de Proença, juiz de paz presidente da mesa paroquial de Curitiba, que convoca os eleitores e suplentes para comparecerem no dia 30 desse mês na igreja matriz da cidade a fim de se proceder à eleição de 41 eleitores pela paróquia de Curitiba e se proceder à organização da mesa paroquial. Esses eleitores, com o número agora aumentado, eram os que escolhiam os deputados e a lista tríplice para o Senado. Nova eleição era necessária certamente porque estava expirando o mandato de 4 anos dos eleitores (como foi dito antes, CJM e seu irmão foram eleitos “eleitores” para o período 1856-60). Cumpria-se assim o parágrafo 16 do decreto nº 1082, de 18 de agosto de 1860, que dizia o seguinte: “A eleição de Eleitores da próxima Legislatura terá lugar no último domingo do mês de dezembro deste ano”. Por outro lado, a organização da mesa paroquial seguia as determinações do decreto n.º 842, de 19 de setembro de 1855, bem como do decreto n.º 1.812, de 23 de agosto de 1856 (54).
João Caetano da Silva
Almanaque Administrativo e Mercantil da Provincia do Parana
Inspetor da Tesouraria, João Caetano da Silva, de legibilidade regular, perfeito e completo, contendo informação a respeito de contas prestadas, e pedido de pagamento
por Francisco de Paula Xavier, Inspetor da Estrada de Campo Largo a S.
Luiz, no total de 653$520. Segundo informação de uma 2″ secção, a conta estava
“conforme, menos em duas addições sommando 8$800 reis”. O inspetor dá
parecer que tal soma podia se pagar por dizer o suplicante ser proveniente
de ferias pagas a seus escravos”, mas pede que se comprove, por não ter apresentado
provas, e sugere que se coteje as datas dos processos
João de Abreu Sá Sottomaior e Araujo (Revr)
José Borges de Macedo
Almanaque Administrativo e Mercantil da Provincia do Parana
O primeiro prefeito da futura capital do Estado. Ocupou o cargo de 1835 a 1838 e integrava o quadro de maçons da Loja Candura Curitibana.
Manoel Gonçalves de Moraes Roseira
Almanaque Administrativo e Mercantil da Provincia do Parana
O primeiro provedor da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba foi o comendador Manoel Gonçalves de Moraes Roseira. O comendador Roseira foi deputado provincial na primeira Assembleia da Província do Paraná.
Manoel Gonçalves de Moraes Roseira, conhecido como Comendador Roseira.
Político, Comendador Roseira, foi vice-presidente da Assembleia Provincial do Paraná, trabalhou intensamente na emancipação da Província. Em 1880, quando Dom Pedro II esteve no Paraná, visitou o comendador em sua fazenda.
Pelo poder político, herdou cerca de 1700 alqueires de terra, vendendo ao Barão do Serro Azul boa parte das terras, para a construção de um complexo industrial madeireiro. Com o fim da escravidão, a Fazenda Roseira foi sendo vendida a imigrantes, principalmente poloneses, italianos, portugueses e alemães.
O nome ficou como uma homenagem ao Comendador Roseira, que tanto colaborou para o desenvolvimento da região. Atualmente, uma unidade de saúde, e uma escola municipal contribuem com a qualidade de vida dos moradores. As principais atividades desenvolvidas no bairro são: criação de cavalos, avicultura, extração de saibro e brita, olarias e produção de hortigranjeiros.
Jornal Dezenove de Dezembro edições 1856
Relatorio Provincial 1856
Transcrito de: “A Maçonaria no Paraná” – Vol. 1 de 7, páginas 27 e 28 – Registro de Direitos Autorais nº 240.200.
fonte: http://www.museumaconicoparanaense.com/indexSantaCasa.htm