Luiz Mariano de Oliveira
Mas voltei ao meu grande amigo, o mar e,
com que efusão nos abraçamos!
Ele me sente, ele me compreende, ele me ama.
Luiz nasceu em 1865 em Paranaguá, era filho de José Mariano de Oliveira e Ana Mariano de Oliveira foi casado com Dona Esbelta de Oliveira e, teve os seguintes filhos: Ondina de Oliveira Condessa, casada com o 1° Ten. Dr. Eugênio Figueiredo Condessa, Clotilde de Oliveira Rocha, Evandro de Oliveira casado com Semiramis Rocha de Oliveira, Celina de Oliveira Rocha casada com o Sr. Severo Cavalcanti Rocha, Golberto de Oliveira casado com Oscarina de Oliveira, Hélio de Oliveira casado com Maria Pérola Sodré, Vinicius de Oliveira. Alguns residentes em Paranaguá e outros filhos residentes em Curitiba e, os três últimos residentes na Capital Federal.
Teve 18 netos e 11 bisnetos.
Nos brinda o Periódico “O Dia” com este conto agradável e interessante sobre nosso personagem.
Era pelas suas relações e, pelas brilhantes passagens de sua longa vida em nosso estado um “Paranista” de coração e alma.
Homem de letras, militou por diversas vezes em nossa imprensa e, ilustrou com páginas literárias, jornais, revistas e outras publicações.
Exerceu função federal em Paranaguá, aonde passou grande parte de sua existência e, também esteve à frente de alto cargo na administração postal da Capital.
Quando em Paranaguá, Luiz Mariano foi companheiro dedicado de vultos da história republicana.
Presentemente, segundo informe escrito do jornalista Alberico Figueira, era Luiz Mariano, o último sócio vivo, do percussor social do advento de 1889, em Paranaguá, o patriótico e histórico Clube Republicano.
Foi um Republicano fervoroso iniciado na Loja Perseverança em Paranaguá conforme nos informa Hercule Spoladore em sua obra “História da Maçonaria do Paraná no Século XIX”.
Tinha conforme a época uma boa palavra, admirável “Counteur”, era Luiz Mariano um encantador nas reuniões amistosas onde, com graça e, humorismo, inteligência e, conhecimento de farta leitura, contava interessantes e pitorescas anedotas e, intimidades e também particularidades memoráveis de vários intelectuais brasileiros.
Conforme descrito por Aníbal Ribeiro em sua obra Clube Literário de Paranaguá de 1872 – 1972.
Participou como sócio do Clube Literário de Paranaguá, só não encontramos a data, mas de fevereiro de 1882 até setembro de 1898 entraram para o clube inúmeros sócios, não existindo entretanto os livros de ata das sessões da Diretoria desse longo período.
A relação que encontramos seu nome foi organizada após cuidadosa pesquisa em jornais dessa época e em documentos alheios ao clube, podendo não ser completa, porém, os nomes que aí figuram são comprovadamente de sócios que ingressaram na sociedade durante esse decênio e meio.
O jornal Itiberê\” órgão oficial do \”Clube Literário\” cessou sua publicação em 1885, deixando dessa data em diante irreparável lacuna como fonte informativa.
De alguns associados sabe-se o ano em que ingressaram no quadro social, de outros nem mesmo o ano.
Em 1890 assumiu como sub delegado de Paranaguá e, no mesmo ano pede exoneração.
Luiz Mariano de Oliveira era irmão diletíssimo do grande valor da cultura nacional, o notável poeta Alberto de Oliveira que substituiu o imortal Olavo Bilac no “Principado da Poesia brasileira”.
Obviamente foi influenciado por grandes nomes da literatura paranaense, Nestor Victor seu irmão Alberto entre outros.
O periódico “Vida Literária” se refere a Luiz como um rapaz adorável.
Diria um ente feito de bondade.
Um riso manso, uma fronte transparente e simpática e, em um acanhamento sinto, eis ligeiramente o perfil do Luiz.
Ele é moço e ama mas a sua alma não tem esta irritação nevrotica de outra organizações e, sim semelha o puríssimo e, edificante céu brasileiro em um dia de primavera, afagado por um sol ameno.
É poeta de sua Lyra tem quase as vibrações melodiosas dos grandes mestres.
Agora uma boa nova: o Luiz tem, além de outras, umas poesias reunidas em livro sob o bem escolhido título de “Almenaras”.
Foi Contador da Estrada de Ferro Curitiba – Paranaguá.
Prometemos que sempre que for possível, roubar em quantas pudermos para delícia nossa e, de nossos leitores.
O Nostálgico
“Declina o sol de púrpuras coberto;
É calma a tarde, triste e silenciosa,
Nem um leve rumor! mansa e amorosa,
A brisa afaga o campo ermo, deserto.
Pela planice imensa, errante e incerto
Ele caminha. Atras nos céus, ruidosa,
Assoma a noite lubrica e pasmosa;
E ele sem ver que a noite assoma perto:
Meu amor! Meu amor! Eu te amo ainda!
Que importa nos separe a plaga infinda?!
Rutilam já no entanto os pirilampos.
E enquanto a noite desce e ele desmaia
N’um pégo de tristeza, a vista espraia
Pela amplidão vastíssima dos campos”.
Luiz Mariano de Oliveira.
No ano de 1923, assumiu como Contador dos Correios do Paraná em Curitiba.
Em 1925 participou da “Sociedade Socorro aos Necessitados”, conforme Periódico “O Estado do Paraná edição 0228 pág.6.
Esta fotografia acima nos diz muito sobre Luiz, seus pares eram os proeminentes da Cultura do Paraná, em sua época.
Em 1941 Walter Prestes no Periódico “O Dia”
Divagando sobre a morte do “Príncipe dos Poetas” (Alberto de Oliveira), divaga com seu irmão também poeta Luiz Mariano de Oliveira.
Faltam quatro anos para eu atingir os oitenta e, quando não puder mais caminhar sobre a terra, caminharei no mar!
Não pude compreender, mas o poeta explicou-me.
Há dias na sala de chá da Academia de Letras, três médicos ilustres e, muito amigos desejaram que eu atendesse à um pedido.
Aluísio de Castro, Afranio Peixoto e, Fernando Magalhães queriam que lhes prometesse não iria mais ao mar.
Recusei-me a fazer esta vontade, podiam pedir-me tudo, menos isto.
O Sr vai me compreender melhor, se eu caminho da minha porta até a Praia das Flechas, sinto como que fatigado. No entanto atiro-me ao Mar na Boa Viagem, nado até a mesma praia das Flechas e, chego satisfeito e, descansado em condições de voltar a nado. Eu caminho melhor dentro da agua!
Amo o mar e, ele me ama. Se soubesse o que senti de saudades quando há pouco estive doente e proibido de vir à praia!.
“Mas voltei ao meu grande amigo, o mar e, com que efusão nos abraçamos! Ele me sente, ele me compreende, ele me ama.”
As vezes, já não escuto o que dizem os homens, mas, quando me deito sobre as ondas, assim com um ouvido mergulhado na agua, fico longos momentos a ouvir o que me conta o mar, como é nítida e, clara para mim a voz do Oceano! “.
Faleceu em Niterói em 22 de fevereiro de 1945 com oitenta anos de idade.
Hamilton Ferreira Sampaio Junior
Referências:
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Biblioteca Nacional
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Wikipédia
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