Manoel Bonifácio Carneiro

hamilton |19 outubro, 2021

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Imagem cedida pelo Instituto Moises Soares

Coronel Manoel Bonifácio Carneiro, nascido a 14 de maio de 1856, filho de Domingos Carneiro da Silva Braga e Francisca Malvina de Siqueira Carneiro.  

Oriundo de pobre, mas distinta família soube conquistar, por sua inteligência, força de caráter e dignidade inquebrantável, toda a consideração que a um homem licito almeja em sua terra natal.

Logo que terminou os estudos, entregou-se aos labores da vida comercial, em que permaneceu até o final de sua vida, sempre cercado de estima e respeito, não só de antigos patrões, como também daqueles que foram seus empregados.

Alma generosa, coração bem formado e compadecido das desgraças alheias, sabia derramar, no seio dos infelizes e desgraçados, o bálsamo consolador da caridade sem ostentação e, sem estrépito.

Inclinado por índole, a proteger e amparar os necessitados, prestou a instituição da Santa Casa de Misericórdia, de que era Provedor, os mais assinalados serviços, contribuindo muito, com sua ação benéfica.

Aparece como Sócio do Club Litterário em 1875, em 20 de novembro de 1876 foi nomeado por ato para o posto de alferes da (3°) Cia do (2°) Batalhão de Guardas Nacionais de Paranaguá.

Foi Secretário do Club Litterário em 1876 e 1882.

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Em 1887 participava como “Definidor” da Ordem 3° de Paranaguá.

Nos idos de 1887 segue para Buenos Ayres para tratamento de suas enfermidades.

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No decorrer do ano de 1890 em maio foi nomeado pelo governador do estado para delegado de polícia   de Paranaguá, segundo o periódico “A Ordem”. Era o presidente da junta de alistamento militar da cidade de Paranaguá   nomeado pelo governador do estado do Paraná.

Foi presidente do clube republicano nos anos de 1892 e 1893.Foi o 28° Presidente do Club Litterário de 9 de agosto de 1894 a 9 de agosto de 1895, em sua gestão que o Clube adquiriu sede própria

No ano de 1895 fez parte de uma comissão da Associação Comercial de Paranaguá que visitou a Feira Industrial no Rio de Janeiro.

Foi Presidente da Câmara de Paranaguá no período de 1897 até 1900.

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Estava em 1899 Manoel Bonifácio se encontrava como presidente da câmara dos vereadores de Paranaguá, quando do surto de febre amarela na cidade.

Casou-se em 12 de novembro de 1899 com Maria Lucia de Munhoz, viúva do Coronel Bento Munhoz da Rocha e, não tiveram filhos.

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Era sócio da empresa Guimarães e Cia no ano de 1900, sócio do Visconde de Nacar.

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Interessante fato ocorre quando Alfredo Andersen embarca da Inglaterra com destino a Paranaguá, um pequeno acidente na entrada da Barra, avariou o navio, resolveu Andersen passar alguns meses em Paranaguá aonde segundo ele próprio fez grandes amigos os quais recorda os inestimáveis auxílios estando entre estes Manoel Bonifácio Carneiro, escrito por Dário Vellozo em 1913, nas linhas de “Pátria e Lar”.

Em 1902 Manoel era Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá.

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No Ano de 1902 propôs a criação de se aproveitar o antigo hospital e nele construir uma escola para educação e meninas com o nome de Colégio São José.

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Manoel Viana História e Tradição pág 90.

No ano de 1903 na convenção do partido republicano foi escolhido para 2 vice na chapa do Senador Vicente Machado, sendo que esta chapa foi eleita no mesmo ano de 1903 em eleição realizada no dia 18 de fevereiro.

Leôncio Correia em 1925 escreve “Lampada Apagada” e cita Manoel Bonifácio Carneiro assim

Porque o trouxeste no meu coração, deplorei a sua morte como amigo; porém talvez mais, como parnagauense. Em verdade, Paranaguá, a minha saudosa e amada cidade na tal, dá me a impressão de que representa o último acto de um drama glorioso. Era ver cidade tão pequena reunir tantos homens de distinção e de elegância. Dirse-ia uma escola de diplomacia. Tipos perfeitos de cavalheiros finamente educados, como Manoel Ricardo Carneiro, Manoel Bonifácio Carneiro, Theodorico Julio dos Santos, para só falar dos que vieram até as fronteiras de nossos dias.

Paranaguá leva uma rua com seu nome a Rua Manoel Bonifácio.

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Alma das Ruas de Paranaguá  pág. 75.

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Em 1904 com o agravamento de sua saúde, ele intensifica suas viagens ao Uruguai para tratamento.

Logo em 1905 o Jornal “A Republica” nos traz em sua edição 0001 em 2 de janeiro a noticia abaixo.

“Triste e lutenta nova trouxe-nos o telégrafo, espalhando no seio do partido republicano federal as lancinações de uma dor profunda, intensa, que vibra até nos recessos emotivos de sua alma.

Referimos à pungentíssima noticia do passamento do Exmo Coronel Manoel Bonifácio Carneiro digníssimo 2 vice-presidente do estado, fato este ocorrido ontem há 1 hora da tarde, na capital uruguaia.

Recentemente, acometido de séria enfermidade o ilustre patrício fora buscar no clima dos países vizinhos os retemperos de que carecia o seu organismo, de modo a volver a labuta afanosa do comércio, onde S.Exa. Estabelecera a sua tenda de acérrimo e intemerato lutador.

As últimas notícias vindas de Montevidéu diziam que o Coronel Manoel Bonifácio sentia-se em vias de restabelecimento, e que dentro em pouco tempo reencetaria as suas funções mercantis.

Triste ilusão da vida! Mal compreendera S.Exa. Que estas enganosas intercorrências de saúde, que vinham a furto acaricia-lo eram espertezas da morte, no desígnio destemeroso e funesto de sua ação demolidora, pois ela costuma vir assim, traiçoeiramente estalando por fim no ser humano o seu gélido osculo de Sardanapo.

O partido republicano encontra-se em luto, a Câmara municipal de Paranaguá suspendeu o expediente, o prefeito da capital suspendeu o expediente da prefeitura, o governador do estado enviou telegrama de condolências a família.”

Faleceu o distinto cidadão Manoel Bonifácio Carneiro em Montevidéu na data de 1 de janeiro de 1905.

Referências:

GENEALOGIA Paulistana Vol 09: Genealogia Paulistana Vol 09. 1. ed. São Paulo: Duprat, 1905. 282 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxx.

NICOLAS, Maria. A Alma das Ruas de Paranaguá: A Alma das Ruas de Paranaguá. 4. ed. Curitiba: Propria, 1964. 55 p. v. 4.

Instituto Moises Soares http://msinstituto.blogspot.com/

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My Heritage

VIANA, Manoel. Paranaguá na História e na Tradição: Paranaguá na História e na Tradição. 1. ed. [S. l.: s. n.], 1971.

SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

REVISTA PANORAMA. nº 44, p. 50, 51, 25, jan.1956.

NICOLAS, Maria.Vultos paranaenses. 1958. v. 3.

LEÃO, Ermelino Agostinho de. Dicionário Histórico e Geográfico do Paraná. v. 1.

FILHO, Francisco negrão. Genealogia paranaense: genealogia paranaense. 3. ed. PARANA: Tipografia paranaense, 1928. 347 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 IIP787.57.

Wikipédia

TJPR-Catalogação dos Processos de Paranaguá (1711 – 1991).

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