Manoel Correia Defreitas

hamilton |01 junho, 2025

Blog | Rastro Ancestral

Litogravura estampada na edição nº 46 do Jornal Quinze de Novembro do dia 19/01/1890 p.03.

Manoel Correia Defreitas nasceu em Paranaguá, no dia 29 de maio de 1851, filho de Domingos Correia Defreitas e de Dona Josepha Leite Bastos Correia Defreitas.

Recebeu esmerada formação intelectual, sendo reconhecido como uma das mentes mais brilhantes de sua terra natal.

Desde a juventude, demonstrou profundo interesse pelos problemas políticos e sociais do país.

Era um democrata fervoroso e abolicionista convicto.

De espírito profundamente bairrista, protagonizou uma intensa campanha durante a disputa de limites entre os estados do Paraná e Santa Catarina. Ao lado de Rocha Pombo, fundou o jornal republicano A Verdade. Atuou ainda nas redações de Eco Literário e Livre Paraná, além de colaborar com diversos periódicos sediados no Rio de Janeiro, em Curitiba e em Joinville, cidade onde residiu por alguns anos.

Exerceu, entre outras funções, os cargos de deputado estadual, deputado federal e jornalista.

Dono de um temperamento impulsivo, sincero e franco, enfrentou inúmeros desafios ao longo da vida. Ainda assim, manteve-se sempre altivo e digno, como verdadeiro filho da terra do erecto e imponente pinheiro — símbolo da grandeza do Paraná.

Diario da Tarde (PR) – 1899 a 1983, edição 4060 pág 2.

Orador eloquente, defendeu a emancipação da mulher, fundou sociedades agrícolas e tratou, com notável competência, de temas como a preservação das florestas, a proteção à fauna e o incentivo à produção de papel a partir da fibra do lírio branco.

O Dia (PR) – 1923 a 1961 edição 00113 pág 5.

Foi membro da Sociedade de Geografia, da qual ocupou o cargo de vice-presidente honorário.

Em 1922, participou do Congresso Interamericano, ao lado de personalidades como Ruy Rodrigo Octávio, Oliveira Lima, Gumercindo Ribas e Theotônio Britto.

Manoel Correia Defreitas, foi iniciado na maçonaria na Loja “Perseverança”, Paranaguá, participou da Loja “Modéstia”, e foi fundador da Loja “Fraternidade Paranaense”.

Entre o Compasso e o Esquadro Genese das Lojas Maçônicas no Paraná de 1830-1930, Hamilton F Sampaio Junior, 2019.

Exemplo de filantropia, seus gestos de abnegação tornaram-se notórios.

Um dos Fundadores do Club Litterario de Paranaguá.

O Itibere, 1922.

Durante sua atuação parlamentar, lutou com afinco pelas classes operárias, pelos ferroviários e pela promoção da instrução pública — em consonância com o pensamento de Miguel Couto, cuja máxima permanece atual:

A instrução é o único problema a ser resolvido em nossa terra.

Defendeu com firmeza, ainda, a integridade territorial do Paraná.

Convidado por Benjamin Constant a governar os estados do Paraná ou de Santa Catarina, recusou tão honrosa proposta.

Não buscava recompensas por seu trabalho em prol do povo e do Estado.

Recusou, igualmente, quaisquer outros cargos públicos. Era um verdadeiro republicano, patriota sincero, que encontrava satisfação em ver seus ideais concretizados e seu povo mais feliz.

De caráter firme, energia inflexível e elevada consciência moral, Manoel Correia Defreitas tornou-se verdadeiro apóstolo do bem, guiando-se exclusivamente por seus princípios éticos. Viveu e lutou em nome de sua gente, pertencendo ao seleto grupo de paranaenses que, mesmo distantes de sua terra natal, souberam honrar e enaltecer o nome da “Terra dos Pinheirais”.

Foi um dos mais relevantes republicanos históricos do Paraná e de Santa Catarina.

Iniciou a campanha republicana aos 15 anos, e a partir de 1880 empreendeu uma verdadeira “peregrinação” por todo o país, pregando ideais republicanos como o movimento abolicionista, a emancipação da mulher, a eliminação dos privilégios da monarquia, a autonomia para os estados. Em 1890 fundou a União Republicana do Paraná, participou da fundação do Partido Republicano em Santa Catarina e do Clube Republicano em Paranaguá.

Escreveu para vários periódicos e jornais paranaenses como A República, o Quinze de Novembro, O Século, Echo Literário, Livre Paraná, A Verdade, Pátria Livre; a Gazetta de Joinville, O Globo, Balão Correio e Evolução em Santa Catarina e os cariocas Correio da Tarde e Correio do Povo.

A militância republicana foi além da atuação na imprensa.

Realizou conferências em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná.

Estava no Rio de Janeiro no dia 15 de novembro de 1889 e presenciou os acontecimentos da Proclamação da República.

O Itibere, 1922.

Eleito para Deputado em 1900

Faleceu em 24 de junho de 1932.

Hamilton Ferreira Sampaio Junior

 

Referências:

SAMPAIO, Hamilton. ENTRE O COMPASSO E O ESQUADRO: Gênese das Lojas Maçônicas no Paraná entre 1830 e 1930. In: ENTRE O COMPASSO E O ESQUADRO: Gênese das Lojas Maçônicas no Paraná entre 1830 e 1930. 1. ed. Curitiba: Novagrafica, 2019. v. 1, cap. 1, p. 2. FILHO,

HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX: HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX. 1. ed. LONDRINA: Ruahgraf Gráfica e Editora Ltda, 2007. v. 1, cap. 1, p. 2. ISBN 8590725804, 978859072580.

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My Heritage

VIANA, Manoel. Paranaguá na História e na Tradição: Paranaguá na História e na Tradição. 1. ed. [S. l.s. n.], 1971.

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NICOLAS, Maria.Vultos paranaenses. 1958. v. 3.

LEÃO, Ermelino Agostinho de. Dicionário Histórico e Geográfico do Paraná. v. 1.

FILHO, Francisco negrão. Genealogia paranaense: genealogia paranaense. 3. ed. PARANA: Tipografia paranaense, 1928. 347 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Arquivo Público do Paraná BR PRAPPR PB001 IIP787.57.

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