
Nascido em Curitiba em 25 de abril de 1852, filho de João Antônio da Silva Braga e Dona Zulmira da Purificação Braga, seguiu a carreira do magistério público, sendo professor em Curitiba, Morretes e Votuverava, até 1879, quando, por acinte político, foi removido para o bairro Saco do Tambarutaca, no município de Paranaguá, demitindo-se por esse mesquinho ato da politicagem do partido “Liberal”, então no poder.
Fundou então o Colégio Curitibano, que foi, em seu tempo, o mais notável estabelecimento do seu gênero no Paraná. Por ele passaram várias gerações de paranaenses que se notabilizaram em todas as atividades sociais. O Colégio Paranaense foi a origem do curso normal de professores, visto que os primeiros diplomas desse curso foram reconhecidos pelo governo, tal era o conceito que o grande mestre gozava.
O Catálogo Etnográfico que acompanhou as coleções remetidas pelo Paraná à Exposição Universal de Berlim, em 1886, é obra sua e mereceu vastos encômios da imprensa da Corte, principalmente do “Jornal do Comércio” e da “Gazeta de Notícias”. De sua autoria é um Dicionário Geográfico, Histórico, Biográfico e Descritivo do Paraná, do qual foram publicados dois ou três fascículos (hoje raríssimos). Este trabalho ficou inédito e seguramente teria sido um rico repositório de estudos sobre o Paraná, tendo-se em vista os grandes conhecimentos de Nivaldo Braga sobre o território e a população paranaenses.
Em 1887, editou e dirigiu a “Revista do Paraná”, magnífico periódico ilustrado pelo lápis de Narciso Filgueiras. Publicava na primeira página de cada número um retrato a lápis de um paranaense de destaque, acompanhado de desenvolvidos dados biográficos. Assim, publicou retratos e biografias do senador Manoel Francisco Correia, Generoso Marques dos Santos, João José Pedrosa, Manoel Eufrásio Correia, Agostinho Ermelino de Leão, entre outros.
O texto da preciosa revista, a maior tentativa até então no Paraná, era inteiramente redigido pelo ilustre professor. Continha trabalhos notáveis sobre as origens e costumes dos nossos índios; sobre a natureza paranaense; a civilização e a cultura de nossa gente, etc. Seu pseudônimo literário era “Jaçanã”.
Como biógrafo, o professor Nivaldo elaborou o perfil biográfico de personalidades como Visconde de Nácar e Prudente de Morais, entre outros. Foi secretário do Museu Paranaense e fez parte, em 1881, da primeira diretoria do Clube Curitibano, na função de 2° secretário.
Nivaldo Teixeira Braga faleceu em julho de 1924, aos 72 anos.
A primeira homenagem que recebeu da cidade foi na década de 50, quando o prefeito Erasto Gaertner sancionou a lei ordinária n° 517/1952, dando o nome do professor a uma via nos bairros Capão da Imbuia e Cajuru.

Imagem Curitiba Space, sem data.
A Rua Professor Nivaldo Braga tem 2 km de extensão e passa ao lado do Terminal do Capão da Imbua, do Bosque do Capão da Imbuia e da Praça Mansueden dos Santos Prudente. No Boqueirão, outra homenagem ao professor, a Escola Municipal Nivaldo Braga
Hamilton Ferreira Sampaio Junior
Referências:
MARTINS, Romário. Terra e Gente do Paraná: Terra e Gente do Paraná Romario Martins. 1. ed. Curitiba: N, 1924. 338 p. v. 1.
WERNECK, M. L. P. História da Educação no Paraná. Curitiba, Indústria Gráfica e
Projetos Ltda. 1978. p. 155.
Muzzillo, Camila. 1001 ruas de Curitiba. Organizado por Camila Muzzillo. Curitiba. Artes & Textos. 2011. 240p. IPPUC. Nome de Rua. Disponível em <http://ippucweb.ippuc.org.br>.MOREIRA, Júlio Estrela. Fontes para a História do Paraná: Cronistas Século XIX e XX. Curitiba, SEEC, 1990. p. 89.
NICOLAS, Maria. Almas das Ruas: Cidade de Curitiba. Curitiba, vols. 1 e 2.