O Jardim dos Sonhos – Parte 1

hamilton |18 setembro, 2024

Blog | Rastro Ancestral

O Jardim dos Sonhos – Parte 1

Após a Revolução Francesa de 1789, essa tradição se espalhou ainda mais. Muitas famílias nobres, fugindo da guerra, buscaram refúgio em colônias como os Estados Unidos e o Brasil, trazendo consigo seus costumes, incluindo os bailes de debutantes. Geralmente, a palavra “debutante” é utilizada para designar a jovem que está prestes a completar 15 anos. Esse termo deriva do francês “débutante”, que, quando traduzido, significa algo como “estreante” ou “iniciante”.

Origem dessa tradição

Os bailes de debutantes têm suas origens na Europa de séculos passados, em locais como França, Alemanha, Inglaterra e Áustria. Nessas regiões, as famílias nobres organizavam grandes bailes para a alta sociedade. Além de marcar a transição para a vida adulta, esses eventos também serviam como uma oportunidade para que as jovens debutantes conhecessem possíveis pretendentes.

O grande momento da noite

O momento mais significativo da festa ocorria quando a debutante trocava o vestido simples, quase infantil, por um traje mais elegante e chamativo, para dançar a tão esperada valsa com seu pai. Esse momento era especial e carregado de emoção.

A valsa

As danças nos bailes variavam de acordo com os costumes locais, mas a valsa – uma mistura de danças populares austríacas e alemãs – acabou por se tornar a preferida e, em muitos lugares, praticamente obrigatória.

A difusão da tradição

No Brasil, os bailes de debutantes ganharam força na década de 1950, tornando-se um verdadeiro fenômeno social.

Festas coletivas

Foi também nessa época que as famílias começaram a se unir para realizar bailes de debutantes em conjunto, reduzindo os custos. Esses eventos eram organizados em clubes, igrejas e hotéis, onde várias meninas de 15 anos eram apresentadas à sociedade ao mesmo tempo.

O retorno da tradição

Entretanto, a tradição não desapareceu. A partir da década de 1990, com a estabilização da economia, os bailes de debutantes tradicionais voltaram a ganhar destaque. Desde então, têm crescido em criatividade e sofisticação. Hoje, essas festas são verdadeiros espetáculos que conseguem combinar a tradição com o estilo individual de cada debutante, resultando em celebrações repletas de cor, sabor e alegria.

Os Vestidos Brancos

Talvez esta seja a tradição mais intrigante, pois não sabemos exatamente onde ela começou no Brasil, embora existam algumas pistas, além do significado associado à “pureza” na época, especificamente nos anos 1940. Vale ressaltar que isso ocorre apenas na cultura ocidental.

No entanto, há uma história interessante sobre a tradição do vestido de noiva branco. No século XVI, Mary Stuart, rainha da Escócia e da França, usou um vestido com detalhes em branco em homenagem à sua mãe. Dessa forma, ela foi pioneira na adoção dessa cor para casamentos.

Posteriormente, no século XVII, Maria de Médici, rainha da França, vestiu-se de branco para seu casamento com Francisco Delfim da França.

Em 1840, a rainha Vitória casou-se usando um vestido de noiva branco porque desejava utilizar sua peça favorita de renda branca. Sua fotografia da época tornou-se amplamente conhecida.

No entanto, naquela época, um vestido de noiva branco era difícil de manter limpo e, portanto, só podia ser usado uma única vez, tornando-se extremamente caro. Assim, apenas as pessoas muito ricas podiam se casar com um vestido de noiva branco.

Crédito foto de Capa: Estúdio Kobiyama (baile), 2023.

whats | Rastro Ancestral