Paranaguá, a “cidade-mãe” do Paraná, guarda em suas ruas de pedra não apenas o traçado de épocas remotas, mas também os caminhos de uma história que resiste ao esquecimento. Cada paralelepípedo do Centro Histórico constitui uma peça de memória viva — silenciosa, porém eloquente — que nos convida a refletir sobre quem somos, de onde viemos e como devemos preservar nossa identidade.
A educação patrimonial, nesse contexto, ultrapassa os limites da sala de aula: ela faz-se no caminhar atento, no olhar sensível e na escuta das narrativas contadas pelas esquinas centenárias. Ensinar a amar a cidade é também ensinar a cuidar dela. Isso começa quando compreendemos que as ruas de pedra não representam um obstáculo ao progresso, mas, sim, a base de uma herança confiada a nós.
Ao percorrermos esses caminhos, pisamos sobre vestígios de um passado que moldou o presente. Por ali passaram tropeiros, comerciantes e famílias inteiras — todos deixando marcas invisíveis que agora nos pertencem. Valorizar esses paralelepípedos é valorizar a própria história do Paraná, cuja origem pulsa ainda hoje entre casarões coloniais, igrejas barrocas e becos repletos de segredos.
É urgente despertar na comunidade a consciência sobre a importância de preservar esse patrimônio. Não se trata apenas de conservar o que é antigo, mas de compreender o valor simbólico e afetivo que esses elementos representam.
As ruas de pedra de Paranaguá são testemunhas silenciosas de lutas, encontros e transformações. São livros abertos à espera de leitores atentos.
Que nossas ações cotidianas reflitam o respeito por essa herança.
Que os jovens aprendam a ver nas pedras não apenas o chão onde caminham, mas o solo fértil de nossa história.
Que o amor pela cidade se traduza em cuidado, proteção e memória preservada.
Pois uma comunidade que cuida do seu passado constrói, com mais firmeza, o seu futuro.
Viva a PARANAGUARIDADE…..
Hamilton Ferreira Sampaio Junior