Pedro Machado de Souza, nascido em Guaraqueçaba em 1883, filho de João de Souza Lopes e Auta Machado de Souza, seus pais eram proprietários de uma fazenda em Tagassaba.
Pedro foi Agente da Estação da Estrada de ferro de Paranaguá, casou-se em Antonina a 6 de setembro de 1906, com Evangelina do Nascimento. Ela, filha de Pedro Amado do Nascimento e, de sua mulher Antonia Zenóbia do Nascimento.
Pedro Machado e Evangelina (acervo da família)
A Certidão original de seu casamento:
O Registro de casamento:
Filhos(as) do casal:
Antônia Machado de Souza (1907-1907), falecida aos 6 meses de idade:
Cidalia de Souza Solleid (1908-2006), foi casada com Paulo Solleid, dois filhos Pedro Affonso e Paulo Carlos;
Ciroba Machado de Souza (1910-2008);
Rogério Machado de Souza (1912-2011);
Rubim Machado de Souza (1915-2004);
Saphira Machado de Souza (1918-1958);
Syrene Machado de Souza (1922-2019);
Ciléia Machado de Souza, (1923-1923);
Célia Machado de Souza, nascida em Paranaguá no dia 12 de janeiro de 1925, e que atualmente está com 96 anos (em 2021).
Genealogia Paranaense – volume 3 pág.371.
(Genealogia Paranaense – Francisco Negrão)
Círculo MS 22-05-2020 (datas)
Segundo seus descendentes, duas filhas faleceram logo que nasceram: Antônia em 1907 e Ciléia em 1923.
verificamos que a filha Antônia faleceu aos 6 meses de idade.
Os filhos de Pedro Machado de Souza, que sobreviveram até a fase adulta, dona Célia Machado de Souza foi a caçula e, é a menor dentre eles. (acervo da família)
No ano de 1920 em 8 de julho Pedro Machado de Souza se associou ao Club Litterário de Paranaguá.
(História do Club Litterário – Anibal Ribeiro)
Registro de Pedro Machado de Souza como agente da Estação Férrea de Paranaguá em 1921, o mesmo periódico traz Pedro Machado como o Tesoureiro do Clube Republicano em 1921.
Almanak Laemmert Admin Mercantil Industrial – Rio de Janeiro (1841-1940)
A estação, sem data. Foto cedida por Helder Ribas
O mar – superfície de transportes – que traz a riqueza das riquezas. O senhor do mar é o senhor das riquezas. Ora, por mais vasto que seja, mais cedo ou mais tarde, o mar só admitirá um único senhor, não obrigatoriamente um senhor político, tal como na primeira imagem que lhe deu Roma, mas um senhor dos intercâmbios, das desigualdades e dos desníveis da vida comercial. (BRAUDEL,1985:118)
A decisão imperial de que a Estação Ferroviária de Paranaguá, construída em 1883, seria o ponto final da estrada e que o Porto do Gato seria o porto oficial do Estado.
Paranaguá é a senhora do mar e do terminal de transporte terrestre/marítimo.
Pedro Machado de Souza (na frente, de chapéu) em trânsito, na Serra do Mar. (acervo RFFSA)
Registro de Pedro Machado de Souza como agente da Estação Férrea de Paranaguá em 1922
Almanak Laemmert Admin Mercantil Industrial – Rio de Janeiro (1841-1940).
Jornal “Diário do Commércio” Edição 21 de agosto de 1921 Club Republicano.
Comemorando o aniversário de sua fundação, o Clube Republicano realizou um animadíssimo baile em seus salões.
No mesmo dia empossou-se sua nova Diretoria, que. ficou assim constituída:
Presidente Pedro Machado de Souza; Vice dito, José Thomaz do Nascimento; 1° Secretario, Raul da Costa Pinto; 2° dito, Ary Santos; 1° Tesoureiro, Antonio do Carmo Tramujas; 2° dito. João da Paz e Orador, João Balduíno Alves Cordeiro.
Pedro Machado De Souza foi Presidente do Clube Republicano, Gestão 1921/1922.
Almanak Laemmert Admin Mercantil Industrial
Rio de Janeiro (1841-1940).
Jornal “Diário do Commércio” edição 07 de maio de 1922.
A ENTRADA EM OPERAÇÃO DA NOVA ESTAÇÃO DA ESTRADA DE FERRO DE PARANAGUÁ.
No dia 07 de maio de 1922, foi entregue à utilidade pública a nova estação da estrada de ferro do Paraná nesta cidade. Consta nos registros da época, que não houve uma inauguração formal do prédio, apenas uma passagem de serviço.
Às 12 horas, presentes os Drs. Achilles Stenhel, Inspector Geral da via Permanente, Carlos Schubert, seu ajudante, Lineu Ferreira do Amaral, o fiscal do governo e alguns outros funcionários da diretoria da estrada, foi pelos primeiros recebido o serviço, e em seguida entregue a estação à serventia pública.
Pelo zeloso agente Sr. Pedro Machado de Souza, foi procedida a mudança do material das seções do velho prédio, para o inaugurado, continuando o trabalho diário sem mais formalidades.
O lindo prédio acha-se caprichosamente pintado interna e externamente, é dotado de ótimas instalações sanitárias, de água e luz, possuindo higiênicas sentinas para o pessoal da estação e para primeira e a segunda classe e, tem a seguinte divisão interna: pórtico, 3 salas de espera, separadamente para 1ª e 2ª classes, achando-se esta já dotada de bom mobiliário o que ainda falta para aquela, sala privativa para os aparelhos, vastos escritórios para o agente, para o fiel, para notas e outro com dois guichês para a venda de passagens de 1ª e 2ª classes.
A plataforma é vasta e adaptada de boa instalação eléctrica. A parte superior do prédio destina para residência do agente e sua família. Na antiga estação, devidamente reformada, acham-se instaladas as seções de despachos de carga, bagagens e pescados. Hoje o povo afluiu ao novo edifício, visitando todas as suas dependências. Houve também, o comparecimento de algumas autoridades locais.
E assim viu Paranaguá, 52 anos depois, substituída a sua primitiva estação férrea.
Jornal “Diário do Commércio” – Edição 09 de maio de 1922
A INAUGURAÇÃO DA NOVA ESTAÇÃO DA ESTRADA DE FERRO EM PARANAGUÁ.
A NOVA ESTAÇÃO
Foi antes de ontem (dia 07) entregue à utilidade pública a nova estação da estrada de ferro do Paraná nesta cidade. Às 12 horas, presentes os drs. Achilles Stenhel, Inspector Geral da via Permanente, Carlos Schubert, seu ajudante, Lineo Ferreira do Amaral, o fiscal do governo e alguns outros funcionários da diretoria da estrada, foi pelos primeiros recebido o serviço e em segunda entregue a estação à serventia pública. Pelo zeloso agente sr. Pedro Machado, foi procedida a mudança do material das secções do velho prédio para o inaugurado, continuando o trabalho diário sem mais formalidades.
O lindo prédio acha-se caprichosamente pintado interna e externamente, é dotado de ótimas instalações sanitárias, de água e luz, possuindo higiênicas sentinas para o pessoal da estação e para primeira e a segunda classe e tem a seguinte divisão interna:
pórtico, 3 salas de espera, separadamente para 1 a e 2 a classes, achando-se esta já adoptada de bom mobiliário o que ainda falta para aquela, sala privativa para os aparelhos, vasto escritórios para o agente, para o fiel, para notas e outro com dois guichês para a venda de passagens de 1 a e 2 a classes. A plataforma é vasta e adoptada de boa instalação elétrica. A parte superior do prédio destina para residência do agente e sua família. Na antiga estação, devidamente reformada, acham-se instaladas as secções de despachos de carga, bagagens e pescados. Hoje o povo afluiu ao novo edifício, visitando todas as suas dependências.
Compareceram também algumas autoridades. E assim viu Paranaguá, 52 anos depois, substituída a sua primitiva estação férrea.
Jornal “Diário do Commércio” Edição 03 de maio de 1929
APOSENTADORIA DE PEDRO MACHADO DE SOUZA.
Em substituição do Sr. Pedro Machado de Souza, recentemente aposentado, assumiu, interinamente, as funções de Agente da Estação da Estrada de Ferro do Paraná nesta cidade o Sr. Francisco Alves da Rocha, fiel da Estação do Porto D. Pedro.
Jornal “Diário do Commércio” – Edição de 08 de maio de 1929.
“ Meu avô Pedro Machado de Souza, nascido em Guaraqueçaba, viveu em Paranaguá desde o início dos anos 1900, casou-se com minha vó Evangelina, em Antonina, e fez carreira profissional na “Estrada de Ferro”.
Foi “Chefe de Estação”, da Estação Ferroviária de Paranaguá nos anos 1920 e também foi Presidente do Clube Republicano em Paranaguá, na mesma época.
Depois dessa fase, aposentou-se e mudou com a família para Curitiba.”
PEDRO MACHADO DE SOUZA MUDA-SE PARA CURITIBA.
“Após residir entre nós durante muitos anos, desempenhando com correção e dedicação ao cargo de Agente da Estação da Estrada de Ferro do Paraná, do qual acaba de ser aposentado, transferiu residência para a Capital do Estado o Sr. Capitão Pedro Machado de Souza.
Ao embarque do estimado cavalheiro e de sua exma. Família, verificado hoje, no expresso, compareceu elevado número de pessoas gradas, senhoras e senhoritas.”
CÉLIA MACHADO DE SOUZA
Dona Célia em 2006. (acervo da família)
Pedro Guetter (camisa azul) neto de Pedro Machado de Souza e filho de Célia, registra que recebeu o nome “Pedro” em homenagem ao seu avô.
Dona Célia: com seus filhos em 2009. (acervo da família)
Dona Célia com o filho Pedro Gueter em frente da Estação em 2013. (acervo da família)
Dona Célia, em 2019. (acervo da família)
Interessante relato é que Célia criou-se até os quatro anos de idade andando e brincando na Estação entre os passageiros, haja visto, que a residência de seus pais e irmãos, era no andar superior da estação ferroviária, onde ocupavam 3 aposentos.
Uma escadaria recentemente restaurada, levava ao andar superior. Permitia o acesso tanto externo, como interno a estação, através de uma porta lateral do prédio e/ou internamente à estação, tendo em vista, que a cozinha, a sala de refeições e os sanitários utilizados pela família, ficavam na parte térrea da estação.
Um dos aposentos, recentemente restaurado. (foto: Secultur)
A sala de refeições, com mobiliário e guarnição da época. (foto: AlmirSS)
Os aposentos superiores (as três salas) atualmente, estão sendo utilizados como escritório da coordenação do sistema de vacinação de Paranaguá.
Falecimento de Pedro Machado de Souza dia 17 de junho de 1954 em São Paulo.
Primos mais velhos de Pedro Gueter confirmaram que o avô Pedro Machado faleceu de câncer, no Hospital de Clinicas em São Paulo
A Companhia de Aviação Real transportou o corpo.
O Jazigo da Família Pedro Machado de Souza – Cem. Municipal de Curitiba.
O Jazigo da Família (em detalhe). (acervo da família)
Pedro Machado de Souza (sentado, terno duas cores) & Familiares. (acervo da família)
Estação Ferroviária de Paranaguá – restaurada em 2020. (foto: Lizangela Pinto Siqueira)
A RESTAURAÇÃO DA ESTAÇÃO.
“Em 2020, o prédio da Estação foi mais uma vez restaurado e, agora está muito bonito!
Um acontecimento inédito e interessante: minha mãe Celia que está com 96 anos, certamente é a única pessoa viva que pode contar que nasceu ali dentro daquelas paredes da Estação, pois como comentei, a família toda morava ali no prédio da Estação.
Eu sei que a tia Cida e Cyroba, adolescentes, tinham o costume de ficar conversando e brincando no saguão da Estação com os passageiros que chegavam da Capital” (Pedro Gueter).
Almir Silvério da Silva & Hamilton Ferreira Sampaio Junior
Referências:
Biblioteca Nacional
Wikipédia
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Jornal “Diário do Commércio – (1921 a 1929)
Almanak Laemmert Admin Mercantil Industrial – Rio de Janeiro
Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá