Romeu Balster nasceu em Paranaguá em 9 de outubro de 1883, filho de Arthur Lilington Balster e Maria Luiza da Silva Balster.
Foi batizado em 1903 na Igreja de Nossa Senhora da Glória -Governador Portela – Miguel Pereira, Diócesis de Valença, Archdiocese de São Sebastião, Rio de Janeiro, Brasil.
Casou-se em 18 de maio de 1906 no Rio de Janeiro com a Srta Zaira Ajaba.
Casou-se em segundas nupcias com Amélia Reisemberg Balster.
Tiveram filhos Bernardo e Elsa Balster.
Fez o curso de Humanidades em Itu, São Paulo, dedicando-se mais tarde à carreira jornalística.
Em Porto União, na década de 20 fundou o jornal União.
É autor do famoso “Brasilíadas”, longo poema satírico que parodia os Lusíadas de Camões. são 54 composições em forma de oitavas com decassílabos.
Capa do livro Brasilíadas, desenhada por Alceu Chichorro.
No ano de 1925 assumiu o Jornal “Estado do Paraná”, através de um período na gazeta do Povo, o qual exerceu brilhantemente o seu oficio.
O livro foi publicado em 1926 com o pseudônimo Mephisto.
Poema que abre o livro Brasilíadas, num franco e parodístico diálogo com os Lusíadas.
Em 1926, Filippo Tommaso Marinetti veio ao Brasil com o intuito de divulgar o futurismo italiano e proferir algumas conferências. Enquanto muitos intelectuais o saudaram e o acompanharam, outros consideraram essa acolhida um ato condenável, devido à proximidade do escritor com o fascismo.
Romeu Balter, sob o pseudônimo Mephisto, publicou no jornal O Dia, em 14 de maio, o poema “Ao grande embrulhador”. Ao apropriar-se, de forma irônica, de uma linguagem inspirada nas inovações futuristas, o poeta desqualifica Marinetti:
“Não vejo razão de festas, / Ao Marinetti, o Brasil, / Conta escritores bastas / aos mil… // Quanto aos poetas, / patetas / Que não sabem o ABC / Ora esta é boa / À toa / por toda parte se vê… // Quanto aos pintores, / Senhores, / Marinettissimamente / No claro escuro / de um muro / quanta gente? // Nos ramos todos da Arte / Nós brasileiros podemos / Mandá-lo ir àquela parte / Pois melhor que ele já temos.”
O poeta cria o neologismo “marinettissimamente” para caracterizar o modo como certos artistas procuravam produzir suas obras, seguindo um estilo que visava, em vez de politizar a arte, estetizar a política. Encarando o italiano como uma fraude, Romeu Balter encerra o poema afirmando que no Brasil já existiam poetas melhores.
Assim, ele se aproxima de uma linhagem de escritores que olhou com desconfiança a presença de Marinetti entre nós, como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, em São Paulo.
O ativismo poético e político de Balter evidencia que o escritor estava bem informado sobre os movimentos literários que transcendiam o contexto provinciano paranaense. Esse conhecimento, aliado ao seu virtuosismo poético, rendeu-lhe um poema que, “marinettissimamente” irônico, rejeitava Marinetti.
Faleceu em 23 de janeiro de 1932.
Em Ponta Grossa uma rua leva seu nome.
Hamilton Ferreira Sampaio Junior
Referências:
RICARDO BONA MOREIRA, Caio. Romeu Balster (da série: Origens da Poesia em Porto União da Vitória). Baú de Fragmentos, [S. l.], 20 abr. 2016. 1, p. 1.
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